Com
profundo pesar recebemos a notícia da execução do o ex-pescador artesanal Anísio
Souza em Magé, Rio de Janeiro. Anísio e seu irmão, Alexandre Anderson, defenderam
juntos bravamente as comunidades pesqueiras e os territórios dessas
comunidades. Os dois estiveram presentes em ações que a 350.org, a ARAYARA, a COESUS
e o Observatório do Petróleo e Gás realizaram em defesa do clima junto à AHOMAR
(Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara).
Nos
solidarizamos à família de Anísio, sua esposa e seus três filhos, sua mãe e seu
irmão Alexandre. Não cessaremos nossa luta e a tornaremos ainda mais intensa para
honrar Anísio. Também não cessaremos até que o crime seja esclarecido e a justiça
seja feita.
O luto por ver nosso amigo e parceiro Anísio morto
barbaramente traduz o momento de perdas de direitos civis e do direito à vida
de líderes e defensores do meio ambiente, da verdade e da vida. Com dor no
coração nos despedimos, e com fé e coragem continuaremos a lutar pelo direito ao
trabalho, em defesa do clima e do meio ambiente, por um mar sem petróleo e pela
vida em todas as suas formas.
Anísio
Souza foi executado no início da noite de quinta-feira, 12. Abordado no portão
em frente à sua casa, ao chegar do trabalho, com seu filho Cristian, de seis
anos de idade, Souza foi alvejado com diversos tiros que atingiram sua cabeça.
Segundo testemunhas, os tiros foram disparados por homens encapuzados que saíram
de um Onix prata.
A
violência e brutalidade do assassinato chocaram a comunidade pesqueira local.
Os relatos dos moradores são de medo, insegurança e ausência do Estado. Há
relatos de presença de milícias na região.
A
execução de Anísio aconteceu a menos de mil metros da casa de Alexandre.
Lado a lado os irmãos fizeram, por anos, o necessário enfrentamento pela defesa do meio ambiente e pela manutenção dos territórios pesqueiros. Em função dessa luta, Alexandre Anderson já foi alvo de outros atentados e por isso faz parte do Programa Nacional de Defensores Climáticos.
O ano de 2019 foi o mais quente já registrado no país, com uma média de temperatura máxima (diurna) de 31,05 graus Celsius, de acordo com dados divulgados em fevereiro pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que acompanha a variação diária da temperatura no país desde o final do século XIX. O ano de 2015 foi o segundo mais quente, com 31,02 oC. A média da temperatura mínima também foi a mais alta em 2019, 20,04 oC, depois de 2015, com 19,93 oC.
O Brasil segue a tendência mundial, principalmente no inverno, com pequenas diferenças. Em janeiro de 2020, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que 2016 foi o ano mais quente na média global e 2019 foi o segundo mais quente desde 1850, quando as medições começaram a ser feitas.
“A circulação atmosférica no Brasil em parte compensou a variação do clima verificada em outros países”, comenta o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet de São Paulo. Segundo ele, a variabilidade natural do clima, o aquecimento global e a ação humana, com a maior emissão de gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), a expansão urbana e agrícola e o desmatamento, são as principais razões da contínua elevação de temperatura no país e no mundo. “Somente o El Niño [aquecimento das águas do Pacífico equatorial] não explica sozinho o aumento da temperatura em 2019, porque no Brasil seu efeito foi fraco e limitado aos meses de maio a julho.”
O instituto mantém uma rede de 573 estações meteorológicas automáticas e 208 convencionais, nas quais as informações são coletadas periodicamente, para registro de temperatura e umidade relativa do ar, pressão atmosférica, pluviosidade, radiação solar e direção e velocidade do vento em 769 cidades brasileiras e quatro do Uruguai.
Entre as cidades monitoradas, Poxoréu, a sudeste de Mato Grosso, destacou-se com as temperaturas mais altas no país nos últimos anos. Em 2019, os termômetros chegaram a 43,5 oC em 17 de julho e 43 oC três dias antes; neste ano, a cidade com o segundo maior registro de temperatura foi Peixe, ao sul do estado de Tocantins, com 43,2 oC em 13 de julho.
Ao lado de Cuiabá, Poxoréu foi a cidade com a temperatura mais alta também em 2018, com 41 oC em 12 de julho daquele ano, e a segunda em 2017, com 43 oC em 13 de outubro, depois de Nova Xavantina, a leste de Mato Grosso, que registrou 43,9 oC em 16 de outubro de 2017, de acordo com as estações do Inmet. Essa região apresenta o chamado efeito da continentalidade: sem a brisa do mar, por estar distante do litoral, as temperaturas são altas na maior parte do ano, apesar das chuvas de verão.
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