por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Brasil, Carvão Mineral |
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
A tarefa de cuidar e melhorar o mundo para as futuras gerações, requer de todos mudanças profundas nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder que regem a sociedade. Trata-se de uma tarefa que exige bom senso, determinação e coragem.
A tradição bíblica ensina a ver o ser humano como protagonista de um processo no qual ele é receptor de favores e sujeito ativo de decisões que determinam o sentido de seu próprio ser. Ele é destinado a cuidar do meio ambiente. O cuidado é o suporte vital da liberdade, da inteligência e da criatividade. No desenvolvimento da obra do cuidado é possível colher os princípios, os valores e as atitudes que proporcionam o conviver e o bem-viver.
A Casa Comum, com tudo aquilo que ela oferece generosamente para uma vida digna para todos, clama por cuidado. Cuidado para com as pessoas, culturas, biomas, plantas, águas, ar, animais, enfim, cuidado com a Terra.
A sociedade moderna consome grande quantidade de energia. Os combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, têm sido a grande fonte de energia para suprir as necessidades da indústria.
Há sérias razões para buscar fontes alternativas de energia. O carvão mineral, por exemplo, é altamente poluente. Prejudica o meio ambiente desde a sua extração até a produção de seus subprodutos. É uma fonte de energia não renovável. O processo de sua combustão provoca emissão de gases poluentes na atmosfera, agravando o efeito estufa.Está em discussão a exploração de carvão mineral às margens do Rio Jacuí, na região de Eldorado do Sul e às portas da cidade de Porto Alegre.
Existem sérias objeções a respeito dessa iniciativa. Riscos de contaminação do solo, do ar e da água são reais. O viés econômico não pode ser o único critério para determinar a exploração ou não da mina. Certamente os avanços tecnológicos oferecem possibilidade de operações sempre mais confiáveis. Contudo há sempre uma conta ambiental a ser paga, além do impacto sobre a natureza e a saúde das pessoas que moram na região para usufruir de possíveis e questionáveis ganhos econômicos. Total segurança é algo impossível. Ninguém de bom senso é capaz de afirmar com absoluta segurança que a exploração é ambientalmente segura.
O cuidado promove e salva a vida. Nosso dever comum é dela cuidar e promover.
Artigo publicado no Jornal do Comércio
por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Brumadinho |
Mais de 350 pessoas atingidas pelo crime ambiental de Brumadinho vão percorrer, a partir de segunda-feira (20), 300 quilômetros de Belo Horizonte até a cidade de Brumadinho. A chegada está prevista para sábado (25). O episódio completa um ano em 25 de janeiro, quando a barragem em Córrego do Feijão se rompeu, deixando 272 mortos.
Com a marcha, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) pretende dar visibilidade e legitimidade nacional e internacional à luta dos atingidos diante dos crimes da Vale – Mariana e Brumadinho.
Pretende, também, fortalecer a unidade e organização estadual e nacional entre atingidos na luta e resistência pelos seus direitos e na construção de um novo projeto energético popular; denunciar os crimes e o tratamento que as empresas privadas vêm fazendo sobre a sociedade brasileira, especialmente aos atingidos por barragens; e reconhecer os atingidos como defensores dos Direitos Humanos.
Fonte: Rede Brasil Atual – RBA/ Via IHU On-line
por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Brasil, Energia limpa, Transição energética |
A região Nordeste registrou, no dia 16 de janeiro, dois recordes de geração de energia a partir de usinas solares fotovoltaicas. A informação é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O resultado não inclui a geração para consumo próprio.
Às 12h39 de 16/01/2020, o pico de geração chegou a 1.232 MW (megawatts), o equivalente a 10,4% do consumo da região naquele momento. Na média diária, essas usinas geraram 449 MW médios, ou 3,9% do consumo médio da região no dia. O recorde de pico anterior era de 12 de novembro de 2019, com 1.210 MW.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a região tem hoje 54 usinas desse tipo já em operação, com potência somada de 1.513 MW -o número considera as registradas como produtores independentes de energia. Elas estão espalhadas por cidades da Bahia, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.
Foto: Arthur de Souza / Folha de Pernambuco
por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Brasil, Energia limpa, Transição energética |
O Brasil alcançou a marca de 2 gigawatts (GW) de capacidade instalada em sistemas de geração distribuída a energia solar fotovoltaica, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O volume equivale a quase 1,2% de todo o parque gerador brasileiro. O segmento abrange sistemas de microgeração e minigeração distribuída em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos.
De acordo com mapeamento feito pela Absolar, a fonte solar fotovoltaica representa 99,8% das instalações de geração distribuída do país, totalizando 171 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede elétrica e mais de R$ 10 bilhões em investimentos acumulados desde 2012.
O potencial é muito maior se considerarmos as dimensões do Brasil. Ou seja, temos muito a avançar e fazer a urgente transição energética que o mundo precisa promover.
por Nicole Oliveira | 22, jan, 2020 | Energia limpa, Mundo |
Pesquisadores desenvolveram pela primeira vez uma molécula única que pode absorver energia de todo o espectro visível da luz do sol e agir como catalisador para produção de hidrogênio, combustível limpo que pode ser usado como alternativa ao petróleo e derivados.
A descoberta pode ajudar o planeta a realizar a urgente transição de combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas, que não gerem impactos negativos no meio ambiente. A combustão do hidrogênio não produz carbono ou dióxido de carbono. É sabido que o CO2 é o principal gás do efeito estufa e da aceleração das mudanças climáticas.
“A ideia dos pesquisadores é pegarmos os fótons da luz sol e transformá-los em hidrogênio. Em linhas gerais, estamos poupando a energia solar, armazenando-a em ligações químicas para que possa ser utilizada em um momento futuro”, disse Claudia Turro, líder do projeto.
A nova molécula, uma forma do elemento químico ródio, é capaz de absorver energia do infravermelho ao ultravioleta, coletando até 50% mais do que as células solares atuais.
Mesmo em estágio inicial, a pesquisa é uma excelente notícia!