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Estacionamento da UFPR é a maior usina pública de energia solar do Paraná

Estacionamento da UFPR é a maior usina pública de energia solar do Paraná

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) finalizou a construção da maior usina do país em geração de Energia Solar fotovoltaica em carport (em inglês, estacionamento para carros). A estrutura física é igual a de um estacionamento ao ar livre que tem vagas cobertas. A diferença é que a cobertura do estacionamento de veículos é feita com uma estrutura modelar composta de perfis metálicos preparados para receber painéis fotovoltaicos. A usina da UFPR, que fica no Centro Politécnico, também é a maior estrutura pública para geração de energia solar do Paraná.

O estacionamento cumpre, portanto, dupla função. Dá proteção e sombra aos veículos estacionados e – mais importante, no quesito sustentabilidade – gera energia limpa para utilização da própria universidade. O investimento no projeto foi de R$ 5 milhões. Os investimentos são da Companhia Paranaense de Energia (Copel), através do Programa de Eficiência Energética. O programa é executado para atender à exigência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabelece que recursos financeiros sejam aplicados em projetos que têm como objetivo a promoção da eficiência energética. Os projetos da UFPR também foram aprovados pela Aneel.

A usina garante 375 vagas cobertas para carros. A potência total é de 1.166 kWp (quilowatt-pico). Essa é a potência instalada da usina. A geração total de energia é de 1.300 MWh (Megawatt-hora) por ano, o que corresponde a necessidade de consumo médio de 722 residências em um ano. A geração da usina é suficiente para abastecer 50% do consumo do Campus Politécnico no período de 12 meses. Além disso, a geração da usina chega a evitar a emissão de 96 toneladas de CO2 (carbono) por ano, o que equivale, por exemplo, à preservação de 4.372 árvores.

A economia estimada pela Universidade Federal do Paraná é de R$ 1,5 milhão ao ano. É dinheiro que deixa de ir para o pagamento da conta de luz e que pode ser investido em outras atividades e projetos da instituição. “O reinvestimento disso pode ser feito em pesquisa, em bolsas para alunos. A gente pode investir no próprio tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão (aplicação de conhecimento)”, afirma a analista de projeto da Fundação da UFPR (Funpar), Libia Naico Baranhuk.

Além de energia limpa gerada e da economia garantida aos cofres da UFPR, a Usina também vai funcionar como um espaço de ensino e pesquisa. Isso porque são os professores e alunos da instituição que serão os responsáveis por gerenciar os trabalhos da instalação. Há um laboratório que possibilita o ensino prático de questões que, muitas vezes, os estudantes aprendem apenas na teoria.

Fonte: Gazeta do Povo

Óleo já atingiu mais de 40 unidades de conservação, diz artigo publicado na Science

O derramamento de óleo que atingiu a costa brasileira a partir de agosto de 2019 já impactou mais de 40 unidades de conservação marinho-costeiras do Brasil e pode ser comparado ao maior desastre ambiental causado por derramamento de óleo no mundo: a explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 2010, no Golfo do México, dizem pesquisadores. Inércia do governo brasileiro em enfrentar a crise agravou problema.

As análises estão em três artigos publicados na última semana na revista científica americana Science e são assinadas por pesquisadores de instituições de pesquisa do Brasil, Europa e Austrália.

“Os primeiros estudos que saíram sobre o impacto do óleo foram muito subestimados. Eles falavam de 14-15 unidades de conservação impactadas, mas verificamos que esse número passa de 40. São unidades de várias categorias, em áreas de costões rochosos, leitos de algas calcárias, praias, manguezais, estuários marinhos, leitos de algas marinhas e recifes de corais, em um conjunto único de ecossistemas costeiros ainda pouco conhecidos”, explicou a ((o))eco o biólogo Marcelo Soares, que liderou o estudo em questão, intitulado “ Brazil Oil Response: Time for coordination”.

Soares, que é mestre em Ciências Marinhas Tropicais pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Geociências pela Universidade Federal do Ro Grande do Sul, explica que outros grandes impactos causados por óleo já foram registrados, porém, em regiões temperadas de países desenvolvidos ou com menor extensão geográfica e alta frequência, como o ocorrido na Nigéria.

Dada sua extensão (mais de 3 mil km), impactos registrados em regiões de grande importância biológica e falta de resposta eficiente do governo em combater a crise, os pesquisadores consideram que o ocorrido no Brasil é o mais extenso e severo desastre ambiental já registrado em oceanos tropicais. A título de comparação, o derramamento de óleo no Golfo do México atingiu 2,1 mil km e contou com resposta imediata do governo americano, o que não foi o caso do Brasil.

Fonte: O Eco