+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Protocolo de Adaptação, Resposta e Recuperação em Situações de Risco e Desastres Ambientais, Climáticos e Sanitários é apresentado no MPI

Em reunião com a ministra Sônia Guajajara, lideranças indígenas do Levante Pela Terra buscam apoio para levar documento ao Congresso 

Na última sexta-feira (5/7), representantes do movimento Levante Pela Terra estiveram no Ministério dos Povos Indígenas (MPI) para apresentar um importante documento: o Protocolo de Adaptação, Resposta e Recuperação em Situações de Risco e Desastres Ambientais, Climáticos e Sanitários.

Em uma audiência com a Ministra Sônia Guajajara, um dos coordenadores do Levante Pela Terra, acompanhado por líderes indígenas de diversas regiões, destacou as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas para acessar políticas públicas em situações emergenciais. Estiveram presentes também os indígenas Diego Lima Karaiju e Eloy Nhandewa; o assessor da Ministra, Jacinaldo Saterê, a consultora jurídica do MPI, Alessandra Vanessa Alves, e representantes do Instituto Internacional Arayara.

Durante a reunião, Kretã Kaingang compartilhou experiências cruciais vividas pelos povos durante a catástrofe no Rio Grande do Sul, onde comunidades inteiras perderam seus lares e encontraram obstáculos significativos para participar dos programas governamentais, devido a barreiras como a linguagem, a falta de conectividade digital e o preconceito cultural.

“A mídia repercutiu amplamente o resgate do cavalo caramelo, enquanto nossas comunidades indígenas foram negligenciadas e invisibilizadas diante da mesma tragédia”, lamentou o Coordenador do Levante pela Terra.

Este protocolo foi uma das principais demandas levantadas pelos 20 povos indígenas participantes da segunda edição do Levante Pela Terra, representando um esforço conjunto para garantir a inclusão e a proteção dos direitos indígenas em face dos desafios climáticos e sanitários. O documento foi elaborado com a colaboração não apenas de líderes indígenas de todo o país, mas também do Instituto Internacional Arayara.

O protocolo representa um legado significativo do Levante Pela Terra, e nossa meta agora é transformá-lo em um Projeto de Lei, visando estabelecer uma política nacional inclusiva para enfrentar as mudanças climáticas, com enfoque nos povos indígenas”, afirmou Kretã.

Após análise detalhada do documento, a Ministra Sônia Guajajara informou que o MPI foi convidado a contribuir na elaboração do Plano de Prevenção ao Desastre do Ministério do Meio Ambiente, reconhecendo que o protocolo poderá subsidiar estratégias específicas para assegurar a proteção e a adaptação dos povos indígenas diante dos desastres ambientais.

Guajajara ressaltou a importância de termos um governo democrático com representação indígena no executivo – um marco histórico – capaz de sensibilizar e evidenciar as causas dos povos indígenas no Congresso.

“Estamos apenas começando a escrever a história dos povos indígenas na institucionalidade brasileira, e isso é um processo que demanda tempo. No entanto, comprometemo-nos a articular para que este protocolo alcance outras esferas e sirva como base para políticas públicas que garantam os direitos dos povos indígenas”, frisou a Ministra.

 

 

 

 

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA lança estudo sobre carvão mineral em Candiota, no RS, estado que concentra 90% das reservas do país

No próximo dia 16 de dezembro, o Instituto Internacional ARAYARA lançará oficialmente o Monitor de Energia, plataforma online com estudos, dados, infográficos e legislações sobre a matriz energética do Brasil. Na ocasião será apresentado o estudo UTE Candiota 2050 – O futuro insustentável da produção de energia elétrica a partir do carvão mineral subsidiado. O evento será na Assembleia Legislativa

Leia Mais »

Nota de repúdio aos jabutis do PL 576/21

O PL 576/21, que deveria regulamentar as Eólicas Offshore, representa o maior retrocesso para a transição energética justa e sustentável no Brasil, pois dentre os benefícios concedidos ao setor dos combustíveis fósseis, garante subsídios até 2050 para as usinas termelétricas a carvão mineral da Região Sul — as maiores emissoras de gases de efeito estufa na geração de energia elétrica

Leia Mais »

Transição energética: organizações debatem soluções para uma matriz energética sustentável no Brasil

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados discutiu, no último dia 12/12, a construção da matriz energética ideal para o Brasil até 2050. Anton Schwyter, Gerente de Energia, Clima e Geociências do Instituto Internacional ARAYARA e representante da Coalizão Energia Limpa, participou ativamente do debate, que é considerado crucial para o futuro energético do país. Realizado no

Leia Mais »

Uma cúpula contra o gás: Críticas ao gás natural liquefeito (GNL) e suas consequências

Uma cúpula anti-gás teve lugar na Rosa-Luxemburg-Stiftung, em Berlim, nos dias 8 e 9 de Dezembro, em resposta à Cúpula Mundial de GNL. Nesta cúpula, os participantes internacionais destacaram a falta de informação sobre os perigos associados ao transporte, armazenamento e processamento, bem como os efeitos prejudiciais para o ambiente do gás natural liquefeito (GNL). 11/12/24– Por Roland Herzig –

Leia Mais »