+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Oficina em São Paulo discute transição energética e o futuro da Petrobras

Representantes do Observatório do Clima, do Grupo de Trabalho em Energia — entre eles o Instituto Internacional ARAYARA — participaram na última terça-feira (7/7) de uma oficina em São Paulo (SP) para avançar no estudo “Petrobras que Precisamos”.

O encontro, realizado na sede da Ação Educativa, discutiu os caminhos para que a estatal assuma um papel de protagonismo na transição energética e no cumprimento das metas climáticas do Brasil.

Segundo o relatório “O Brasil em uma encruzilhada: Repensando a expansão de petróleo e gás da Petrobras”, lançado junho pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD, na sigla em inglês), a World Benchmarking Alliance (WBA) e o WWF-Brasil, a Petrobras representa sozinha mais da metade dos planos de expansão de campos de petróleo e gás no país. Até 2029, a empresa prevê investir 97 milhões de dólares (R$ 536 milhões de reais, na cotação atual) em exploração, produção, transporte e refino. 

O levantamento mostra que os esforços da Petrobras para descarbonizar suas operações e diversificar para energias de baixo carbono ainda correspondem a apenas 15% do investimento total previsto pela empresa até 2029.

No 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), realizado no mês passado, a estatal arrematou dez blocos na Bacia da Foz do Amazonas e três na Bacia de Pelotas, com um desembolso de R$ 139 milhões. A presença de blocos exploratórios na Foz do Amazonas e no Alto Xingu evidencia o avanço sobre biomas extremamente sensíveis e territórios indígenas, o que intensificou os protestos de ambientalistas e de comunidades indígenas contra a expansão dessas atividades.

Contribuições e avanços no GT 

Pela manhã, consultores apresentaram a nova versão da nota técnica, já atualizada com sugestões do último encontro, que aconteceu em junho. “O documento destaca a necessidade de a Petrobras equilibrar suas vantagens competitivas e tecnológicas com as mudanças globais rumo à descarbonização, além de orientar sua reestruturação com base em critérios claros de sustentabilidade, inovação e rentabilidade”, revela a advogada e colaboradora da ARAYARA, Hirdan Costa.

Segundo Costa, os especialistas defenderam que a empresa investisse em tecnologias como digitalização, inteligência artificial e robótica para reduzir custos, aumentar a produtividade e diminuir emissões. Também apontaram como desafios a readequação do portfólio após anos de desinvestimentos, a restrição de recursos financeiros e o endividamento acumulado desde a crise de 2014–2016.

Na parte da tarde, os participantes discutiram as próximas ações de comunicação para mobilizar a campanha Petrobras que Precisamos e definiram os tópicos que vão embasar a posição do Grupo de Trabalho, a ser finalizada até 5 de agosto. Os documentos e propostas serão circulados entre os integrantes para ajustes antes da versão final.

Para Costa, a oficina reforça a necessidade urgente de alinhar a estatal aos compromissos climáticos. “A Petrobras precisa deixar de ser vista apenas como uma produtora de petróleo e passar a ser reconhecida como protagonista de uma transição energética justa, capaz de gerar empregos e garantir sustentabilidade para as futuras gerações”, afirmou.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: STJ:audiência pública discute fracking e impactos ambientais na exploração de gás de xisto

Por Gabriela da Cunha Rio, 8/12/2025 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisará nesta quinta-feira, 11, a possibilidade de uso do fraturamento hidráulico (fracking) na exploração de óleo e gás de xisto, durante audiência pública convocada pela Primeira Seção sob relatoria do ministro Afrânio Vilela. No primeiro bloco, apresentarão argumentos o Ministério Público Federal, a Agência Nacional do Petróleo,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: After COP30, Brazilian oil continues its rush towards the global market

A decision to drill at the mouth of the Amazon drew criticism at the UN summit. But Brazil’s oil production still soars, as it hopes to consolidate its role as an exporter decision to approve oil exploration off the coast of Brazil weeks before the country hosted the COP30 climate conference signals the country’s intention to increasingly target the international market, despite

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brasil escolhe trilhar o mapa do caminho do carvão mineral

Enquanto defende no plano internacional a transição para longe dos combustíveis, o Brasil segue aprovando medidas que dão sobrevida à indústria do carvão mineral Segunda-feira, 24 de novembro, primeiro dia útil após o fim da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas. Dois dias depois de lançar ao mundo o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, o Brasil sancionou a Medida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão expõe contradição da política energética e afasta Petrobras da transição justa

Oferta de áreas do pré-sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais e estrangeiras. Enquanto o mundo se prepara para

Leia Mais »