+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

MP pede à Justiça para entrar na Ação do Instituto ARAYARA contra exploração de petróleo no litoral catarinense

 “Trata-se   de   preservação   da   vida, mormente em se cuidando de pretensão que coloca em risco o oceano, ecossistema   essencial   que   já   vem   sofrendo   profundos   efeitos   das mudanças climáticas”, afirmou Procuradora Federal

A Procuradoria da República em Santa Catarina requereu à 6ª Vara da Justiça Federal naquele Estrado, na terça (17), a sua inclusão, como assistente, na Ação Civil Pública (ACP) em que o Instituto Internacional ARAYARA e o Observatório do Petróleo e Gás (OPG) solicitam a suspensão da 17ª Rodada de Licitações de Blocos no Regime de Concessão, que a Agência Nacional de Petróleo (ANP), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, planeja realizar no dia 7 de outubro.

Assinada pela Procuradora da República Analúcia Hartmann, a requisição agora será avaliada pela 6ª Vara, que não tem data limite para se manifestar.

Em sua petição, Hartmann escreveu que “o que se requer é justamente o que a Carta Magna assegura:  que nenhuma obra ou atividade potencialmente degradadora   seja   licenciada   ou   iniciada   sem   sérios   e   bem avaliados   estudos   ambientais.   Trata-se   de   preservação   da   vida, mormente em se cuidando de pretensão que coloca em risco o oceano, ecossistema   essencial   que   já   vem   sofrendo   profundos   efeitos   das mudanças climáticas, situação que aconselha justamente o abandono da utilização de combustíveis fósseis”.

Na ACP, o Instituto ARAYARA e o OPG argumentam que, entre outros desvios, não foi realizada previamente, como determina a legislação, a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) dos 92 blocos a serem leiloados para exploração de petróleo e gás natural. Eles se localizam no litoral de seis estados, inclusive Santa Catarina,

AANP deveria ter desenvolvido previamente a AAI para avaliar a situação ambiental das quatro bacias sedimentares marítimas onde se localizam os 92 blocos (Campos, Pelotas, Potiguar e Santos). Assim, seriam corretamente avaliados os efeitos cumulativos sobre os recursos naturais e as populações humanas da exploração de petróleo e de gás natural.

“Induvidoso que tais estudos, portanto, devem ser feitos,  sob pena de graves consequências e de desobediência à Constituição e  à   legislação   internacional   e   nacional.   Além   desses   estudos   e avaliações, há que ser assegurada a participação da sociedade e dos  órgãos   de   meio   ambiente   (SISNAMA,   Lei   6938)   –   especialmente  aqueles, como o ICMBio, responsáveis pelas unidades de conservação  da   área   de   influência   do   empreendimento   visado  nas   decisões  administrativas relacionadas a esse tema”, afirmou a Procuradora no documento, que segue em anexo.

  “São várias as irregularidades dessa 17ª Rodada. Ela coloca em risco a economia (principalmente a pesca e o turismo) e o meio ambiente. A ANP não realizou a AAI, que dariam mais segurança no processo de licenciamento. Também foi extinto o grupo técnico interministerial que certamente apontaria essas irregularidades. Por isso o Ministério Público (MP), ao entrar na ACP, demonstrou muita preocupação com os graves problemas que poderão acontecer no litoral catarinense e em todas as demais regiões potencialmente impactadas”, observou a pedagoga Suelita Rocker, diretora do Instituto ARAYARA.

“A manifestação do Ministério Público reforça a seriedade e o risco eminente à biodiversidade marinha do litoral de Santa Catarina posto pela ANP”, completou.

#InstitutoArayara  #Arayara #EmDefesaDaVida #SOSLitoralSC #MarSemPetróleo #LeilãoFóssilNão #ObservatórioDoPetróleo #Petróleo #TransiçãoEnergética #Transiçãojusta #DemocraciaEnergética #JustiçaAmbiental #EnergiasLimpas #Descarbonização #ObservatórioDoPetróleoeGás

Assessoria do Inst. ARAYARA (www.arayara.org): Carlos Tautz (21-99658-8835)

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

1 Comentário

  1. Enno leal

    Muito bem embasados os argumentos contra a exploração de petróleo.

    Responder

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Arayara move ação civil pedindo suspensão da UTE Candiota

Usina à carvão no Rio Grande do Sul retomou operações em abril e é questionada por ambientalistas, que alegam infrações ambientais e emissões de gases fora dos padrões BRASÍLIA — O Instituto Arayara entrou com uma ação civil pública (ACP) contra a Âmbar Sul Energia alegando irregularidades na UTE Candiota III e pedindo a suspensão imediata das atividades. Na ação, o instituto alega histórico

Leia Mais »

Protesto alerta para a expansão de projetos fósseis facilitados pelo “PL da Devastação”

Nesta terça-feira (17h), em frente ao Congresso Nacional, ativistas realizaram um protesto contra o oportunismo fóssil. Segundo os ambientalistas, o “PL da Devastação” (PL 2.159/2021) abre caminho inédito para a expansão desenfreada de grandes empreendimentos fósseis no país. A demonstração faz parte da campanha contra o PL 2.159/2021, que atualmente pressiona o presidente Lula pelo veto integral ao projeto através

Leia Mais »

‘Sem mangue, sem beat’: organizações se mobilizam para proteger último manguezal não urbano de Pernambuco

Movimento cobra a criação de reserva extrativista para garantir biodiversidade e o modo de vida de pescadores e marisqueiras   Como seria a vida no litoral sem os manguezais? Essa é a pergunta que tem mobilizado mais de 30 instituições da sociedade civil — entre elas o Instituto Internacional ARAYARA —, além de pescadores artesanais, comunidades tradicionais do sul de

Leia Mais »

Contradições na política energética expõem dilemas do Brasil às vésperas da COP30

A recente aprovação, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), da minuta de contrato de energia de reserva para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina, expôs de forma contundente o desalinhamento entre a política energética brasileira e os compromissos climáticos assumidos pelo país no Acordo de Paris — justamente às vésperas da COP30, que o Brasil sediará em

Leia Mais »