+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Médicos chineses suspeitam que três recém-nascidos podem ter contraído Covid-19 no útero

Pesquisadores chineses suspeitam que o SARS-CoV-2 possa ser transmitido de mãe para filho através do útero, de acordo com Journal of American Medical Association.

Em um primeiro relatório, médicos do Hospital Renmin da Universidade de Wuhan, em Hubei, epicentro da província chinesa do surto do novo coronavírus, descrevem o caso de uma mulher que deu à luz várias semanas após a aquisição do vírus.

Duas horas após o parto, os exames de sangue revelaram que o recém-nascido apresentava níveis elevados de imunoglobulinas IgG e IgM, que atuam como anticorpos específicos para a Covid-19. Além disso, apresentou uma alta porcentagem de citocinas e glóbulos brancos, produzidos pelo sistema imunológico e podem ser um sinal de infecção.

Na segunda investigação, especialistas do Hospital Zhongnan, também em Wuhan, analisaram amostras de sangue de seis bebês quanto a anticorpos para SARS-CoV-2 e descobriram que dois deles também apresentavam quantidades elevadas de IgM, como no caso descrito acima.

Embora se saiba que as IgGs passam de mãe para filho durante a gravidez, as IgMs são muito grandes para atravessar a placenta. Portanto, existe a possibilidade de o bebê produzir IgM após o vírus atravessar a placenta.

Apesar dos resultados, nenhuma das três crianças suspeitas apresentou resultado positivo para o vírus. Isso significa que ainda não está claro se algum deles foi realmente infectado ou se pode haver outro motivo para a presença de IgM.

Outra explicação que os especialistas consideram é um dano ou anormalidade nas placentas das mães que, de alguma forma, permitiu a passagem dos anticorpos mencionados acima em direção ao organismo de seus filhos.

São necessárias mais evidências
Os autores dos dois artigos destacam as limitações de seus trabalhos, dado o pequeno tamanho da amostra e a falta de mais evidências para corroborar suas conclusões.

Além disso, a partir da análise editorial, eles afirmam que os testes de IgM podem ser propensos a resultados falso-positivos e falso-negativos e, geralmente, não são utilizados para diagnosticar infecções adquiridas no útero.

A equipe de pesquisa está ciente de que “são necessários mais estudos”, mas considera que são dados importantes para “entender as características sorológicas de bebês cujas mães estão infectadas com SARS-CoV-2”.

Fonte: RT

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Arayara move ação civil pedindo suspensão da UTE Candiota

Usina à carvão no Rio Grande do Sul retomou operações em abril e é questionada por ambientalistas, que alegam infrações ambientais e emissões de gases fora dos padrões BRASÍLIA — O Instituto Arayara entrou com uma ação civil pública (ACP) contra a Âmbar Sul Energia alegando irregularidades na UTE Candiota III e pedindo a suspensão imediata das atividades. Na ação, o instituto alega histórico

Leia Mais »

Protesto alerta para a expansão de projetos fósseis facilitados pelo “PL da Devastação”

Nesta terça-feira (17h), em frente ao Congresso Nacional, ativistas realizaram um protesto contra o oportunismo fóssil. Segundo os ambientalistas, o “PL da Devastação” (PL 2.159/2021) abre caminho inédito para a expansão desenfreada de grandes empreendimentos fósseis no país. A demonstração faz parte da campanha contra o PL 2.159/2021, que atualmente pressiona o presidente Lula pelo veto integral ao projeto através

Leia Mais »

‘Sem mangue, sem beat’: organizações se mobilizam para proteger último manguezal não urbano de Pernambuco

Movimento cobra a criação de reserva extrativista para garantir biodiversidade e o modo de vida de pescadores e marisqueiras   Como seria a vida no litoral sem os manguezais? Essa é a pergunta que tem mobilizado mais de 30 instituições da sociedade civil — entre elas o Instituto Internacional ARAYARA —, além de pescadores artesanais, comunidades tradicionais do sul de

Leia Mais »

Contradições na política energética expõem dilemas do Brasil às vésperas da COP30

A recente aprovação, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), da minuta de contrato de energia de reserva para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina, expôs de forma contundente o desalinhamento entre a política energética brasileira e os compromissos climáticos assumidos pelo país no Acordo de Paris — justamente às vésperas da COP30, que o Brasil sediará em

Leia Mais »