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Médicos chineses suspeitam que três recém-nascidos podem ter contraído Covid-19 no útero

Médicos chineses suspeitam que três recém-nascidos podem ter contraído Covid-19 no útero

Pesquisadores chineses suspeitam que o SARS-CoV-2 possa ser transmitido de mãe para filho através do útero, de acordo com Journal of American Medical Association.

Em um primeiro relatório, médicos do Hospital Renmin da Universidade de Wuhan, em Hubei, epicentro da província chinesa do surto do novo coronavírus, descrevem o caso de uma mulher que deu à luz várias semanas após a aquisição do vírus.

Duas horas após o parto, os exames de sangue revelaram que o recém-nascido apresentava níveis elevados de imunoglobulinas IgG e IgM, que atuam como anticorpos específicos para a Covid-19. Além disso, apresentou uma alta porcentagem de citocinas e glóbulos brancos, produzidos pelo sistema imunológico e podem ser um sinal de infecção.

Na segunda investigação, especialistas do Hospital Zhongnan, também em Wuhan, analisaram amostras de sangue de seis bebês quanto a anticorpos para SARS-CoV-2 e descobriram que dois deles também apresentavam quantidades elevadas de IgM, como no caso descrito acima.

Embora se saiba que as IgGs passam de mãe para filho durante a gravidez, as IgMs são muito grandes para atravessar a placenta. Portanto, existe a possibilidade de o bebê produzir IgM após o vírus atravessar a placenta.

Apesar dos resultados, nenhuma das três crianças suspeitas apresentou resultado positivo para o vírus. Isso significa que ainda não está claro se algum deles foi realmente infectado ou se pode haver outro motivo para a presença de IgM.

Outra explicação que os especialistas consideram é um dano ou anormalidade nas placentas das mães que, de alguma forma, permitiu a passagem dos anticorpos mencionados acima em direção ao organismo de seus filhos.

São necessárias mais evidências
Os autores dos dois artigos destacam as limitações de seus trabalhos, dado o pequeno tamanho da amostra e a falta de mais evidências para corroborar suas conclusões.

Além disso, a partir da análise editorial, eles afirmam que os testes de IgM podem ser propensos a resultados falso-positivos e falso-negativos e, geralmente, não são utilizados para diagnosticar infecções adquiridas no útero.

A equipe de pesquisa está ciente de que “são necessários mais estudos”, mas considera que são dados importantes para “entender as características sorológicas de bebês cujas mães estão infectadas com SARS-CoV-2”.

Fonte: RT

Belga transmite coronavírus para seu gato

Belga transmite coronavírus para seu gato

Steven van Gucht, chefe de doenças virais do Instituto Belga de Saúde, relatou em uma entrevista coletiva um caso de transmissão do coronavírus de uma pessoa para um gato. A informação é do The Brussels Times.

“Recentemente, a Faculdade de Medicina Veterinária de Liege relatou que uma infecção por coronavírus foi confirmada em um gato. O felino morava com seu dono, que começou a mostrar sintomas do vírus uma semana antes do animal”, disse Van Gucht.

O animal, disse ele, “tinha diarreia, vômito e dificuldade em respirar, e o vírus foi encontrado pelos pesquisadores nas suas fezes”.

“Queremos enfatizar que este é um caso isolado. Não há indicação de que isso seja comum. Além disso, neste caso, é uma transmissão de humano para animal, e não o contrário. O risco de transmissão de animal para humano é muito pequeno”, ele acrescentou.

As autoridades disseram que este é o único caso conhecido na Europa de um animal infectado, embora já existam dois em Hong Kong.

Em 20 de março, as autoridades de Hong Kong confirmaram que um segundo cão estava infectado com a Covid-19. Trata-se de um pastor alemão que morava na mesma casa com uma pessoa infectada e isolada.

Fonte: RT

Coronavírus expõe extrema pobreza e diferenças sociais no Brasil

Coronavírus expõe extrema pobreza e diferenças sociais no Brasil

Encarar e prevenir o coronavírus depende, muito, da prevenção e hábitos de higiene, como lavar as mãos. Evitar aglomerações e ficar isolado é outra medida essencial de combate ao novo vírus. Mas o Brasil tem 31,3 milhões de casas sem água encanada e 11,6 milhões vivem em casas ‘superlotadas’.

O que fazem essas pessoas para se proteger?

Há décadas a política brasileira, em todas as esferas de poder, discute o saneamento. Muito pouco é feito na prática. Além dos milhões de casos de doenças que acontecem ano após ano por falta de saneamento básico (o nome já diz: básico), agora o novo coronavírus aprofunda o medo das pessoas que vivem na pobreza e longe dos olhos do poder público há muito tempo.

Em todos os estados brasileiros as pessoas dizem: quebrar calçada e banheiro não dá voto. Pode até ser. Mas garante saúde, vida e dignidade. E quando enfrentamos um vírus como acontece hoje sem o básico, vemos o quanto estamos atrasados e como é profunda a desigualdade social no Brasil.

Não se trata de ser de esquerda ou de direita, afinal, todos dizem que “quebrar calçada não dá voto”… O problema persiste, resiste.

Dados divulgados pelo portal G1, extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprovam:

  • 31,1 milhões de brasileiros (16% da população) não têm acesso a água fornecida por meio da rede geral de abastecimento; 
  • 74,2 milhões (37% da população) vivem em áreas sem coleta de esgoto
  • 5,8 milhões não têm banheiro em casa;
  • 11,6 milhões (5,6% da população) vivem em imóveis com mais de 3 moradores por dormitório, o que é considerado adensamento excessivo.

Outra pesquisa, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2018, também do IBGE, mostra que o país tem 13,5 milhões de pessoas na pobreza extrema (vivendo com até R$ 145 por mês).

Já os números sobre o saneamento são de 2018 e foram divulgados no início de março pelo Instituto Trata Brasil, formado por empresas que atuam no setor de saneamento e proteção de recursos hídricos. Segundo o presidente-executivo do órgão, Édison Carlos, é possível afirmar que a situação continua a mesma da época em que os dados foram coletados.

“Como é que vai lavar as mãos se não tem água em casa?”, questiona o presidente do Trata Brasil.

Sem água tratada o tempo inteiro

Considerando dados do IBGE, dos cerca de 5,8 milhões de brasileiros que não têm banheiro em casa, 4,7 milhões são pretos ou pardos – e 4 milhões não têm sequer o ensino fundamental completo.

Levando-se em conta apenas a população que não tem banheiro em casa, 60% vive na Região Norte do país – são 3,5 milhões de pessoas nesta condição. No Nordeste, estão 1,9 milhão, no Sudeste cerca de 250 mil e no Sul 22 mil.

Hora de cobrar resultados

Se o coronavírus permitir, teremos eleições municipais em 2020. Pode ser um começo de virada de jogo. Eleger prefeitos e vereadores compromissados verdadeiramente com a saúde pública e o saneamento básico é o primeiro passo. De nada adianta pontes, viadutos e obras milionárias se não temos o básico. Não teremos nada se não tivermos o básico. Não teremos nem mesmo eleitores aptos e independentes para votar se a eles forem negados serviços básicos. É uma questão de dignidade e de fazer cumprir a lei.