Entidade aponta que emenda somam cerca de R$ 4 bilhões até 2050, “beneficiando diretamente a Companhia Riograndense de Mineração (CRM)
O Instituto Internacional Arayara realizou o lançamento oficial do Monitor de Energia, uma plataforma digital voltada para disseminar informações sobre a matriz energética brasileira. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e marcou também a divulgação do estudo “UTE Candiota 2050 – O Futuro Insustentável da Produção de Energia a Partir do Carvão Subsidiado”.
Um dos pontos abordados no estudo é o impacto dos subsídios às termelétricas que utilizam carvão mineral incluído no projeto de lei (PL) nº 576/2021, que cria o marco legal das eólicas offshore no país, e que foi aprovado pelo Senado Federal na última semana.
A entidade aponta que as emenda soma cerca de R$ 4 bilhões até 2050, “beneficiando diretamente a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) “. Em 2023, as termelétricas a carvão receberam mais de R$ 1 bilhão em subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O estudo destaca que a UTE Candiota III permaneceu inativa por cinco meses em 2024 devido a problemas técnicos. Apesar disso, recebeu R$ 78 milhões em subsídios.
O levantamento ainda denuncia a baixa qualidade do carvão extraído pela CRM – estatal responsável por fornecer carvão à UTE Candiota III – composto em grande parte por cinzas.
Diversos problemas ambientais teriam sido registrados, incluindo contaminação de águas superficiais e subterrâneas, disse o Arayara. O levantamento ainda aponta que entre 2018 e 2024, a CRM acumulou multas que totalizam mais de R$ 1,1 milhão, relacionadas a falhas no licenciamento ambiental e degradação de ecossistemas.
Candiota
O Rio Grande do Sul concentra 90% das reservas de carvão mineral do Brasil, sendo que 40% estão localizadas em Candiota. No município, funcionam as termelétricas de Candiota e Pampa Sul.
Segundo o instituto, as usinas colocam o município de Candiota no topo da lista de emissores de gases de efeito estufa do estado. “A UTE Candiota III, por exemplo, já liberou mais de 21,5 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, figurando entre as maiores poluidoras do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, diz em nota a entidade.
A MegaWhat procurou a CRM e aguarda retorno para incluir na matéria.
Fonte: MegaWhat