+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Estado do petróleo sofre com onda de calor extremo

A população do estado do Rio de Janeiro, maior produtor de petróleo do Brasil, tem sofrido como poucos as consequências do aquecimento global. Na segunda-feira 17 de fevereiro, a capital do estado chegou a registrar 44ºC, a maior marca desde o início do sistema de alerta climático, há mais de uma década. O petróleo explorado no Rio de Janeiro, naturalmente, não aquece apenas o local onde é produzido. Ele contribui para o aquecimento em todo o planeta, mas a coincidência não deixa de ser emblemática.

As altas temperaturas têm causado transtornos significativos no setor educacional. Diversas escolas públicas enfrentam dificuldades devido à falta de climatização adequada. No Colégio Estadual Professora Maria Terezinha de Carvalho Machado, na Praça Seca, Zona Oeste da cidade, alunos e responsáveis protestaram contra a ausência de ar-condicionado, tornando as salas de aula insuportáveis.

Em resposta ao calor extremo, algumas prefeituras adotaram medidas emergenciais. Barra Mansa, no Sul do estado, por exemplo, suspendeu as aulas nos períodos da tarde e noite até quarta-feira, 19 de fevereiro. As escolas funcionam apenas das 7h às 10h30, garantindo que os alunos possam merendar até as 13h.

Impactos econômicos e desafios para trabalhadores

O calor intenso também afeta a rotina dos trabalhadores, especialmente daqueles que desempenham atividades ao ar livre ou em ambientes sem climatização. Vendedores ambulantes, por exemplo, relatam dificuldades em manter suas atividades devido às altas temperaturas. José Ricardo Rodrigues, ambulante no centro da cidade, posicionou sua barraca em frente a um prédio comercial para aproveitar o ar-condicionado que escapava pelas portas, buscando amenizar o desconforto térmico.

A onda de calor pode trazer repercussões econômicas negativas para o estado. O aumento no consumo de energia elétrica, devido ao uso intensificado de aparelhos de ar-condicionado, pode resultar em contas de luz mais altas, especialmente com o aumento do ICMS de 18% para 24% quando o consumo ultrapassa 300 kWh mensais.

Além disso, setores como comércio e turismo podem ser afetados. Eventos ao ar livre enfrentam desafios para garantir a segurança e o bem-estar dos participantes. A escola de samba Beija-Flor cancelou um ensaio programado para ocorrer em Copacabana, visando preservar a saúde de seus integrantes e do público.

A Ironia Climática

As mudanças climáticas são amplificadas pela queima de combustíveis fósseis, que no Brasil tem o Rio de Janeiro como principal produtor. O estado colhe os frutos amargos de um modelo energético que contribui significativamente para o aquecimento global. Essa realidade ressalta a urgência de repensarmos nossas matrizes energéticas e adotarmos práticas mais sustentáveis para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A atual situação no Rio de Janeiro serve como um alerta sobre os impactos diretos das alterações climáticas na sociedade e na economia, enfatizando a necessidade de ações concretas em prol do meio ambiente.

Fonte: Avenida Comunicação

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Efeito nocivo de termelétrica em Samambaia é mistério para moradores

Comunidade da Cerâmica fica a dois quilômetros da área destinada à construção de termelétrica; moradores relatam preocupações com obra Perto das flores do jardim que cultiva, Eleusa Rodrigues Lima, 66 anos, diz se distrair no quintal. “Gosto de respirar as flores, um ar puro”. Asmática, ela mora na Comunidade da Cerâmica, que fica a apenas dois quilômetros do local onde

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Impactos da instalação de termelétrica no DF são tema de audiência pública nesta sexta-feira (21)

A própria empresa responsável pelo projeto assume uma série de consequências negativas e propõe programas para mitigar Usina ocupará 70,3 hectares da Fazenda Guariroba, em Samambaia, e impactará um total de 191,9 hectares, envolvendo a supressão de 31,9 hectares de vegetação nativa Poluição atmosférica; agravamento da situação de corpos hídricos, a exemplo do Rio Melchior, e variados efeitos sociais, como o

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Audiência pública vai debater impactos da construção de termelétrica

Audiência será nesta sexta-feira (21/3) às 19 horas, no campus de Ceilândia do Instituto Federal de Brasília. Termelétrica vai impactar o DF Jade Abreu  21/03/2025 02:00, atualizado 21/03/2025 02:00 Moradores do Distrito Federal vão poder debater sobre a proposta de construção de uma usina termelétrica em Samambaia. Uma audiência pública para tratar do tema foi convocada para às 19h desta sexta-feira (21/3) no Instituto Federal

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Liderar a transição energética ou expandir o petróleo na Amazônia?

Pressão de Lula ignora ciência e compromete autonomia dos órgãos ambientais, minando a credibilidade do Brasil A pressão pública do presidente Lula sobre um órgão técnico do Estado brasileiro para apressar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas põe em xeque a credibilidade do Brasil como potência da diplomacia climática. O problema, no entanto, não se limita ao

Leia Mais »