+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Eleições e os riscos climáticos no Brasil

Em 2020, vimos a cobertura internacional sobre a devastação ambiental no Brasil quase triplicar.

O recorde de destruição acontece no mesmo ano em que encontramos mais de 750 candidatos às eleições com um histórico em comum: todos foram multados pelo Ibama por infrações ambientais na última década.

A Agência Pública realizou um levantamento inédito, revelando que “152 candidatos a prefeito, 71 a vice e 529 a vereador, em 543 municípios do país, acumulam 1.017 multas ambientais, causadas por infrações como desmatamento, comércio ilegal de madeira ou por provocarem queimadas em áreas protegidas”.

Somados, os valores dessas multas ultrapassam R$ 175 milhões.

A ferramenta criada para uma reportagem do portal Uol, mostra que, de 33 partidos políticos, 27 possuem candidatos com multas ambientais.

Vale ressaltar que desses R$ 175 milhões acumulados em multas pelos candidatos às eleições deste ano, apenas R$ 1,2 milhão foi efetivamente quitado.

Administrações municipais têm uma responsabilidade ambiental

As gestões municipais têm um papel fundamental nas iniciativas locais de preservação ambiental e proteção dos territórios, contribuindo ativamente com o cenário nacional relativo ao meio ambiente, às mudanças climáticas e aos direitos humanos.

Cenário, este, que vive um de seus piores momentos.

Em apenas algumas décadas, o mundo viu uma completa deterioração ambiental e constantes mudanças climáticas em uma escala sem precedentes na história humana.

O Brasil é um dos países que representam uma grande porcentagem da superfície terrestre do planeta e é lar de uma de suas mais importantes biodiversidades.

Sabemos que a devastação ambiental aumentou sob o governo Bolsonaro em 2020 e as gestões municipais pouco têm feito para mudar este cenário.

Faltam pautas relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade

De acordo com uma análise do portal Ecoa em cinco capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Cuiabá e Belém) muitos candidatos à prefeitura não mencionaram, em nenhum momento durante as eleições, pautas relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade.

Essas cidades foram escolhidas “por possuírem altos índices de poluição atmosférica, número elevado de emissores de gases poluentes a nível municipal ou estadual, originados de carros, fábricas ou queimadas”.

Saneamento básico, opção por biocombustíveis, reaproveitamento dos resíduos, criação de leis locais para preservação do meio ambiente e proteção de territórios são só algumas das ações que estão nas mãos de prefeitos, por exemplo.

Prefeitos, vice-prefeitos e vereadores têm a responsabilidade de trazer propostas e fazer o que estiver ao alcance das administrações locais para contribuir com o tema ambiental.

Quando candidatos sequer conseguem dar o exemplo que condiz com seu papel na sociedade, é a sociedade que precisa cobrar através do voto.

Acesse o levantamento e veja se a sua cidade tem candidatos com multas ambientais.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: STJ:audiência pública discute fracking e impactos ambientais na exploração de gás de xisto

Por Gabriela da Cunha Rio, 8/12/2025 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisará nesta quinta-feira, 11, a possibilidade de uso do fraturamento hidráulico (fracking) na exploração de óleo e gás de xisto, durante audiência pública convocada pela Primeira Seção sob relatoria do ministro Afrânio Vilela. No primeiro bloco, apresentarão argumentos o Ministério Público Federal, a Agência Nacional do Petróleo,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: After COP30, Brazilian oil continues its rush towards the global market

A decision to drill at the mouth of the Amazon drew criticism at the UN summit. But Brazil’s oil production still soars, as it hopes to consolidate its role as an exporter decision to approve oil exploration off the coast of Brazil weeks before the country hosted the COP30 climate conference signals the country’s intention to increasingly target the international market, despite

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brasil escolhe trilhar o mapa do caminho do carvão mineral

Enquanto defende no plano internacional a transição para longe dos combustíveis, o Brasil segue aprovando medidas que dão sobrevida à indústria do carvão mineral Segunda-feira, 24 de novembro, primeiro dia útil após o fim da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas. Dois dias depois de lançar ao mundo o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, o Brasil sancionou a Medida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão expõe contradição da política energética e afasta Petrobras da transição justa

Oferta de áreas do pré-sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais e estrangeiras. Enquanto o mundo se prepara para

Leia Mais »