+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Cresce a lista de danos causados pelo fracking

A cada dia, mais e mais estudos apontam para as consequências devastadoras causadas pela atividade do fracking. Abaixo, destacamos somente alguns dos danos para o meio ambiente, o clima e as populações que vivem em regiões onde o fraturamento hidráulico é praticado.

  • Destruição do abastecimento de água potável
  • Poluição contínua do ar
  • Causas de doenças como câncer
  • Contribuição para os gases de efeito estufa
  • Propensão a terremotos
  • Associação a partos prematuros e gravidez de risco

Recentemente, mais um estudo apontou que pacientes com insuficiência cardíaca que moram em regiões onde há fracking têm maior probabilidade de serem hospitalizados.

Pesquisadores das renomadas universidades de Drexel e Johns Hopkins estudaram registros médicos de mais de 12 mil pacientes cardíacos na Pensilvânia, nos Estados Unidos, entre 2008 e 2015.

Os autores relataram “chances significativamente maiores de hospitalização entre indivíduos com insuficiência cardíaca em relação ao aumento” da atividade de fraturamento hidráulico na área próxima a eles.

A insuficiência cardíaca inclui qualquer condição, como um ataque cardíaco, que leva à incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.

O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology.

Nossas descobertas sugerem que os indivíduos que vivem com insuficiência cardíaca, quando expostos a uma maior atividade de extração não-convencional de gás, têm maior probabilidade de serem hospitalizados, particularmente naqueles com insuficiência cardíaca mais grave”, disse ao canal da American College Tara McAlexander, PhD, pesquisadora de pós-doutorado da Drexel University e principal autora do estudo.

O estudo se encaixa em uma lista crescente que mostra problemas de saúde para pessoas que vivem perto de fraturamento hidráulico.

Esses problemas incluem aumento da incidência de asma, problemas cardíacos e problemas de saúde mental, bem como problemas de saúde relacionados à gravidez, como defeitos de nascença, parto prematuro e baixo peso ao nascer.

Zach Rhinehart, professor assistente de cardiologia da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, disse ao jornal State Impact da Pensilvânia, que há anos há pedidos de “evidências de alta qualidade” sobre o fraturamento hidráulico e os impactos na saúde.

Ele disse que o modelo estatístico do estudo é forte o suficiente para essencialmente descartar quaisquer outras causas além do fracking devido ao aumento de hospitalizações que os autores encontraram.

Leia também: Biden e o fracking: Uma responsabilidade que precisa ser assumida

Outros cientistas que estudam o assunto, como Brian Schwartz, professor do Departamento de Ciências da Saúde Ambiental da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, já se manifestaram publicamente contra o fraturamento hidráulico.

Já temos dados suficientes, de todo o mundo, para saber que o fracking não deveria acontecer e que está impactando negativamente as populações. O Brasil tem muitas oportunidades para desenvolver fontes renováveis ​​de energia. O que falta é desenvolver políticas públicas para desenvolver modelos sustentáveis de geração de energia”, ressalta Juliano Bueno de Araújo, fundador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, que há sete anos e meio vem realizando a campanha nacional para o banimento do fracking.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Exploração de petróleo na Foz do Amazonas gera tensão e ameaça ativistas ambientais

A Foz do Rio Amazonas, uma das áreas mais ricas em biodiversidade do Brasil, está no centro de uma intensa disputa ambiental. Em meio ao debate sobre a liberação do bloco petrolífero FZA-M-59, comunidades locais, pescadores e ambientalistas têm buscado apoio para tentar barrar a expansão da exploração predatória de petróleo na região. Diante desse cenário, o Instituto Internacional ARAYARA,

Leia Mais »

Congresso aprova marco da eólica offshore com incentivo ao carvão

Câmara ressuscitou “jabutis” da privatização da Eletrobras e assegurou a contratação, até 2050, de termelétricas movidas a gás e carvão. Governo estuda veto Originalmente publicado em O Eco, por Ellen Nemitz em 19/12/2024.  O urgente projeto de tornar o setor elétrico brasileiro mais verde sofreu um importante revés no Congresso Nacional. O Projeto de Lei n. 576/2021, que traz uma

Leia Mais »

Jabuti’ para térmicas a carvão beneficia diretamente estatal do RS, diz Arayara

Entidade aponta que emenda somam cerca de R$ 4 bilhões até 2050, “beneficiando diretamente a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) O Instituto Internacional Arayara realizou o lançamento oficial do Monitor de Energia, uma plataforma digital voltada para disseminar informações sobre a matriz energética brasileira. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e marcou também a divulgação

Leia Mais »

Impulsionado por lobby, gás natural acumula vitórias em 2024 no Brasil

Setor emplacou “jabuti” em projeto de eólicas offshore e viu complexo termelétrico avançar no Pará Por Rafael Oliveira – Agência Pública – 16/12/2024 No tabuleiro da produção energética no Brasil, o peão do gás natural avançou várias casas em 2024. A vitória mais recente ocorreu na semana passada, quando o lobby do setor conquistou a aprovação de um jabuti –

Leia Mais »