A cada dia, mais e mais estudos apontam para as consequências devastadoras causadas pela atividade do fracking. Abaixo, destacamos somente alguns dos danos para o meio ambiente, o clima e as populações que vivem em regiões onde o fraturamento hidráulico é praticado.
- Destruição do abastecimento de água potável
- Poluição contínua do ar
- Causas de doenças como câncer
- Contribuição para os gases de efeito estufa
- Propensão a terremotos
- Associação a partos prematuros e gravidez de risco
Recentemente, mais um estudo apontou que pacientes com insuficiência cardíaca que moram em regiões onde há fracking têm maior probabilidade de serem hospitalizados.
Pesquisadores das renomadas universidades de Drexel e Johns Hopkins estudaram registros médicos de mais de 12 mil pacientes cardíacos na Pensilvânia, nos Estados Unidos, entre 2008 e 2015.
Os autores relataram “chances significativamente maiores de hospitalização entre indivíduos com insuficiência cardíaca em relação ao aumento” da atividade de fraturamento hidráulico na área próxima a eles.
A insuficiência cardíaca inclui qualquer condição, como um ataque cardíaco, que leva à incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology.
Nossas descobertas sugerem que os indivíduos que vivem com insuficiência cardíaca, quando expostos a uma maior atividade de extração não-convencional de gás, têm maior probabilidade de serem hospitalizados, particularmente naqueles com insuficiência cardíaca mais grave”, disse ao canal da American College Tara McAlexander, PhD, pesquisadora de pós-doutorado da Drexel University e principal autora do estudo.
O estudo se encaixa em uma lista crescente que mostra problemas de saúde para pessoas que vivem perto de fraturamento hidráulico.
Esses problemas incluem aumento da incidência de asma, problemas cardíacos e problemas de saúde mental, bem como problemas de saúde relacionados à gravidez, como defeitos de nascença, parto prematuro e baixo peso ao nascer.
Zach Rhinehart, professor assistente de cardiologia da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, disse ao jornal State Impact da Pensilvânia, que há anos há pedidos de “evidências de alta qualidade” sobre o fraturamento hidráulico e os impactos na saúde.
Ele disse que o modelo estatístico do estudo é forte o suficiente para essencialmente descartar quaisquer outras causas além do fracking devido ao aumento de hospitalizações que os autores encontraram.
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Outros cientistas que estudam o assunto, como Brian Schwartz, professor do Departamento de Ciências da Saúde Ambiental da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, já se manifestaram publicamente contra o fraturamento hidráulico.
Já temos dados suficientes, de todo o mundo, para saber que o fracking não deveria acontecer e que está impactando negativamente as populações. O Brasil tem muitas oportunidades para desenvolver fontes renováveis de energia. O que falta é desenvolver políticas públicas para desenvolver modelos sustentáveis de geração de energia”, ressalta Juliano Bueno de Araújo, fundador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, que há sete anos e meio vem realizando a campanha nacional para o banimento do fracking.