+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Com UTE Brasília barrada, Escola Classe Guariroba celebra permanência ao lado da comunidade, ambientalistas e de parlamentares

Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior visitaram, na última sexta-feira (17), a Escola Classe Guariroba, em Samambaia (DF). A visita aconteceu um dia após o anúncio de indeferimento para licença prévia da Usina termelétrica Brasília pelo IBAMA. A deputada distrital Paula Belmonte e o deputado distrital Gabriel Magno  estavam presentes,  além de representantes do Instituto Internacional ARAYARA e de movimentos sociais como o Movimento Salve o Rio Melchior  e lideranças comunitárias da região.

A decisão do Ibama impede o fechamento da escola, que seria removida caso o projeto fosse aprovado. O órgão apontou impactos negativos ao rio Melchior, à fauna do cerrado e à própria escola, classificando as consequências como irreversíveis.

A decisão foi tomada com base em Parecer Técnico nº 132/2025-Coert/CGTef/Dilic e reconhece a inviabilidade ambiental e locacional do empreendimento, criticado por ambientalistas, parlamentares e pela comunidade escolar da Escola Classe Guariroba, que poderia ser removida para a instalação da usina na região.

Para Juliano Bueno, diretor técnico do Instituto Internacional ARAYARA, PhD em Energia e Conselheiro do CONAMA, o indeferimento representa uma vitória decisiva para impedir o que seria “um crime ambiental e social sem precedentes no Distrito Federal”. Segundo ele, a decisão do Ibama inviabiliza também quatro outras termelétricas — UTE Brasília, UTE Bonfinópolis, UTE Centro-Oeste e UTE Brasil Central — cujas áreas somadas ultrapassariam 2 mil hectares, o equivalente a cerca de 2 mil campos de futebol.

O deputado Gabriel Magno (PT) afirmou que a usina “não tinha justificativa energética, ambiental nem social” e destacou a vitória da comunidade. Já a presidente da CPI, Paula Belmonte (Cidadania), ressaltou a importância da escola para a região e prometeu lutar por reformas e ampliação do espaço pedagógico.

A diretora da escola Nathália Pacheco falou sobre o histórico da escola para os presentes e apresentou sua estrutura, que existe desde 2018. Ela destaca que o parecer do Ibama trouxe alívio e segurança para alunos e professores, lembrando que a escola já havia sido realocada anteriormente, o que provocou evasão e queda no desempenho dos estudantes. A professora também apresentou o projeto de horta escolar para a CPI e como ela compõe a rotina de alimentação da escola.

A mobilizadora socioambiental da ARAYARA, Raíssa Felippe, relembra que, em maio, um abraço coletivo em torno da Escola Classe Guariroba marcou o protesto de alunos e professores contra a construção da UTE Brasília no local.

“Naquele dia, estávamos aqui com cartazes e muitas incertezas sobre o futuro de mais de 365 crianças. Hoje, o clima é de celebração. A mobilização da Escola Classe Guariroba demonstra o protagonismo das crianças na defesa do meio ambiente e da educação pública de qualidade, evidenciando que a comunidade escolar tem voz e participa ativamente das decisões que impactam seu território e seu futuro”, afirmou.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Welcome to the planet’s newest oil frontier

Off Brazil’s northeastern coast, where the sediment-heavy water of the vast Amazon River tips out into the Atlantic, are two very different types of treasure. The first is an ecological gem: a 3,600 square-mile deepwater coral reef discovered less than a decade ago. The second treasure puts the first in immediate danger. Billions of barrels of oil may lie in the ancient

Leia Mais »

Silêncio Judicial: Lançamento de Pesquisa Inédita na COP30 Expõe Assédio Contra Defensores Climáticos

O ARAYARA Amazon Climate Hub sediou, nesta terça-feira (11), o lançamento da pesquisa inédita “Mapeamento da Litigância Estratégica contra a Participação Pública no Brasil”, que revela como grandes atores utilizam o sistema de Justiça para intimidar, silenciar e criminalizar defensores ambientais, indígenas e quilombolas. O evento, com o tema “Litigância Estratégica contra a Participação Pública (LEPPs): tendências, impactos e caminhos

Leia Mais »

Surfistas na COP 30: a luta pelo clima desde o oceano e as pororocas

Roda de conversa no ARAYARA Amazon Climate Hub reflete sobre o surf enquanto forma de observação crítica e expressão cultural das relações entre as pessoas e o mar.   A rede EcoSurf, em parceria com a Associação Alternativa Terrazul realizou, na tarde de hoje (11), no Pátio Yard do Amazon Climate Hub,  roda de conversa Diálogos da Floresta e do

Leia Mais »

Autoproteção e Aliança: Lideranças Indígenas da América Latina se defendem em autogestão

A necessidade de fortalecer a autonomia e a autoproteção indígena diante da crise climática e da violência territorial foi o tema central do evento “Justiça Climática e Autonomia Indígena: Integrando a Defesa Territorial, a Proteção e as Estratégias de Resiliência nas Políticas Globais e Nacionaisl”, realizado no ARAYARA Amazon Climate Hub, nesta terça-feira (11). Organizado pela Alianza Latinoamericana de Defensores

Leia Mais »