+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Chuva histórica em São Paulo mostra que mudanças climáticas já são realidade

Na segunda-feira (10), a cidade de São Paulo teve a maior chuva em 24 horas para o mês de fevereiro nos últimos 37 anos. Foi a primeira vez, desde março de 2016, que os dois principais rios que cortam a cidade, Pinheiros e Tietê, transbordaram causando caos e parando a maior cidade da América Latina. O transporte público ficou comprometido e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), além do Aeroporto Campo de Marte, ficaram alagados. Estes foram somente alguns dos problemas causados pelo enorme volume de chuva.

“A falta de planejamento por parte da prefeitura e falta de visão em relação ao acompanhamento dos prognósticos climáticos [são outros problemas]. Esses eventos extremos passam a ser o cotidiano da cidade neste século 21. Desde 1933 até recentemente, segundo dados do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, nós tivemos um acréscimo médio no volume de chuva superior a 300 mm”, observa Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

Segundo Côrtes, esse adicional funciona como um 13º mês de média de chuva na cidade de São Paulo. Desde 2000, a distribuição dessa chuva está se apresentando muito irregular, com concentrações de eventos extremos e chuvas intensas, e também de períodos mais longos de estiagem. “O que me espanta é que isso não tenha entrado no planejamento da prefeitura, independente do governo que esteja de plantão. […] O que eu vejo é que temos uma situação de urbanismo e precisamos de trabalho contínuo, porque essas realidades já estão incorporadas ao cotidiano das grandes cidades e o que falta é o governo se dar conta e se planejar para isso.”

“As mudanças climáticas já estão acontecendo e já estamos sofrendo as consequências e pagando por isso”, afirma Pedro Côrtes. Para remediar essa problemática do agora, apenas a construção de piscinões não basta: “O piscinão é uma das soluções que devem ser consideradas, mas precisamos resgatar parte da permeabilidade do solo da região metropolitana de São Paulo, principalmente incentivando, por meio de recursos como IPTU Verde, a construção de calçadas permeáveis, utilização de caixas de retenção de água da chuva, aumento da arborização em áreas verdes, fazendo o manejamento correto.”

Fonte: Jornal da USP

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Leilão de potência reacende polêmica do carvão

Organizações criticam inclusão de UTEs a carvão no LRCAP: alto impacto ambiental e baixa eficiência A previsão de contratação de usinas a carvão no leilão de reserva de capacidade (LRCAP) reacendeu a discussão sobre o papel — e os custos — dessa fonte fóssil na matriz elétrica brasileira, que é marcada por alta renovabilidade. Organizações da indústria e ambientais criticam

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Além da hospedagem, COP em Belém sofre com escassez de mão de obra e já ‘importa’ profissionais

Alta demanda cria dificuldade na contratação de operadores de som, tradutores e motoristas, entre outros Os altos preços para hospedagens na COP30 não são o único obstáculo de logística enfrentado por delegações e ONGs em Belém. Diante da demanda excepcional, há dificuldade para contratar prestadores de serviços como motoristas, operadores de som e tradutores, o que resultou até na “importação”

Leia Mais »

ARAYARA aponta falhas e pede indeferimento do licenciamento da Usina Termelétrica São Paulo

Instituto protocola análise técnica no IBAMA em resposta a questionamentos do Ministério Público Federal e reforça inconsistências nos estudos apresentados pelo empreendedor O Instituto Internacional ARAYARA protocolou, nesta terça-feira (26/08), uma análise técnica detalhada sobre o processo de licenciamento da Usina Termelétrica São Paulo (UTE-SP). O documento foi incluído no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do IBAMA em resposta ao

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Em ano de COP no Brasil, governo lança edital para contratar termelétricas a carvão

Ministério de Minas e Energia (MME) abre consultas públicas que preveem a contratação de termelétricas fósseis, consideradas as mais poluentes. Anúncio marca a volta do carvão à agenda de leilões de energia no Brasil após 11 anos Faltando 76 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), o governo federal reacendeu uma polêmica no

Leia Mais »