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Mudanças climáticas devem gerar prejuízo de US$ 7,9 trilhões até 2050

São Paulo – Animais, seres humanos e diversos ecossistemas têm suas vidas prejudicadas pela mudança climática. E, de acordo com a empresa britânica Economist Intelligente Unit, que produz relatórios econômicos para diversos países, a economia mundial também: levando em conta os países com as 82 maiores economias em âmbito global, o prejuízo financeiro gerado pela crise climática, que afeta todo o planeta Terra, pode chegar a até 7,9 trilhões de dólares.

Os pesquisadores da companhia que se envolveram na pesquisa relataram ter descoberto que os países que estão em desenvolvimento terão maior prejuízo no âmbito financeiro do que os já desenvolvidos, que são considerados os mais ricos.

John Ferguson, diretor de análise da empresa comentou que os países com maior capacidade financeira são mais resistentes aos impactos negativos das consequências do aquecimento global.

“Os países mais ricos são realmente capazes de ser mais resilientes aos impactos das mudanças climáticas, então isso realmente ameaça as trajetórias de crescimento do mundo em desenvolvimento à medida que tentam alcançar o mundo desenvolvido”, disse Ferguson para a AFP.

De acordo com a pesquisa, países da África, como a Angola, terão o Produto Interno Bruto reduzido – o país do sul-africano deve perder cerca de 6,1%, sendo o país do continente africano que mais deve sofrer com o prejuízo econômico. Além disso, a Angola também é um dos países da África que mais possui ecossistemas em risco, visto que as mudanças climáticas aumentaram consideravelmente o nível do mar e trouxe ondas mais agressivas para seu território, além de ser um local propenso a sofrer com secas.

Por outro lado, a pesquisa também apontou que os Estados Unidos estão entre as nações economicamente mais privilegiadas, de modo que sofrem menos com os efeitos das crises de clima globais. Isso se dá, principalmente, pelo fato de terem um grande setor de pesquisa e desenvolvimento, embora tenham criado uma política de “revés temporário” aos impactos gerados pelo clima. Países como NigériaEgitoBangladesh e Venezuela, estão entre os que também terão problemas futuros, sofrendo com a perda porcentual de cerca de 5% seus PIBs.

Os pesquisadores apontaram, também, que um mundo sem as mudanças climáticas poderia ter uma economia de 258 trilhões de dólares no início da década de 2050. Mas, com as consequências causadas pela alteração climática, o alcance até 2050 deve chegar a cerca de 250 trilhões de dólares. Os autores do estudo declararam que é necessário uma movimentação global para alterar as previsões: “Os países em desenvolvimento não podem fazer isso sozinhos. É preciso haver um esforço global coordenado para lidar com os impactos de que estamos falando”, disse Ferguson em comentário no estudo.

Fonte: Exame

Produção de combustíveis fósseis excederá 120% do limite seguro

Apesar dos frequentes (e intensos) efeitos das mudanças climáticas, a humanidade segue investindo na principal causa dessa ameaça para a vida no planeta: a exploração dos combustíveis fósseis. A queima deles em usinas, fábricas e carros é responsável por 90% das emissões de dióxido de carbono – e sua produção segue crescendo em ritmo alarmante.

É o que mostra um relatório inédito feito pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, o UNEP, em parceria com cinco centros de pesquisa, publicado nesta quarta (20). Segundo o estudo, em 2030, a humanidade estará produzindo 120% mais combustíveis fósseis do que deveria.

O relatório mostra uma grande discrepância entre expectativa e realidade – o que os especialistas chamam de “lacuna de produção”. Vamos por partes. A expectativa são as metas de redução de emissões que cada país submeteu por meio do Acordo de Paris, em 2015, com o objetivo de impedir que o aquecimento global ultrapasse 2ºC acima dos níveis pré-industriais – e, se possível, manter o aumento em 1,5ºC.

Esses são os níveis considerados seguros pela comunidade científica para evitar grandes catástrofes. Mas mesmo dentro desses limites, centenas de milhões de pessoas vão sofrer graves consequências.

Fonte: Revista Superinteressante

Cartilha para crianças explica direito a um meio ambiente seguro, saudável e sustentável

Apesar de as crianças serem mais vulneráveis aos problemas ambientais, seus pontos de vista e interesses geralmente são deixados de fora da tomada de decisões. Para reverter esse quadro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou uma cartilha em português que explica a crianças e jovens, de maneira didática, as principais conclusões do Relator Especial sobre os Direitos da Criança e o Meio Ambiente.

A exposição infantil a poluentes e outras substâncias tóxicas também contribui para deficiências, doenças e mortalidade prematura na idade adulta. Elas, por exemplo, são mais suscetíveis à poluição do ar do que os adultos e, como seus sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento, correm maior risco de infecções respiratórias e têm menos capacidade de combatê-las.

Apesar de as crianças serem mais vulneráveis aos problemas ambientais, seus pontos de vista e interesses geralmente são deixados de fora da tomada de decisões. Para reverter esse quadro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou uma cartilha em português que explica a crianças e jovens, de maneira didática, as principais conclusões do Relator Especial sobre os Direitos da Criança e o Meio Ambiente.

O documento foi lançado no marco dos 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, completados na quarta-feira (20). Segundo a representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú, os danos ao meio ambiente interferem no direito das crianças à saúde física e mental, educação, alimentação adequada, moradia adequada, água potável e saneamento.

“Neste 30º aniversário da Convenção, queremos lembrar o compromisso assumido pelos países com a Agenda 2030 e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de não deixar ninguém para trás – e isto envolve garantir às crianças o futuro que elas merecem, ou seja, um futuro com um meio ambiente seguro, saudável e sustentável”, declarou.

Atualmente, as crianças representam 30% da população mundial e compõem o grupo mais vulnerável aos danos ambientais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), das 5,9 milhões de mortes de crianças com menos de 5 anos em 2015, 1,5 milhão poderiam ter sido evitadas com a redução de riscos ambientais.

A exposição infantil a poluentes e outras substâncias tóxicas também contribui para deficiências, doenças e mortalidade prematura na idade adulta. Elas, por exemplo, são mais suscetíveis à poluição do ar do que os adultos e, como seus sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento, correm maior risco de infecções respiratórias e têm menos capacidade de combatê-las.

A poluição da água ainda contribui para doenças que causam anualmente mais de 350 mil mortes de crianças abaixo de 5 anos, e outras 80 mil mortes de crianças entre 5 e 14 anos. As mudanças do clima também contribuem para a ocorrência de eventos climáticos extremos, desastres, escassez de água, insegurança alimentar, poluição do ar e intensificação de doenças infecciosas transmitidas por vetores.

O relator especial da ONU para Direitos Humanos e Meio Ambiente, John Knox, alertou que “no longo prazo, é provável que o aumento da temperatura e a mudança dos padrões de precipitação exacerbem a disseminação de doenças transmitidas por vetores, como malária, dengue e cólera, e contribuam para a escassez de alimentos e a subnutrição”, o que afeta principalmente as crianças.

A cartilha é uma versão adaptada para crianças do relatório do Relator Especial sobre os Direitos da Criança e o Meio Ambiente (A/HRC/37/58). O material foi desenvolvido pelo PNUMA em parceria com a Queen’s University Belfast, Terre des Hommes e o órgão de Procedimentos Especiais da ONU para Direitos Humanos. Também contou com a colaboração de alunos e alunas da Rathmore Grammas Schoool, de Belfast, Reino Unido.

Acesse na íntegra o relatório do Relator Especial sobre os Direitos da Criança e o Meio Ambiente (A/HRC/37/58): https://undocs.org/A/HRC/37/58

Acesse a cartilha aqui.

Fonte: ONU

Mudança climática pode afetar economia global antes que esperado

Os efeitos econômicos do aquecimento global podem chegar mais cedo e com maior impacto do que se pensava anteriormente, disse a Oxford Economics em relatório que compara pesquisas científicas recentes com a literatura econômica sobre os custos das mudanças climáticas. Na ausência de iniciativas para conter as emissões de gases de efeito estufa, a Terra poderá aquecer 2 graus Celsius até 2050, reduzindo o PIB global entre 2,5% e 7,5%, estima a Oxford. Os países mais afetados seriam da África e Ásia. A longo prazo, um aumento de 4 graus da temperatura até 2100 poderia encolher o PIB em até 30%.

O economista James Nixon baseou sua análise parcialmente no Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sob um aquecimento global de 1,5 °C. Estudos mais antigos tendem a prever os efeitos de até 4 ou 5 graus de aquecimento em uma pequena porcentagem do PIB global, que seriam significativos apenas na segunda metade do século, disse Nixon. No entanto, as descobertas científicas mais recentes mostram profundas alterações climáticas que já estão acontecendo, incluindo secas, inundações e condições climáticas extremas que afetam a atividade econômica.

“Embora em um horizonte de 10 anos os custos pareçam improváveis o suficiente para afetar nossas previsões, a janela da indiscernibilidade parece estar se fechando rapidamente”, disse Nixon no relatório. Os efeitos são “grandes o suficiente para serem considerados em nossas previsões econômicas de curto prazo para a primeira metade deste século.”

Fonte: Bloomberg

‘Emergência climática’ é eleita a ‘Palavra do ano’ pelo Dicionário Oxford

A “Palavra do ano” de 2019, segundo o Dicionário Oxford, é “emergência climática”. Ela foi divulgada nesta quarta-feira (20) e, segundo o próprio dicionário britânico, o uso do termo aumentou mais de 100 vezes desde setembro de 2018. Os dados foram coletados em um banco com milhões de palavras em inglês.

Como é escolhida a palavra do ano?

Todos os anos, a editora elege a palavra que, naquele período, atraiu um grande interesse.

As palavras candidatas ao prêmio são debatidas por um júri, que, segundo a instituição escolhe o termo vencedor com base no “potencial duradouro” e na “significância cultural”.

“A palavra ‘clima’ tem sido fundamental para 2019 e aparece em várias frases importantes, mas a ‘emergência climática’ se destaca por vários motivos. Estatisticamente falando, isso representa uma nova tendência para o uso da palavra ‘emergência’”, disse a equipe do dicionário.

Ainda segundo o Oxford, a escolha do termo em pesquisas científicas sobre questões climáticas influenciou o aumento do uso neste ano. Um artigo recente, assinado por 11 mil cientistas e 153 países, alertou que “os pesquisadores têm uma obrigação moral de alertar claramente a humanidade sobre qualquer ameaça catastrófica”.

O jornal “The Guardian” escolheu editorialmente o uso do termo “emergência climática” no lugar de “mudanças climáticas”. A ideia é reforçar que os impactos do aquecimento global já estão acontecendo no planeta.

O termo foi escolhido a partir de uma lista com outras expressões relacionadas ao assunto: “ação climática”, ” crise climática”, “negação climática”, “eco-ansiedade”, “ecocídio”, “extinção”, “aquecimento global”.

“Este foi um ano fascinante para a palavra ‘clima’, e vemos isso especialmente na maneira como as pessoas que falam o inglês passaram a combiná-la com outras palavras”, disse Casper Grathwohl, presidente da empresa do Oxford.

Fonte: G1

7 fatos que mostram que já passamos por uma emergência climática

Calor na Europa, aumento dos gases do efeito estufa, produção de alimentos afetada e Grande Barreira de Corais em recuperação são alguns dos fatores apontados pelos cientistas.

A Terra vive uma “emergência climática”, expressão escolhida como a “Palavra do ano” nesta quarta-feira (20). Além de um esforço de milhares de cientistas em alertar que o planeta está em perigo, a Conferência do Clima em 2 de dezembro irá determinar ajustes nas metas para barrar o aquecimento do planeta.

Para ilustrar melhor a situação, o G1 traz 7 fatos que comprovam que já estamos numa fase mais aquecida do planeta Terra:

1. Calor na Europa

Pelo menos oito países quebraram suas temperaturas máximas histórica neste verão: Reino Unido (38,7ºC), Alemanha (41,7ºC), Bélgica (41,8ºC), França (45,9ºC), Luxemburgo (40,8ºC), Países Baixos (40,7ºC), Holanda (40,4ºC) e Escócia (31,6º). Portugal teve a temperatura mais alta registrada em 26 verões. Em Lisboa, foram 44ºC. Em Alvega, no distrito de Santarém, os termômetros chegaram a marcar 46,8ºC.

O aumento da temperatura é real. Os dados do gráfico acima apontam uma alta de 0,91°C a 0,96ºC na Terra entre 2009 e 2018, uma comparação entre o monitoramento da agência espacial americana (Nasa) e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA). Os valores são uma média. Por isso, eventos de frio isolados não podem ser usados como argumento para negar o aquecimento do planeta. Já eventos extremos e mais frequentes, sim, de acordo com os especialistas ouvidos pelo G1.

No caso do continente europeu, a Agência Europeia do Ambiente (EEA, em inglês) revela uma alta de 1,6ºC a 1,7ºC acima dos registros do período pré-industrial no mesmo período. A Europa experimentou ondas de calor em 2003, 2006, 2010, 2014, 2015, 2017, 2018 e neste ano.

“Podemos esperar impactos extremos crescentes no clima durante o verão e em níveis mais altos de aquecimento. Nossa pesquisa mostra que limitar a 1,5ºC, como o que foi decidido entre os países no Acordo de Paris, reduziria esses impactos. O que temos em mente, no entanto, é que no atual ritmo de emissões temos um mundo a caminho de 3ºC”, disse Carl-Friedrich, um dos autores de um estudo publicado neste ano, que mostra que os dias quentes serão cada vez mais frequentes e intensos.

2. Aumento dos gases efeito estufa

Um relatório da Sociedade Americana de Meteorologia em parceria com a Agência Climática do governo americano apontou que a emissão de gases causadores do efeito estufa na atmosfera atingiu um recorde histórico em 2018.

O estudo foi feito a partir do trabalho de 475 cientistas em 57 países, incluindo o Brasil. Derek Arndt é chefe de Monitoramento Global do Clima da Agência Climática Americana, e um dos autores. Ele explica que fenômenos registrados no Brasil, como chuvas intensas e alta do calor, estão ocorrendo no mundo todo.

Segundo o texto, o aquecimento da Terra ajuda a evaporar a água mais rápido e causa seca e chuva extremos. Os cientistas estão certos de que isso acontece porque a gente nunca lançou tantos gases na atmosfera.

3. Grande Barreira de Corais

governo da Austrália precisou investir mais de 500 milhões no ano passado para restaurar e proteger a Grande Barreira de Corais, patrimônio da humanidade ameaçado pelo aquecimento global.

A barreira na costa australiana, com uma superfície de 348 mil quilômetros quadrados, constitui o maior conjunto de corais do mundo, e registrou graves episódios de branqueamento provocado pelo aumento da temperatura da água.

Os recifes também estão ameaçados pelas atividades industriais e agrícolas, assim como pela acanthaster púrpura, uma estrela-do-mar invasiva que devora o coral.

“É o maior investimento de uma fonte única destinada a proteger o recife, assegurar sua viabilidade e os 64 mil empregos que dependem da barreira”, disse o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull.

4. Produção de alimentos

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado em agosto deste ano fez um alerta: a produção mundial de alimentos está ameaçada. A escolha do que nós comemos no nosso dia a dia é parte do problema. E também da solução.

Mais de cem cientistas de 57 países concluíram que estamos usando recursos essenciais, como terra e água, de forma exagerada.

O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU afirma que as atividades humanas já ocupam mais de 70% de todo o solo livre de gelo do mundo e que um quarto dessa área já está degradada.

“Uma terra assim reduz a capacidade do solo de absorver carbono. Meio bilhão de pessoas já vivem em áreas que estão se tornando desertos”, afirma uma das autoras do relatório.

Os cientistas afirmam que a produção de carne é um dos métodos de produção que mais usam água e terra. A pecuária está aumentando o desmatamento, principal causa de emissões no Brasil, e o gás metano emitido pelo gado é poluente.

5. Maior evento em 2 mil anos

O aquecimento global registrado atualmente supera em velocidade e extensão qualquer evento climático registrado nos últimos 2 mil anos.

Em artigo publicado na revista “Nature”, cinco pesquisadores afirmam que nem mesmo episódios históricos como a “Pequena Era do Gelo” – resfriamento acentuado registrado entre os anos 1300-1850 – se comparam com o que está acontecendo no momento no mundo.

“Descobrimos que o período mais quente dos últimos dois milênios ocorreu durante o século 20 em mais de 98% do globo. Isso fornece fortes evidências de que o aquecimento global antropogênico não é apenas incomparável em termos de temperaturas absolutas, mas também sem precedentes na consistência espacial dentro do contexto dos últimos 2 mil anos”, escreveram no artigo.

Os pesquisadores observaram que, antes da era industrial moderna, a influência mais significativa no clima eram os vulcões. Eles não encontraram nenhuma indicação de que variações na radiação do Sol tenham impactado as temperaturas globais médias.

O período atual, dizem os autores da pesquisa, excede significativamente a variabilidade natural.

“Vimos a partir dos dados instrumentais e também de nossa reconstrução que, no passado recente, a taxa de aquecimento claramente excede as taxas de aquecimento natural – esse é outro ponto para observar a natureza extraordinária do aquecimento atual”, contou Raphael Neukom, da Universidade de Berna, na Suíça, um dos autores do estudo.

6. Geleira desaparece

Ela se chamava Okjökull, mas em 2014 foi declarada ‘morta’. Desde então, passou a ser conhecida apenas como Ok, a primeira geleira da Islândia a perder esse status, porque derreteu. O local onde ela ficava ganhou uma placa para relembrar o que em 1901 era uma massa compacta de gelo ocupando cerca de 38 km², mas, em 1º de agosto de 2019, tinha menos de 1 km².

Além de relembrar o passado, a placa contém ainda um alerta para o futuro e uma explicação às próximas gerações:

“Okjökull é a primeira geleira islandesa a perder seu status de geleira. ‘Nos próximos 200 anos todas as nossas geleiras devem seguir o mesmo caminho. Esse monumento atesta que nós sabemos o que está acontecendo e o que deve ser feito. Só vocês sabem se fizemos o que deveria ter sido feito”, diz a placa.

Abaixo, consta ainda a data de agosto de 2019 e o termo “415 ppm CO²”, uma referência a uma marca histórica de emissão de 415 partes por milhão de dióxido de carbono emitidas na atmosfera, que a humanidade atingiu pela primeira em maio deste ano.

7. Aquecimento dos oceanos

Pesquisadores chineses e americanos constataram que a temperatura dos oceanos em 2018 foi a mais quente já registrada nos últimos 60 anos. O estudo, com base nos dados mais recentes do Instituto de Física Atmosférica, na China, foi publicado na revista científica “Advances in Atmospheric Sciences”.

A conclusão está de acordo com a tendência de aquecimento dos oceanos registrada nos últimos cinco anos — que já eram os cinco mais quentes desde a década de 1950, dizem os cientistas. O aumento na temperatura oceânica acontece desde então e se acelerou a partir da década de 1990.

“A tendência de longo prazo de aquecimento do oceano é uma grande preocupação tanto para a comunidade científica quanto para o público em geral. As temperaturas mais altas causam a expansão térmica da água e um aumento do nível do mar — o que expõe a água doce costeira à intrusão de água salgada e torna comunidades mais suscetíveis ao aparecimento de tempestades”, dizem os pesquisadores no estudo.

O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de 1,4 mm no nível do mar ao redor do globo em comparação à média de nível registrada em 2017. Os padrões associados ao nível do mar atual devem continuar no futuro, segundo a pesquisa.

O aumento de calor no oceano também eleva as temperaturas e a umidade do ar — o que, por sua vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em 2018, foram registradas várias tempestades tropicais no mundo, como os furacões Florence e Michael e os tufões JebiMariaMangkhut e Trami.

Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do aquecimento dos oceanos, estão a diminuição no nível de oxigênio presente neles e o derretimento de geleiras. Há também efeitos indiretos, como a intensidade de secas, ondas de calor, e risco de incêndios.

Fonte: G1