por Nicole Oliveira | 13, fev, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo, Petróleo e Gás |
Grandes petrolíferas como a BP, Shell, Exxon e Chevron lucraram perto de dois trilhões de dólares durante as últimas três décadas, assegura o “The Guardian”. Os lucros são provenientes da exploração de reservas de petróleo, gás e carvão, que agora começam a ser escassas e a levar o planeta ao colapso climático.
De acordo com uma análise do ‘The Guardian’, realizada por especialistas dos EUA, o impacto da extração dos combustíveis já era conhecido em 1990 por líderes políticos e pela indústria, mas os lucros falaram mais alto, e em três décadas as quatro empresas já acumularam 1,991 trilhão de dólares em lucro.
A análise realizada pela entidade nos EUA mostrou que a Exxon foi a mais lucrativa nos anos em análise, perfazendo um total de 775,2 bilhões de dólares. Só durante a década de 2000-2009, a Exxon Mobil conseguiu lucrar 353 bilhões de dólares, enquanto nesta última década amealhou 285,2 bilhões de dólares.
A Shell ficou em segundo lugar como a mais lucrativa, com um total de 523,6 bilhões de dólares. O maior período lucrativo também verificou ser a década de 2000 a 2009, com um lucro de 239,8 bilhões de dólares.
Para o cientista climático Michael Mann, o impacto ambiental da extração de combustíveis fósseis na Austrália são exemplo para o mundo. “Aqui em Sydney, onde vimos recordes de secas, calor, incêndios e inundações, este relatório fornece uma lembrança preocupante de que estamos todos pagando o preço dessa exploração. Para que algumas empresas possam continuar a ter lucros gigantes, pagamos o preço através de uma crise climática”, afirmou.
Fonte: Jornal Economico
por Nicole Oliveira | 13, fev, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo |
A concentração de CO2 na atmosfera atingiu um novo pico: em um ano, passou de 411,97 para 416,08 ppm. O Observatório de Mauna Loa registrou, para este mês de janeiro, uma concentração média de 413,40 ppm contra 410,83 registrada em janeiro do ano passado. O Observatório faz parte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) norte-americana.
“Se a humanidade quiser preservar um planeta parecido com aquele no qual a civilização se desenvolveu e com o qual a vida na Terra está adaptada, evidências paleoclimáticas e as mudanças climáticas em curso sugerem que o CO2 precisa ser reduzido dos [níveis atuais] a um máximo de 350 ppm”, alertou o Dr. James Hansen, ex-diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais e um dos mais respeitados climatologistas do mundo.
Fonte: 350.org
por Nicole Oliveira | 09, fev, 2020 | Carvão Mineral, Mudanças Climáticas, Mundo |
A prosperidade material de um país ainda está intimamente relacionada a seu consumo de energia. E, como cerca de 80% do fornecimento global de energia ainda se baseia em combustíveis fósseis, um alto nível de prosperidade, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), tende a ser associado ao alto consumo de energia per capita.
E essa situação continuará assim, explicou Eric Heymann, analista do Deutsche Bank para indústria, política climática e tráfego, em entrevista à DW. Ele é autor do estudo Reiches Land – hoher CO2-Ausstoss (País rico – alta emissão de CO2), que analisou os países do G20, em especial os Estados Unidos.
Ele frisa que, na situação atual, a neutralidade climática, como almeja a União Europeia até 2050, só poderá ser alcançada se houver uma mudança maciça nos hábitos de produção e consumo: “E isso seria difícil de alcançar politicamente nas democracias. Como podemos ver neste momento, estamos apenas no início do debate sobre os custos da proteção climática, e ele já está sendo explorado por certas forças políticas.”
DW: Por que a prosperidade ainda está tão intimamente ligada às emissões de dióxido de carbono de um país?
Eric Heymann: Via de regra, prosperidade implica consumirmos relativamente muita energia. E, em nível global, cerca de 80% do consumo de energia ainda é baseado em combustíveis fósseis. Nesse sentido, existe uma conexão direta entre o nível de prosperidade e as emissões de CO2.
Quais países foram focados em seu estudo?
Nós analisamos os países do G20 como um todo para determinar essa conexão e, nesse grupo, nós nos concentramos em alguns países como os Estados Unidos, a nação com o nível de bem-estar mais alto. Lá também as emissões estão acima da média. É verdade que os EUA fizeram progressos nos últimos anos, por exemplo, através de jazidas de gás não convencionais, como o gás de xisto, e a frota de veículos no país se tornou mais eficiente ao longo dos anos.
Ainda assim, os EUA ainda são uma economia com alta emissão CO2: os carros nas ruas ainda consomem mais combustível do que na Europa, e há uma atitude diferente em relação às viagens aéreas, já que voar lá é muito mais parte do dia a dia do que em outros países. Dessa forma, a participação relativamente pequena da indústria transformadora, de pouco mais de 10% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, não é tão significativa nas emissões de CO2. Porém, isso é mais do que compensado devido ao alto consumo diário.
O senhor acaba de mencionar a participação da indústria que ainda é muito alta num país como Alemanha. O que isso significa para as emissões de CO2?
Talvez possamos fazer uma comparação direta com França ou Reino Unido. Na Alemanha, a participação da indústria transformadora no valor agregado bruto total ainda é superior a 21%. Na França e Reino Unido, ela é de apenas 10%, e essa é uma das razões por que temos emissões per capita significativamente mais altas na Alemanha do que no Reino Unido ou França. Mas essa é apenas uma razão.
Devido à alta participação da indústria na economia alemã, temos também um volume relativamente alto de tráfego de mercadorias. Ao contrário de França ou Reino Unido, temos uma estrutura econômica muito policêntrica: as indústrias não estão concentradas numa região, como Paris ou Londres, mas espalhadas por todo o país. Por causa da nossa própria fragmentação da indústria, temos um volume de tráfego muito grande. E – parece relativamente banal – uma necessidade de calefação maior do que nos países do sul da Europa.
Esses são fatores que implicam termos emissões de CO2 per capita elevadas. Além disso, o lignito, uma fonte de eletricidade com grande emissão de CO2, desempenha ainda um papel importante no setor elétrico alemão.
A Alemanha não é o único país com uma participação industrial elevada: isso também se aplica à China. Qual é a situação nesse país asiático?
A China registrou um forte crescimento das emissões per capita nos últimos anos. Isso se deve ao fato de o país ter se industrializado fortemente. Uma guinada importante foi a adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), no fim de 2001. Desde então, aumentou acentuadamente o consumo de energia, e portanto das emissões de CO2, mas também a integração do país na cadeia de valor global.
Na China o carvão ainda tem uma participação elevada no consumo primário de energia. As energias renováveis também cresceram fortemente na China nos últimos anos, mas o carvão ainda domina. E devido a suas elevadas exportações, a China, em certo sentido, também exporta CO2 para outros países onde seus produtos são consumidos. As emissões per capita chinesas estão aproximadamente entre as da Alemanha e do Reino Unido. O país alcançou as emissões per capita dos países industrializados ocidentais, portanto a previsão é relativamente clara: ele continuará crescendo e, com isso, o consumo de energia.
Por mais negativa que essa mensagem seja para o clima, a China terá provavelmente que continuar dependendo do carvão. Pois somente com a expansão das energias renováveis, que progride fortemente no país, não será possível satisfazer a demanda energética.
Até que ponto é realista esperar que países mais desenvolvidos, como Alemanha ou EUA, possam compensar as emissões adicionais de CO2 da China e Índia, decorrentes da prosperidade crescente?
No Acordo de Paris, a China prometeu que suas emissões de CO2 iam atingir o pico por volta de 2030. Parece que ela conseguirá, pois ainda há um potencial relativamente grande de eficiência energética com a substituição de centrais ineficientes por outras melhores, mais eficientes.
Nesse aspecto a China já está relativamente avançada e atingiu um nível em que se pode argumentar que as emissões não precisarão aumentar por muito mais tempo, enquanto muitos outros países – onde a população é, em média, mais pobre – ainda têm que recuperar seu atraso. E onde grande parte do fornecimento de energia ainda provém de combustíveis fósseis, isso resulta em as emissões de CO2 seguirem crescendo, em nível global. É o que dizem as previsões da Agência Internacional de Energia (AIE).
As emissões de CO2, porém, não aumentarão mais tão acentuadamente quanto nos anos 2000 ou nos últimos 30 a 40 anos. O aumento é desacelerado devido ao avanço técnico, por uma maior eficiência e também por energias renováveis. Mas teremos que estar preparados para as emissões de CO2 continuarem aumentando, por enquanto.
A dependência mundial de combustíveis fósseis, de 80%, ainda é imensa. Mesmo na Alemanha, onde trabalhamos há 20 anos na transição energética, temos ainda uma dependência de combustíveis fósseis de quase 80% quando se trata de consumo primário de energia.
A respeito de neutralidade climática: quão realista é o objetivo da nova Comissão Europeia, sob a presidência de Ursula von der Leyen, de que a Europa atinja a neutralidade climática até 2050?
Na situação atual, a neutralidade climática não é possível sem uma mudança maciça nos hábitos de produção e consumo. E isso seria difícil de alcançar politicamente nas democracias. Como podemos ver neste momento, estamos apenas no início do debate sobre os custos da proteção climática, e ele já está sendo instrumentalizado por certas forças políticas. Nesse sentido, com as tecnologias disponíveis hoje e o atual nível de consumo, a neutralidade climática é uma ilusão.
Fonte: Deutsche Welle
por Nicole Oliveira | 07, fev, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo |
Mais da metade dos adultos norte-americanos (56%) afirma que a mudança climática é a questão mais importante que a sociedade enfrenta atualmente. Apesar disso, 4 em cada 10 afirmam que não fizeram nenhuma mudança no comportamento para ajudar a combater as mudanças climáticas. Os dados são de uma nova pesquisa da American Psychological Association, realizada on-line de 12 a 16 de dezembro de 2019.
Sete em cada 10 dizem desejam fazer algo para combater a emergência climática. Só que 51% não sabem por onde começar a agir.
As pessoas estão tomando algumas medidas para combater as mudanças climáticas, com 6 em cada 10 dizendo que mudaram um comportamento para reduzir sua contribuição para as mudanças climáticas. Quase três quartos (72%) dizem que estão muito ou um pouco motivados para fazer mudanças.
Entre aqueles que já fizeram mudanças de comportamento para reduzir sua contribuição para as mudanças climáticas, quando perguntados por que não fizeram mais, 1 em cada 4 (26%) cita não ter recursos, como tempo, dinheiro ou habilidades.
Mais de dois terços dos adultos (68%) dizem que têm pelo menos um pouco de “eco-ansiedade” (definida como qualquer ansiedade ou preocupação com a mudança climática e seus efeitos). Esses efeitos podem ter um impacto desproporcional nos adultos mais jovens do país; quase metade das pessoas entre 18 e 34 anos (47%) diz que o estresse que sente sobre as mudanças climáticas afeta suas vidas diárias.
“As implicações para a saúde, econômicas, políticas e ambientais das mudanças climáticas afetam a todos nós. As conseqüências para a nossa saúde mental são profundas”, disse Arthur C. Evans Jr., Ph.D., diretor executivo da APA. “Como as mudanças climáticas são criadas em grande parte pelo comportamento humano , os psicólogos continuam estudando maneiras pelas quais podemos encorajar as pessoas a fazer mudanças comportamentais – grandes e pequenas – para que coletivamente possamos ajudar nosso planeta”.
Pesquisas psicológicas nos mostram que, quando as pessoas aprendem e experimentam os impactos climáticos locais, sua compreensão dos efeitos das mudanças climáticas aumenta. Um quarto daqueles que ainda não fizeram uma mudança de comportamento para reduzir sua contribuição para a mudança climática afirmam ter sofrido impactos ambientais da mudança climática (por exemplo, desastres naturais , condições climáticas extremas) (25%) ou ter visto os impactos ambientais da mudança climática em seus países. comunidade (24%) os faria querer tentar reduzir sua contribuição para as mudanças climáticas.
As mudanças de comportamento mais comuns que as pessoas já fizeram ou estão dispostas a fazer incluem: reduzir o desperdício, incluindo a reciclagem (89%); modernização do isolamento em suas casas (81%); limitar o uso de utilidades domésticas (79%); usar fontes de energia renováveis , como painéis solares ou comprar eletricidade de um fornecedor de energia renovável (78%); consumir menos em geral (77%); ou limitar as viagens aéreas (75%).
É menos provável que os adultos digam que mudaram ou estão dispostos a mudar os hábitos diários de transporte (por exemplo, carro compartilhado, dirigir um veículo elétrico ou híbrido, usar transporte público, caminhar ou andar de bicicleta) (67%) ou sua dieta (por exemplo, comer menos vermelho carne ou mudar para uma dieta vegetariana ou vegana) (62%).
A maioria (70%) também diz que já tem ou está disposto a tomar medidas, como trabalhar com sua comunidade para reduzir as emissões, por exemplo, instalando ciclovias, hospedando mercados de agricultores ou usando painéis solares comunitários . E quase 6 em 10 (57%) afirmam que já têm ou estão dispostos a escrever ou pressionar os funcionários eleitos sobre ações relacionadas às mudanças climáticas com uma proporção semelhante (57%) dizendo que já têm ou estão dispostos a ingressar em uma organização ou comitê ação de mudança climática.
As motivações mais comuns para mudanças de comportamento entre aqueles que tomaram medidas para reduzir sua contribuição para as mudanças climáticas estão querendo preservar o planeta para as gerações futuras (52%), seguidas de notícias sobre as mudanças climáticas e seus impactos nas notícias (43%) .
Cada um de nós pode ajudar a combater as mudanças climáticas com pequenos hábitos diários. Não precisa de dinheiro, tempo ou grandes mudanças. Mas é preciso persistência e, mais importante ainda, convencer mais pessoas todos os dias a se rever seus hábitos também.
Com informações do Meio Ambiente Rio