Ondas de calor, secas, inundações, furacões, deslizamentos de terra, incêndios, perda de moradias e disseminação de doenças, junto aos desmatamentos e níveis de poluição recordes. Enquanto o Brasil e o mundo continuam enfrentando desastres em todas as esferas, ativistas climáticos em todo o planeta realizam ações na Greve Global Pelo Clima, nesta sexta-feira, 19 de março, para exigir ações imediatas, concretas e ambiciosas por parte de líderes mundiais em resposta à crise climática.
No Brasil, o Instituto Internacional Arayara e outras organizações se unem ao Fridays For Future, movimento que criou a greve.
Por conta da pandemia, será realizada uma greve digital nas redes sociais, disseminando a hashtag #ChegaDePromessasVazias (em inglês, #NoMoreEmptyPromises), com mensagens de organizações de todo o mundo, além de apresentações em escolas pelo Brasil e projeções em edifícios por todo o país, que ressaltam a emergência que vivemos a nível global.
Durante a semana, foram feitas ações de conscientização, lives com diferentes organizações, oficina online com a Arayara sobre a perigosa articulação para os leilões que vendem blocos para extração de petróleo e gás ao longo de todo o território brasileiro. Vale lembrar que, atualmente, a inclusão da Bacia Potiguar na 17ª rodada do leilão da exploração de petróleo e gás atinge diretamente o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, patrimônio mundial da humanidade, junto à Reserva Biológica do Atol das Rocas.
Em 2019, a greve levou mais de 7 milhões de pessoas às ruas pelo mundo, e no ano passado as ações virtuais envolveram 150 países em milhares de frentes. Este ano, a ideia é que as ações passem a efetivamente pressionar as lideranças capazes de fazer a diferença com a mesma força que as mudanças climáticas já nos afetam.
Já se passaram cinco anos desde que o Acordo de Paris foi assinado. Mais 3 anos desde que o relatório alarmante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi visto pelos olhos do público. Com tudo, a crise só piora e escala, e a inação dos governos continua alimentando as chamas a cada minuto.
Todos precisam entender que vivemos no mesmo planeta e que, como sociedade, temos que assumir compromissos concretos a curto prazo para superar essa emergência climática global e sem precedentes que vivemos. Sim, é preciso estabelecer metas. Mas ficar adiando ações que precisam ser imediatas pensando em um futuro distante é garantir que esse futuro nem irá existir”, ressalta Nicole Oliveira, diretora da Arayara.
“A ciência é clara: as mudanças climáticas estão exacerbando os desastres naturais ao tornar esses eventos mais fortes, mais intensos, mais frequentes e, portanto, mais destrutivos. Nossas vidas dependem de ações imediatas”, disse João Duccini, ativista climático do Brasil.
Algumas propostas da campanha:
- Acabar com todo e qualquer investimento em exploração e extração de combustíveis fósseis
- Adotar políticas climáticas que considerem o bem-estar das classes trabalhadoras e mais vulneráveis pela crise climática
- Proteger e assegurar a democracia, fornecendo espaços e revogando leis que limitam a participação dos cidadãos na tomada de decisões sobre o clima
- Tornar o ecocídio um crime internacional