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ARAYARA participa de eventos preparatórios da COP30 e leva experiência em justiça climática aos debates

Esta última semana de agosto foi marcada por uma intensa agenda de atividades preparatórias para a COP30, reunindo sociedade civil, governo e especialistas em clima. O Instituto Internacional ARAYARA esteve presente em diferentes espaços de discussão, contribuindo com sua expertise socioambiental e trazendo a perspectiva das juventudes, das comunidades tradicionais e da justiça climática.

Juventude em destaque na Consulta Regional da PYCC

No dia 26 de agosto, a ARAYARA participou da Consulta Regional da Presidency Youth Climate Champion (PYCC), iniciativa que busca engajar jovens e garantir que suas vozes sejam incorporadas ao processo da COP30, que ocorrerá em Belém.

A mobilizadora socioambiental da ARAYARA, Raíssa Felippe, destacou a importância de envolver crianças e adolescentes nas decisões climáticas. “As infâncias, quando vistas pela perspectiva da educação, têm um impacto direto na transformação da realidade social. Um exemplo disso é a mobilização contra a UTE Brasília, na qual estudantes, professores e servidores se uniram para denunciar projetos fósseis que colocam em risco tanto o direito a um meio ambiente equilibrado quanto o acesso à educação”, afirmou.

Ela também destacou a força da juventude na disseminação de pautas climáticas por meio da arte: “expressões culturais, como as batalhas de rap na Expansão da Samambaia, têm mobilizado jovens para questionar os impactos da indústria fóssil e propor alternativas mais justas e sustentáveis.”

 

Seminário “COP30: Espaços de Participação Social”

Já no dia 27 de agosto, Felippe representou a ARAYARA no auditório do Palácio do Planalto, em Brasília, para o seminário “COP30: Espaços de Participação Social”, organizado pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

O encontro apresentou a Plataforma Brasil Participativo, ferramenta que permite à sociedade civil cadastrar soluções locais para o enfrentamento das mudanças climáticas. Essas propostas serão sistematizadas e apresentadas na Pré-COP em Brasília, em outubro.

Um dos pontos centrais do debate foi o Balanço Ético Global, que questiona as contradições do atual modelo econômico: enquanto a indústria fóssil recebe entre 4 e 6 trilhões de dólares anuais em subsídios, o financiamento climático ainda é insuficiente.

Confira transmissão:

 

Transição Justa em pauta

Ontem(28), a mobilizadora da ARAYARA participou da 2ª reunião da Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultura Familiar, com foco na construção de propostas sobre Transição Justa para a COP30.

Segundo Felippe, o debate contou com representantes da sociedade civil, autoridades brasileiras e organismos internacionais, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O objetivo foi fortalecer um documento que assegure que povos e comunidades tradicionais tenham seus direitos respeitados nos processos de transição energética. A agroecóloga alertou para a contradição entre a defesa da transição justa e os atuais investimentos em combustíveis fósseis:

“Não podemos falar em transição justa quando o governo segue ampliando a indústria fóssil sob o argumento de financiar a mudança energética. O último leilão de blocos de gás impacta diretamente territórios indígenas, como o do povo Manoki, em Mato Grosso, onde sequer houve consulta prévia, livre e informada — um direito fundamental que foi ignorado.”

Felippe lembrou ainda que o Ministério Público Federal já se pronunciou contra esses leilões, solicitando a sua suspensão.

Espaços de diálogo

As contribuições colhidas nesses encontros visam fortalecer a agenda da sociedade civil rumo à COP30, que ocorrerá em Belém em novembro. A consulta pública sobre a minuta de Transição Justa segue aberta até 31 de agosto, disponível neste link.

A diretora executiva da ARAYARA, Nicole Figueiredo, ressalta que com presença ativa nos espaços de diálogo, a ARAYARA reforça seu compromisso em defender uma transição energética justa, inclusiva e baseada nos direitos humanos, levando a voz de crianças, jovens e comunidades tradicionais para o centro das negociações climáticas globais.

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