+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Usina a carvão Ouro Negro pode ter processo de licenciamento ambiental arquivado

O Instituto Internacional Arayara protocolou, nesta semana, um pedido formal ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o arquivamento do processo de licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro. A instalação está planejada no município de Pedras Altas, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.

O projeto, movido a carvão mineral, surgiu a partir do Leilão A-6 de 2017, com previsão de iniciar operações seis anos após a contratação.

Responsável pelo projeto, a empresa Ouro Negro Energia LTDA pretendia instalar uma térmica de 600 Megawatt (MW), somando-se a outras usinas na bacia do Arroio Candiota – região considerada crítica para disponibilidade hídrica pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em 2016, a ANA já havia indeferido o pedido de outorga preventiva para captação de água do empreendimento.

“O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa apresenta falhas técnicas graves, como omissões, imprecisões e a ausência de alternativas menos intensivas no uso de água”, afirma o gerente de Transição Energética da Arayara, John Wurdig.

Segundo ele, o próprio processo de licenciamento do Ibama identificou pendências relevantes no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e no Plano de Ação de Emergência (Pae), incluindo riscos não mitigados no armazenamento de produtos perigosos, deficiências nos sistemas de combate a incêndios e falta de medidas para proteção da fauna e das áreas vulneráveis.

Apesar de ter sido formalmente notificada pelo Ibama em agosto de 2023 para apresentar complementações, a empresa não se manifestou. Considerando que o processo completará dois anos de inatividade em agosto de 2025 – prazo máximo estabelecido pelo Art. 50 da Instrução Normativa Ibama nº 184/2008 – a Arayara solicitou o arquivamento definitivo do processo.

Para o diretor técnico da instituição, Juliano Bueno de Araújo, a UTE Ouro Negro é tecnicamente inconsistente, socialmente injustificável e ambientalmente inviável. “O seu arquivamento representa um passo necessário para preservar os recursos hídricos da região e para o cumprimento da legislação ambiental vigente”, declarou.

Atualmente, a UTE Ouro Negro é o único projeto de usina a carvão em licenciamento junto ao Ibama. Em fevereiro de 2025, a Arayara já havia comunicado o encerramento do processo de licenciamento da UTE Nova Seival, nos municípios de Candiota e Hulha Negra, também no Rio Grande do Sul, após desistência formal do empreendedor. Esse projeto previa 726 MW a partir da queima de carvão mineral, mas foi encerrado diante das lacunas técnicas e ambientais identificadas.

Fonte: Jornal do Comércio

Foto: ARAYARA

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Comissão da Câmara pede que Ibama fiscalize crimes ambientais da CSN

A Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados fez nesta quinta-feira (23) uma reunião com representantes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) há duas semanas, por crimes de poluição e destruição ambiental em Volta Redonda, no Sul Fluminense. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) esteve à frente do encontro e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Petrobras tenta expandir área licenciada na Foz do Amazonas

Com permissão para perfurar bloco FZA-M-59 em mãos, empresa usa o mesmo processo para tentar abrir outros três poços de petróleo adjacentes. ONGs vão à Justiça contra autorização do Ibama. Um dia após obter a licença para perfurar o poço FZA-M-59 na bacia marítima da Foz do Amazonas, a Petrobras pediu autorização para abrir mais três usando o mesmo processo. Em documento encaminhado ao Instituto

Leia Mais »

Novo estudo do Inesc aponta queda nos subsídios aos fósseis, mas Brasil ainda privilegia combustíveis poluentes

Na tarde desta quinta-feira (23), diretores do Instituto Internacional ARAYARA participaram do lançamento da oitava edição do Monitoramento dos Subsídios às Fontes de Energia no Brasil (2023-2024), realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). O estudo revela que, pela primeira vez em oito anos, os subsídios aos combustíveis fósseis caíram 42% em 2024. Apesar da redução, o Brasil ainda mantém

Leia Mais »