+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Transição do carvão avança na Europa; EUA e China ficam para trás

Capacidade global de carvão aumentou para 2.175 GW em 2024 – 259 GW a mais desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015

Levantamento do Global Energy Monitor (.pdf) publicado na quinta (3/4) mostra que o descomissionamento de usinas a carvão na Europa avançou em 2024, com 24 dos 27 países membros da União Europeia projetando o fim da dependência do combustível fóssil até 2033.

No ano passado, as aposentadorias no bloco quadruplicaram em relação a 2023, num total de 11 GW – sendo 6,7 GW apenas na Alemanha. Já Irlanda e Espanha devem encerrar a geração de eletricidade a carvão em 2025.

Enquanto isso, fora da UE, o Reino Unido concluiu a eliminação gradual da fonte fóssil na sua matriz.

Mas em outros lugares, a transição está mais lenta. Nos Estados Unidos, as aposentadorias caíram para 4,7 GW – o menor total anual do país desde 2014, em uma desaceleração que começou em 2021.

O estudo observa, no entanto, que a saída dos EUA do carvão tende a ganhar ritmo nos próximos anos, independente do apoio do governo Trump à fonte.

“Mais carvão foi aposentado durante o primeiro mandato de Trump do que sob Obama ou Biden — uma tendência que deve continuar”, diz o relatório.

China, maior consumidora global, estabeleceu no plano quinquenal 2021-2015 a meta de descomissionar 30 GW de termelétricas a carvão. O país, no entanto, está ampliando sua capacidade: em 2024, foram adicionados 30,5 GW — 70% do total global — e 94,5 GW começaram a ser construídos.

Isso contribuiu para que a capacidade global de carvão aumentasse para 2.175 GW – 259 GW a mais desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015.

Índia também registrou seu maior nível de novas propostas de carvão, totalizando 38,4 GW. Aliás, China e a Índia sozinhas são responsáveis ​​por 87% da capacidade de energia a carvão em desenvolvimento no mundo, calcula o monitor.

Combustível fóssil com a maior pegada de carbono e a pior taxa de eficiência energética, o carvão mineral responde por cerca de 4% da geração de eletricidade no Brasil, mas foi o grande responsável pelo aumento das emissões por GWh na geração termelétrica em 2023.

As usinas carboníferas brasileiras – concentradas na região Sul – enfrentam agora o dilema da transição energética. Elas tentam encontrar uma forma de dar longevidade aos ativos, ao mesmo tempo em que organizações ambientais apontam a insustentabilidade econômica de manter essas térmicas em operação.

“No período de 2020 a 2024, o governo brasileiro gastou uma média de R$ 1,07 bilhão anualmente em subsídios para a geração de eletricidade a carvão. Os subsídios governamentais para combustíveis fósseis também continuam a superar aqueles para energias renováveis, apesar de estas atraírem mais investimentos estrangeiros”, aponta a Arayara, ONG que contribuiu com o capítulo sobre Brasil no estudo do Global Energy Monitor.

Em fevereiro, a discussão sobre recontratação das usinas termelétricas a carvão no Brasil chegou ao governo federal com o pedido do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao Ministério de Minas e Energia pela edição de uma medida provisória para a recontratação da usina de Candiota.

Comprada em 2023 da Eletrobras pela Âmbar Energia, a UTE Candiota teve o fim do contrato em dezembro do ano passado.

A expectativa era que a situação fosse equacionada no marco legal das eólicas offshore, que previa a extensão dos contratos das termelétricas a carvão até 2050. O trecho foi vetado pelo presidente Lula (PT) da versão final do texto, que aguarda confirmação pelo Congresso.

Fonte: Eixos

Foto: reprodução – Catazul/Pixabay

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA fortalece representação da sociedade civil no Conama com presença ativa em câmaras técnicas

O Instituto Internacional ARAYARA amplia sua atuação no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) ao integrar oficialmente duas câmaras técnicas fundamentais para a formulação de políticas públicas ambientais no Brasil. A decisão foi aprovada por consenso pela Bancada de Entidades da Sociedade Civil durante a 146ª Reunião Ordinária do Plenário, realizada em 11 de junho na sede do Ibama, em

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Brazilian activists vow to fight Amazon oil auction in court, hail ‘partial victory’ over unsold blocks

Brazil has faced criticism over last week’s auction of exploration blocks just months before it hosts COP30 talks focused on shifting away from fossil fuels   Amanda Magnani Editing: Helen Popper and Sebastián Rodríguez   A controversial auction of oil blocks in the Amazon by COP30 host Brazil drew bids on only 20% of the areas offered, a result that

Leia Mais »

Denúncia na CPI Rio Melchior revela graves impactos ambientais e sociais da UTE Brasília

Na véspera da oitava reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior, marcada para esta quinta-feira (26/06) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o Instituto Internacional ARAYARA protocolou um ofício à presidência da comissão solicitando a inclusão, no inquérito, da Ação Civil Pública e da liminar que suspenderam as outorgas de uso de recursos hídricos — nº 337/2023

Leia Mais »

Sociedade civil brasileira denuncia riscos da indústria fóssil durante a UNOC

A participação da sociedade civil brasileira na 3ª Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC3) contou com a presença marcante do Instituto Internacional ARAYARA, que levou pautas urgentes sobre justiça climática, transição energética e o protagonismo das comunidades tradicionais na proteção dos oceanos. Com atividades realizadas entre os dias 7 e 12 de junho, em Nice, na França, a organização

Leia Mais »