+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Termo Norte quer entrar em leilão com termelétrica do DF

Toda a polêmica em torno da ideia de construir uma termelétrica no Distrito Federal não parece demover a Termo Norte, empresa por trás do projeto, no seu objetivo. Pela primeira vez, a empresa responsável pelo empreendimento concedeu uma entrevista detalhando seu objetivo. As declarações foram feitas pelo diretor da usina, Isaac Mizrah, à Agência Infra, especializada em termas de infraestrutura. A reportagem foi publicada às vésperas da audiência pública sobre a UTE, marcada para o dia 17 de junho.

Segundo o que foi dito por Mizrah, o início das operações da usina está projetado para iniciar em 2031, estimando-se o custo da energia entre R$ 600 e R$ 700 por Megawatts em uma produção inflexível de 70%.

“Proatividade”

O diretor declarou que o projeto será lançado no Leilão de Reserva de Capacidade na Forma de Energia, da Lei da Eletrobras, sancionada em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, as “polêmicas ao redor da usina são contrárias à proatividade”.

O diretor também revela que, apesar da concepção inicial do equipamento ser de uma Usina de 1470MW, a empresa pode diminuir a produção para 500MW para se adequar à concorrência do leilão, que tem previsão para acontecer em 2026.

Segundo a reportagem, a Audiência Pública, que é pré-requisito para dar continuidade ao processo de licenciamento do Ibama, acontecerá no mesmo dia em que está prevista a votação da reestruturação do veto do presidente Lula à Lei da Eletrobrás, que reduziu o montante de obrigação de contratação de térmicas de 8.000 MW para 4.250 MW de potência.

A reportagem tentou entrar em contato com a Termo Norte, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Análise

Anton Schwyter, gerente energético do instituto Arayara, diz ter identificado algumas contradições, pois o diretor disse que vai operar em 70% do tempo, mas o Leilão de Reserva objetiva contratações emergentes, que só são acionadas quando surgem situações excepcionais que demandam injetar a potência, como uma espécie de seguro. Ele explica que o temo “inflexível” se contradiz com a proposta do próprio Leilão.

Além disso, o especialista se preocupa com o possível parcelamento de MW/h, uma vez que o diretor afirmou que podem diminuir a quantidade da oferta para o leilão, no qual, segundo ele, vence o empreendimento com menor oferta, mas que depois pode ser retificado uma vez que o equipamento está planejado para ter potência de 1470 MW.

Sobre o preço, o gerente diz que o preço por MW/h está quase dentro dos padrões, que geralmente é de R$ 500 à R$ 600, mas alerta para a possibilidade de que, se aprovada a Usina da Termelétrica, a conta de energia vai ficar mais cara para os consumidores.

Jabuti

A empresa também confirmou à Agência Infra que a tratativa corre em paralelo com a renovação da licença de instalação do gasoduto da empresa Transportadora de Gás Brasil Central (TGBC), que é do mesmo sócio da Termo Norte: Carlos Suarez.

A Coluna Magnavita, no dia 19 de março, também já havia apontado para outra “coincidência”: Suarez tem 75% da CEB Gás, empresa de economia mista que tem o direito de explorar o gás encanado no DF. Com o gasoduto a empresa que tem a Companhia Enérgica de Brasília -CEB, será a grande beneficiada. Inclusive, a própria CEB Gás admite que funciona enquanto o gasoduto não é instalado.

“Se jabuti não sobe em árvore, usina termelétrica não brota no Cerrado brasileiro do nada”, provocou a Coluna Magnavita.

Fonte: Correio da Manhã

Foto: reprodução/ Correio da Manhã/ Pixbay

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA participa do Podcast do Líder e destaca programa de proteção a ativistas ambientais

A coordenadora de Advocacy do Instituto Internacional ARAYARA, Renata Prata, foi a convidada do episódio #80 do Podcast do Líder, apresentado pelo deputado estadual Marcelino Galo, líder do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). No bate-papo, Renata abordou a atuação da ARAYARA na defesa socioambiental e destacou o lançamento do programa “Defensores dos Defensores”, uma iniciativa dedicada

Leia Mais »

Organização denuncia irregularidades na mineração durante reunião do GTA da ACP do Carvão em Criciúma

Instituto Internacional ARAYARA alertou sobre os passivos ambientais da Região Carbonífera de SC e cobrou transparência nos relatórios de indicadores ambientais   Nos dias 24 e 25 de setembro, o Instituto Internacional ARAYARA participou da reunião mensal do Grupo Técnico de Assessoramento à Execução da Sentença (GTA) da Ação Civil Pública (ACP) do Carvão, realizada em Criciúma (SC). O encontro,

Leia Mais »

Carta à COP30 propõe fortalecer a agenda oceânica com protagonismo de comunidades costeiras

Organizações da sociedade civil entregam documento à Secretaria Executiva da COP30 com propostas para garantir justiça climática e oceânica na Conferência de Belém Na última quinta-feira (17), representantes da Coalizão COPMar – De Nice a Belém, formada por organizações da sociedade civil e movimentos dos povos do mar, participaram de uma reunião estratégica com Ana Toni, secretária executiva da COP30,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Na UFPR, jovens unem forças pelo clima em fórum pré-COP 30

À medida em que se aproxima a Conferência das Partes (COP30), que para muitos deverá ser a mais importante da história, atores nacionais e internacionais preparam-se para sentar à mesa de negociação, entre os dias 10 e 21 de novembro, firmando comprometimentos efetivos para o futuro do meio ambiente. A Conferência, que será um evento sem precedentes em Belém, precisará resultar em ações ambiciosas

Leia Mais »