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ARAYARA na Mídia: Termo Norte quer entrar em leilão com termelétrica do DF

Toda a polêmica em torno da ideia de construir uma termelétrica no Distrito Federal não parece demover a Termo Norte, empresa por trás do projeto, no seu objetivo. Pela primeira vez, a empresa responsável pelo empreendimento concedeu uma entrevista detalhando seu objetivo. As declarações foram feitas pelo diretor da usina, Isaac Mizrah, à Agência Infra, especializada em termas de infraestrutura. A reportagem foi publicada às vésperas da audiência pública sobre a UTE, marcada para o dia 17 de junho.

Segundo o que foi dito por Mizrah, o início das operações da usina está projetado para iniciar em 2031, estimando-se o custo da energia entre R$ 600 e R$ 700 por Megawatts em uma produção inflexível de 70%.

“Proatividade”

O diretor declarou que o projeto será lançado no Leilão de Reserva de Capacidade na Forma de Energia, da Lei da Eletrobras, sancionada em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, as “polêmicas ao redor da usina são contrárias à proatividade”.

O diretor também revela que, apesar da concepção inicial do equipamento ser de uma Usina de 1470MW, a empresa pode diminuir a produção para 500MW para se adequar à concorrência do leilão, que tem previsão para acontecer em 2026.

Segundo a reportagem, a Audiência Pública, que é pré-requisito para dar continuidade ao processo de licenciamento do Ibama, acontecerá no mesmo dia em que está prevista a votação da reestruturação do veto do presidente Lula à Lei da Eletrobrás, que reduziu o montante de obrigação de contratação de térmicas de 8.000 MW para 4.250 MW de potência.

A reportagem tentou entrar em contato com a Termo Norte, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Análise

Anton Schwyter, gerente energético do instituto Arayara, diz ter identificado algumas contradições, pois o diretor disse que vai operar em 70% do tempo, mas o Leilão de Reserva objetiva contratações emergentes, que só são acionadas quando surgem situações excepcionais que demandam injetar a potência, como uma espécie de seguro. Ele explica que o temo “inflexível” se contradiz com a proposta do próprio Leilão.

Além disso, o especialista se preocupa com o possível parcelamento de MW/h, uma vez que o diretor afirmou que podem diminuir a quantidade da oferta para o leilão, no qual, segundo ele, vence o empreendimento com menor oferta, mas que depois pode ser retificado uma vez que o equipamento está planejado para ter potência de 1470 MW.

Sobre o preço, o gerente diz que o preço por MW/h está quase dentro dos padrões, que geralmente é de R$ 500 à R$ 600, mas alerta para a possibilidade de que, se aprovada a Usina da Termelétrica, a conta de energia vai ficar mais cara para os consumidores.

Jabuti

A empresa também confirmou à Agência Infra que a tratativa corre em paralelo com a renovação da licença de instalação do gasoduto da empresa Transportadora de Gás Brasil Central (TGBC), que é do mesmo sócio da Termo Norte: Carlos Suarez.

A Coluna Magnavita, no dia 19 de março, também já havia apontado para outra “coincidência”: Suarez tem 75% da CEB Gás, empresa de economia mista que tem o direito de explorar o gás encanado no DF. Com o gasoduto a empresa que tem a Companhia Enérgica de Brasília -CEB, será a grande beneficiada. Inclusive, a própria CEB Gás admite que funciona enquanto o gasoduto não é instalado.

“Se jabuti não sobe em árvore, usina termelétrica não brota no Cerrado brasileiro do nada”, provocou a Coluna Magnavita.

Fonte: Correio da Manhã

Foto: reprodução/ Correio da Manhã/ Pixbay

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