+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Novo leilão de energia gera polêmica ao incluir fontes fósseis

Após 11 anos, governo abre consultas públicas que preveem a contratação de termelétricas fósseis, com subsídios milionários

A 76 dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), o governo federal reacendeu uma polêmica no setor energético, ao publicar novas diretrizes para o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) 2026. A medida, oficializada na última sexta-feira pelo Ministério de Minas e Energia (MME), prevê a contratação de potência elétrica a partir de usinas movidas a gás natural, carvão mineral e óleo diesel, consideradas fontes fósseis de alta emissão de gases de efeito estufa.

O anúncio marca a volta do carvão à agenda de leilões de energia no Brasil, após 11 anos. De acordo com dados do Instituto Internacional Arayara, a última contratação de uma térmica a carvão ocorreu em 2014, com a Usina Pampa Sul, em Candiota (RS). Desde então, o país vinha reduzindo gradualmente a participação dessa fonte na matriz elétrica por causa de seus impactos ambientais.

O LRCAP 2025, que estava programado para acontecer em abril passado, foi cancelado pela justiça, após gerar forte reação de organizações de proteção ambiental, que levantaram questionamentos sobre os riscos e irregularidades no processo. Segundo o gerente de transição energética do Arayara, John Wurdig, o edital projetava emissões de até 1,11 gigatoneladas de CO² até 2050, caso as usinas cadastradas entrassem em operação. “Agora, com o LRCAP 2026, o cenário se torna ainda mais preocupante, uma vez que o edital inclui não apenas térmicas a carvão mineral, mas também a óleo diesel, o que dificulta até mesmo estimar o volume total de emissões adicionais”, afirmou.

Nos bastidores do Congresso, o tema também é alvo de disputas. Desde 2024, dispositivos conhecidos como “jabutis” — emendas incluídas em projetos de lei sem relação direta com o tema principal — vêm sendo usados para assegurar a continuidade dos subsídios ao carvão. Um desses mecanismos chegou a ser aprovado no Projeto de Lei (PL) das Eólicas Offshore, mas acabou vetado pelo presidente Lula.

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) aponta distorções no modelo de contratação, em que os consumidores pagam mesmo quando a energia não é utilizada. “Estamos diante de um leilão que contraria os compromissos climáticos do país, justamente às vésperas da COP30”, disse o presidente da entidade, Luiz Barata.

Por Vanilson Oliveira

Fonte: Correio Braziliense

Foto: reprodução/ Correio Braziliense/  tv globo

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Justiça autoriza continuidade da Usina Candiota 3 e de minas de carvão no RS durante recurso judicial

Decisão do TRF-4 suspende efeitos de sentença que determinava paralisação; organizações ambientais alertam para impactos climáticos e de saúde A Justiça Federal derrubou a decisão de primeira instância que havia suspendido as licenças de operação da Usina Termelétrica Candiota 3 e das minas de carvão em Candiota, na região da Campanha, no Rio Grande do Sul. O Tribunal Regional Federal

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: COP30: Combustíveis fósseis devem ser ponto de tensão em conferência sobre o clima em Belém

A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro deste ano, em Belém (PA), promete ser uma das mais importantes até agora. A expectativa é de que os combustíveis fósseis sejam um dos temas mais polêmicos das discussões, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta eventos climáticos extremos com mais frequência e intensidade. Por

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: 2026 será o ano das decisões de investimento em hidrogênio no Brasil?

Amônia, metanol e fertilizantes serão os primeiros produtos ofertados por projetos de hidrogênio verde com FID para o ano que vem NESTA EDIÇÃO. Primeiras decisões de investimentos em hidrogênio verde no Brasil devem sair em 2026, com cerca de R$ 63 bilhões no radar. Garantias regulatórias e de demanda são dois pontos fundamentais para a viabilidade desses investimentos. Sete projetos em escala

Leia Mais »