+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Mesmo sem operar, Candiota 3 recebeu subsídio em janeiro

A Usina Termelétrica Candiota 3 recebeu cerca de R$ 12,7 milhões em subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em janeiro deste ano, mesmo sem operar, para a compra de combustível fóssil, informa o Instituto Arayara. O recurso é utilizado para a compra de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Na sexta-feira (21), a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, pasta a qual a CRM é vinculada, prorrogou o contrato de fornecimento por mais dois meses com a usina.

“Em análise ao Boletim de Contas Setoriais da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e à subconta do carvão mineral, o Instituto Internacional Arayara constatou que, em janeiro de 2025, foi realizado um desembolso mensal no valor de R$ 12,7 milhões à Âmbar Energia, referente à Usina Termelétrica (UTE) Candiota III, destinado à aquisição de carvão mineral. No entanto, o empreendimento encontra-se desligado e sem operação desde 1º de janeiro de 2025, além de não possuir contrato vigente com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)”, afirma em nota o instituto.

Arayara informa que tomará as devidas providências, notificando a ANEEL sobre os reembolsos. A reportagem tentou contato com a Âmbar Energia, com a ANEEL e com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela gestão financeira e operacional da CDE, mas, até o momento, não obteve retorno.

Ainda de acordo com o instituto, a UTE Candiota III, que ficou inativa por cinco meses em 2024, recebeu mais de R$78 milhões em subsídios da CDE. “Este empreendimento fóssil, considerado instável, não operou durante as inundações de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, evidenciando a falta de segurança e dependência de fontes de energia não renováveis”, afirma em nota John Wurdig, gerente de Transição Energética do Instituto. Os dados são do Monitor Energia da Arayara. Ele também questiona se o subsídio irá continuar em 2025, uma vez que a usina está desativada.

Sobre a prorrogação do contrato da Âmbar com a estatal, havia uma incerteza cercando o tema, pois a térmica está desligada desde o começo do ano e não há garantia de quando e se a unidade voltará a operar. A secretária estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, informou recentemente durante a viagem de comitiva gaúcha à Holanda que havia a perspectiva que o contrato entre as empresas ficasse em suspenso, mas também apontou a possibilidade de uma solução, que classificou como “precária”, que seria uma prorrogação provisória de fornecimento de carvão por parte da CRM, o que acabou se confirmando.

O futuro da usina está vinculado a uma definição sobre o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao artigo 22 do Projeto de Lei (PL) 576 ou outra mudança sobre a questão. Esse artigo garantiria a extensão da operação da unidade gaúcha.

Em média, a térmica gaúcha consome aproximadamente 1,5 milhão de toneladas ao ano do mineral. Segundo a Âmbar Energia, empresa responsável por Candiota 3, a usina gera 500 empregos diretos, entre funcionários e terceirizados, e contribui com mais de R$ 80 milhões por ano em tributos. Com capacidade instalada de 350 MW, fornece 9% da energia consumida no Rio Grande do Sul, suficiente para atender a 1 milhão de pessoas.

Fonte: Jornal do Comércio

Foto: reprodução/ Tatiana Gappmayer/Divulgação/JC

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Brazil’s Congress defies Lula to push through “devastation bill” on COP30’s heels

NGOs say the new environmental licensing rules to fast-track mining, energy and infrastructure projects will sweep away existing safeguards, undermining the country’s climate pledges in Belém Brazil’s Congress has pushed through legislation to weaken environmental safeguards for mining, infrastructure and agricultural projects, overriding a partial presidential veto just days after the end of COP30 and setting the stage for a possible showdown

Leia Mais »

Leilão de áreas do Pré-Sal expõe contradição da política energética brasileira e afasta Petrobras da transição energética justa

Leilão de áreas do Pré-Sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira São Paulo, 04 de dezembro de 2025 – O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do Pré-Sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Licença especial acelera licenciamento para empreendimentos que vão do agro à exploração de petróleo na Amazônia

Por Fábio Bispo – InfoAmazônia Parte central de medida provisória aprovada pela Câmara nesta terça-feira (3), a nova Licença Ambiental Especial (LAE) prevê o prazo máximo de até 1 ano para licenciar projetos considerados ‘estratégicos’ pelo governo. Especialistas alertam para afrouxamento de regras para grandes projetos da agropecuária extensiva, mineração e exploração de petróleo. Um relatório redigido e alterado seis

Leia Mais »

Licenciamento especial vai à sanção e ONGs prometem judicializar

Organizações ambientais prometem judicialização de alterações no licenciamento de grandes projetos no Brasil Por Nayara Machado – Eixos NESTA EDIÇÃO. Senado aprova MP do licenciamento especial em votação simbólica. Texto vai à sanção. ONGs classificam mudanças na lei como retrocesso ambiental e prometem levar à Justiça. Em uma votação simbólica na tarde desta quarta (3/12), o Senado aprovou a conversão em

Leia Mais »