+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Em licença da Foz do Amazonas, Ibama aponta que previsão para acidente com óleo terá que ser atualizada

A licença concedida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a perfuração na bacia da Foz do Amazonas prevê que uma nova modelagem de dispersão de petróleo no oceano, que simula o vazamento em caso de acidentes, seja feita a cada ano.

Ambientalistas criticam que uma nova versão não tenha sido entregue antes da autorização dada para a pesquisa no chamado bloco 59, concedida nesta segunda (20).

Planeta em Transe

A autorização emitida à Petrobras determina que a empresa apresente um relatório anual com “uma nova modelagem de dispersão de óleo utilizando a nova base hidrodinâmica elaborada para a margem equatorial”.

A exigência é uma das 34 condicionantes para a atividade da petroleira no poço localizado a 175 km da costa do Amapá.

“O Ibama está permitindo testes, que já trazem um impacto à região, com a condição de que uma nova modelagem seja feita. Ou seja, essa modelagem não serve, deveria ser refeita antes de autorizar a licença”, diz Nicole Oliveira, diretora-executiva do Instituto Internacional Arayara.

Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, afirma que as análises não tiveram a robustez necessária.

“Na etapa atual, a questão do acidente na perfuração é o principal problema a ser avaliado. Se eles mesmos reconhecem a necessidade de uma nova modelagem, não poderiam ter liberado a licença”, declara Araújo, que também presidiu o Ibama de 2016 a 2018.

Em nota, o Ibama afirma que as modelagens foram validadas e que a condicionante se refere a uma atualização: “Tal solicitação visa avaliar a aderência dos resultados decorrentes da utilização das novas bases aos já aprovados durante o licenciamento”.

Nicole Oliveira afirma que o órgão ambiental focou o processo de autorização no centro de fauna atingida por um eventual vazamento de óleo e colocou a modelagem em segundo plano.

“É uma região em que as correntes marítimas são totalmente diferentes de outros locais no litoral brasileiro. O nível do mar eleva 7 metros, 17 metros, em um período de horas ou semanas. Todas as características oceânicas e do próprio sistema recifal são muito únicas e sensíveis para se explorar sem os estudos adequados”, diz.

O Ibama declara que o licenciamento envolveu todos os passos exigidos, e o Ministério do Meio Ambiente diz que a autorização “resulta de um rigoroso processo de análise ambiental”.

Daniela Jerez, advogada do Greenpeace Brasil, afirma que a modelagem é essencial para avaliar o plano de emergência da Petrobras.

“Existe uma enorme incoerência técnica na aprovação da atividade de perfuração do bloco 59, demandando que após o seu início se apresente uma nova modelagem usando uma base hidrodinâmica que hoje já está concluída”, diz.

 

Foto: reprodução / Folha de S. Paulo/ Lalo de Almeida/ Folha Press

Fonte: Folha de S. Paulo

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Welcome to the planet’s newest oil frontier

Off Brazil’s northeastern coast, where the sediment-heavy water of the vast Amazon River tips out into the Atlantic, are two very different types of treasure. The first is an ecological gem: a 3,600 square-mile deepwater coral reef discovered less than a decade ago. The second treasure puts the first in immediate danger. Billions of barrels of oil may lie in the ancient

Leia Mais »

Silêncio Judicial: Lançamento de Pesquisa Inédita na COP30 Expõe Assédio Contra Defensores Climáticos

O ARAYARA Amazon Climate Hub sediou, nesta terça-feira (11), o lançamento da pesquisa inédita “Mapeamento da Litigância Estratégica contra a Participação Pública no Brasil”, que revela como grandes atores utilizam o sistema de Justiça para intimidar, silenciar e criminalizar defensores ambientais, indígenas e quilombolas. O evento, com o tema “Litigância Estratégica contra a Participação Pública (LEPPs): tendências, impactos e caminhos

Leia Mais »

Surfistas na COP 30: a luta pelo clima desde o oceano e as pororocas

Roda de conversa no ARAYARA Amazon Climate Hub reflete sobre o surf enquanto forma de observação crítica e expressão cultural das relações entre as pessoas e o mar.   A rede EcoSurf, em parceria com a Associação Alternativa Terrazul realizou, na tarde de hoje (11), no Pátio Yard do Amazon Climate Hub,  roda de conversa Diálogos da Floresta e do

Leia Mais »

Autoproteção e Aliança: Lideranças Indígenas da América Latina se defendem em autogestão

A necessidade de fortalecer a autonomia e a autoproteção indígena diante da crise climática e da violência territorial foi o tema central do evento “Justiça Climática e Autonomia Indígena: Integrando a Defesa Territorial, a Proteção e as Estratégias de Resiliência nas Políticas Globais e Nacionaisl”, realizado no ARAYARA Amazon Climate Hub, nesta terça-feira (11). Organizado pela Alianza Latinoamericana de Defensores

Leia Mais »