Reconhecendo a importância estratégica do Plano Nacional de Economia Circular (PNEC) como um instrumento fundamental para guiar o Brasil na transição para um modelo econômico mais sustentável, inovador e competitivo, o Instituto Internacional ARAYARA participou da iniciativa, enviando contribuições para seu desenvolvimento.
A criação do Plano Nacional de Economia Circular (PNEC) é um desdobramento da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), estabelecida pelo Decreto nº 12.082/2024, e tem como objetivo implementar políticas que promovam a circularidade na produção e no consumo.
O plano visa reduzir desperdícios, otimizar recursos e impulsionar a inovação. Embora seja uma ação de Estado de longo prazo, o governo federal convida setores produtivos, academia, sociedade civil e governos estaduais e municipais a participarem da consulta pública, ajudando a definir ações para uma economia mais eficiente, regenerativa e inclusiva.
“A economia circular representa uma oportunidade crucial para reduzir a pressão sobre os recursos naturais, minimizar resíduos e emissões e promover um ciclo produtivo mais eficiente e regenerativo”, destaca o diretor técnico da ARAYARA, Juliano Bueno de Araújo.
Para essa contribuição, a ARAYARA contou com a parceria da Oceana, uma organização internacional dedicada à proteção dos oceanos e à promoção de políticas ambientais sustentáveis.
Poluição nos Oceanos
O aumento na produção de plásticos e seu descarte inadequado tem gerado impactos ambientais profundos, afetando ecossistemas terrestres e marinhos, comprometendo a biodiversidade e representando riscos à saúde pública.
Para a oceanógrafa da ARAYARA, Kerlem Carvalho, é fundamental abordar a questão da poluição plástica, destacando sua conexão com os combustíveis fósseis. “O plástico derivado do petróleo é apenas um reflexo de um modelo de consumo linear que explora recursos finitos sem considerar as consequências socioambientais. Para alcançar uma verdadeira economia circular, precisamos não apenas reimaginar como reciclamos e reutilizamos, mas também como nos desvinculamos da exploração incessante de recursos fósseis”.
A pesquisadora ressalta ainda que o plástico, derivado diretamente do petróleo, reforça a relação entre o modelo de produção e consumo e a expansão das fronteiras de exploração de combustíveis fósseis no Brasil.
O diretor técnico da ARAYARA, Juliano Bueno de Araújo, destaca a importância de enfrentar a expansão das fronteiras de petróleo e gás no Brasil, enfatizando que a dependência de combustíveis fósseis não apenas perpetua um modelo de desenvolvimento insustentável, mas também alimenta a produção de plásticos descartáveis e de difícil reciclagem.
“Para que a economia circular se torne uma realidade, é fundamental reduzir a produção de plásticos derivados de combustíveis fósseis, incentivar o desenvolvimento de alternativas sustentáveis, recicláveis e biodegradáveis, além de implementar políticas públicas que desestimulem o uso de plásticos de uso único”, afirma Araújo.
Foto: reprodução/ REUTERS/Ricardo Moraes