Na noite desta terça-feira (21), o Instituto Internacional ARAYARA promoveu o curso online Jornalismo e Finanças Climáticas: Investigando o Financiamento dos Combustíveis Fósseis, voltado à capacitação de jornalistas e comunicadores na compreensão da estrutura de projetos e fluxos financeiros que sustentam a expansão fóssil na América Latina e no Caribe.
O encontro reuniu profissionais de imprensa de diversos estados brasileiros e marcou o primeiro treinamento voltado ao uso dos monitores interativos desenvolvidos pela ARAYARA, que mapeiam projetos de petróleo, gás e carvão e identificam os principais investidores e financiadores da indústria fóssil. Os estudos e diagnósticos apresentados , compõem o relatório internacional The Money Trail Behind Fossil Fuel Expansion in Latin America and the Caribbean.
Durante o curso, o especialista em geociências Alisson Capelli, apresentou as plataformas e explicou conceitos fundamentais da cadeia do petróleo e gás, como a diferença entre upstream e midstream e entre investimento e financiamento fóssil. Segundo ele, a base técnica processada demostram que a Petrobras mantém a liderança na expansão fóssil da região: “A transição que a Petrobras diz fazer é, na verdade, do petróleo para o petróleo. A estatal pretende expandir sua produção em mais de 7 bilhões de barris de óleo equivalente nos próximos anos.”
Luz Dorneles, coordenadora de comunicação do Instituto Internacional ARAYARA, reforçou o papel da imprensa no acompanhamento das novas fronteiras de exploração, especialmente na Margem Equatorial. Para ela, “hoje a imprensa está cobrindo apenas um bloco, o 59, porém o projeto envolve dezenas de blocos na costa. Precisamos estar atentos em relação à abertura de porta para exploração de petróleo na Margem Equatorial, e os monitores da Arayara são uma ferramenta excelente para acompanhamento desse processo”.
Encerrando o encontro, a diretora-executiva Nicole Oliveira destacou que este foi o primeiro de uma série de cursos de formação sobre finanças fósseis, voltados a jornalistas e sociedade civil. Segundo ela, o objetivo é “proporcionar mais espaços de formação para que jornalistas e a sociedade civil se apropriem de ferramentas de acesso à informação e ajudem a monitorar o avanço da indústria fóssil, atuando para impedir a destruição e facilitar uma transição energética justa no Brasil e na América Latina”.
O evento integra a estratégia do Instituto ARAYARA de democratizar o acesso à informação e apoiar o jornalismo ambiental independente, num momento em que o país retoma a exploração de petróleo em regiões sensíveis como a Foz do Amazonas.















