+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Ambientalistas defendem nova política energética nacional para os combustíveis fósseis durante leilão de petróleo no Rio

Sociedade civil e representantes de comunidades tradicionais e de pescadores artesanais do Rio de Janeiro, fizeram uma manifestação no centro da capital fluminense, na manhã desta sexta-feira (16/12), para alertar a sociedade quanto à urgência na consolidação de políticas para uma transição energética justa, inclusiva e sustentável.

A mobilização, liderada pelo Instituto Internacional ARAYARA, ocorreu em paralelo à realização da sessão pública do 1º Ciclo da Oferta Permanente sob o regime de Partilha de Produção, promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os manifestantes se reuniram em frente ao hotel onde foi realizado o leilão, no canteiro central da movimentada Avenida Presidente Vargas, e com faixas de protesto e em defesa da transição energética justa chamaram a atenção de motoristas e pedestres que transitavam pelo local.

 

Leilão esvaziado

Foram negociados, no leilão da ANP, apenas quatro dos 11 blocos de exploração ofertados: Água Marinha e Norte de Brava, na Bacia de Campos, e Bumerangue e Sudoeste de Sagitário, na Bacia de Santos.

“O fracasso do leilão é um sinal da transição energética, tão demandada pela sociedade civil para proteção do clima, da biodiversidade e das comunidades que não terão suas áreas de pesca prejudicadas por essa atividade”, comemorou o diretor técnico do Instituto ARAYARA e do OPG – Observatório do Petróleo e Gás, engenheiro Juliano Bueno de Araújo.

Para o especialista em energia e clima, uma das razões do esvaziamento do leilão foi a falta de critério da ANP ao oferecer áreas inviáveis para exploração, por conta de restrições técnicas, biodiversidade sensível e ambientais. “Entendemos que isso, aliado à insegurança jurídica dos blocos sob litígio, afugentou os investidores, que não querem ter o seu nome associado a um eventual desastre ou a danos socioambientais e econômicos irreparáveis.” Isso foi questionado pela jornalista da Arayara, Juliane Sousa, durante o leilão e, no entanto, não foi respondido pela ANP, que alegou não saber os motivos do desinteresse das empresas na maior parte dos blocos ofertados. 

 

 

Transição Energética Justa

O Instituto ARAYARA, Coalizão Energia Limpa, COESUS, Confem e Observatório do Clima, vem alertando sobre os riscos da expansão da atividade petrolífera nessas bacias, que já são intensamente exploradas, principalmente por conta da sobreposição das novas áreas exploratórias com importantes zoneamentos de conservação de ambientes sensíveis ou de espécies ameaçadas de extinção.

As organizações defendem a exclusão de áreas ambientalmente sensíveis do sistema de oferta permanente de blocos de exploração e produção de petróleo, bem como a realização de estudos socioambientais e climáticos mais criteriosos para expansão da atividade petrolífera. Além disso, a ARAYARA, IEA-USP, LUPPA e Sindipetro-RJ propõem a consolidação de uma política nacional para a Transição Energética Justa do Petróleo, o que inclui a criação de um fundo para viabilizar esse processo e a aplicação de royalties da indústria fóssil em programas sociais voltados às comunidades afetadas e à transição energética justa.

“O futuro que queremos é o da transição energética justa, no qual o Brasil deixa de ser refém do petróleo e gás, e acelera um programa robusto de hidrogênio verde, de geração de energia por biomassa, eólica e solar, da composição de uma frota, tanto de veículos como de caminhões eletrificados, para que tenhamos uma transição, pautada com tempo e prazo, mas atendendo às NDCs e outros compromissos globais pela descarbonização”, defendeu Araújo.

 

 

Mais informações: marsempetroleo.arayara.org

 

Contato para entrevista: Nicole Oliveira +55 41 98445-0000

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

1 Comentário

  1. Sergio Sampaio

    Parabens pelo excelente e importante trabalho, Arayara! A sociedade civil e o planeta agradecem!

    Responder

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: PL da Devastação acelera combustíveis fósseis e ameaça cordilheira em MG

Com a proximidade da data final para sanção ou veto, organizações reforçam a mobilização contra o PL da Devastação A semana é de decisões importantes em Brasília. Com o Congresso voltando do recesso de meio de ano, o presidente Lula tem até a próxima 6a feira (8/8) para sancionar ou vetar o PL da Devastação (2.159/2021). Enquanto isso, organizações da sociedade

Leia Mais »

Sociedade civil perde espaço nas decisões nacionais e destruição ambiental vai avançar

CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) pode  deixar de definir normas e diretrizes nacionais de licenciamento, abrindo espaço para um “vale-tudo” ambiental Representantes da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apelam para que o presidente Lula vete integralmente o Projeto de Lei 2.159/2021, conhecido como “PL da Devastação” ou “mãe de todas as boiadas”. A proposta, aprovada

Leia Mais »

SP Climate Week reforça urgência de ação climática e aproxima debate do setor empresarial

O Instituto Internacional ARAYARA marcou presença, na última segunda-feira (4), na SP Climate Week. Iniciado no sábado (2), o evento conta com uma programação de mais de 100 atividades gratuitas voltadas ao futuro do clima no Brasil e no mundo. A iniciativa reúne empresas, instituições acadêmicas, organizações do terceiro setor, governos e lideranças em ações distribuídas por toda a cidade,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: PL da Devastação acelera indústrias fósseis com grave impacto ambiental

Projeto é considerado, por especialistas, um facilitador para a exploração de combustíveis não renováveis O Brasil possui, atualmente, mais de 2, 6 mil empreendimentos fósseis em fase de expansão, segundo levantamento do Instituto Internacional Arayara. As atividades são relacionadas à extração, produção e utilização dos recursos não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão. Envolta na questão, a possível sanção do

Leia Mais »