+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Religiosos de terreiro do Distrito Federal  se mobilizam contra impactos da UTE Brasília

Em visita ao Terreiro do Vô Congo, tradicional casa de Umbanda localizada há 22 anos na região do Sol Nascente, representantes da sociedade civil dialogaram com lideranças religiosas sobre os impactos ambientais e sociais de empreendimentos que avançam sobre territórios sagrados e áreas de preservação ambiental. 

 

O terreiro é liderado por Mãe Zenith de Oxum, também integrante da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO). A visita ocorreu em um contexto de crescente preocupação com a instalação da UTE Brasília, termoelétrica que poderá impactar diretamente comunidades tradicionais e o meio ambiente local.

 

“É tudo muito chocante, ainda mais com essas coisas vinculadas à termoelétrica, gasoduto, linha de transmissão… temos que nos posicionar”, afirmou Mãe Zenith, ao relatar que não havia sido informada sobre o empreendimento. A região já sofre com grilagem de terras e supressão de veredas, agravando a vulnerabilidade dos espaços de tradição e resistência cultural.

 

Durante o encontro, Livia, a mãe pequena do terreiro, expressou apoio ao trabalho realizado pela ARAYARA, que atua na defesa de comunidades afetadas por projetos poluidores. “Seguiremos fortalecendo a autonomia das lideranças locais na defesa de seus direitos, prestando suporte técnico e informações sobre o processo de licenciamento da UTE Brasília”, declarou Raíssa Felippe, mobilizadora da ARAYARA.

 

A visita também reforçou a importância do reconhecimento legal dos terreiros como povos e comunidades tradicionais, conforme previsto no Decreto nº 6.040/2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, e no recente Decreto nº 12.278/2024, voltado especificamente às comunidades de terreiro e de matriz africana.

 

“Empreendimentos como termoelétricas e gasodutos representam uma ameaça não apenas à natureza, mas também aos modos de vida ancestrais que resistem em territórios urbanizados”, afirmou Felippe Segundo ela, a mobilização conjunta entre lideranças religiosas e organizações da sociedade civil é essencial para garantir que esses espaços sejam respeitados e protegidos.

 

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Novo estudo do Inesc aponta queda nos subsídios aos fósseis, mas Brasil ainda privilegia combustíveis poluentes

Na tarde desta quinta-feira (23), diretores do Instituto Internacional ARAYARA participaram do lançamento da oitava edição do Monitoramento dos Subsídios às Fontes de Energia no Brasil (2023-2024), realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). O estudo revela que, pela primeira vez em oito anos, os subsídios aos combustíveis fósseis caíram 42% em 2024. Apesar da redução, o Brasil ainda mantém

Leia Mais »

Ato em Belém denuncia ameaça da exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Na noite desta terça-feira (21), movimentos sociais, organizações ambientais, pescadores e lideranças comunitárias se reuniram em Belém (PA) para protestar contra a autorização de perfuração do bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. O ato — que teve concentração na Escadinha do Cais do Porto e seguiu até a Estação das Docas — reuniu dezenas de pessoas em defesa da vida,

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Ambientalistas entram com ação para interromper perfuração da Petrobras na Margem Equatorial

Oito organizações e redes dos movimentos ambientalistas, indígena, quilombola e de pescadores artesanais entraram na quarta-feira, 22, com uma ação na Justiça Federal do Pará contra o Ibama, a Petrobras e a União, pedindo anulação do licenciamento do bloco FZA-M-59, que permitiu à Petrobras iniciar a perfuração de petróleo na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: NGOs sue to suspend Petrobras drilling in the Foz do Amazonas basin and challenge Ibama’s license, focusing on environmental impact and traditional peoples.

NGOs file a lawsuit in the Federal Court of Pará to block Petrobras’ drilling in the Foz do Amazonas basin, alleging environmental risks and questioning the license granted by Ibama. This Wednesday (22), a group of NGOs filed a public civil action in the Federal Court of Pará to suspend drilling of oil by Petrobras in the Foz do Amazonas basin. According to information

Leia Mais »