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Instituto Arayara lança ferramenta que monitora os impactos da exploração fóssil a ecossistemas marinhos brasileiros

Instituto Arayara lança ferramenta que monitora os impactos da exploração fóssil a ecossistemas marinhos brasileiros

Lançamento do Monitor Oceano acontece na próxima quarta-feira (14/8), às 14h, em coletiva de imprensa transmitida ao vivo pelo YouTube da Arayara.

Monitor Oceano, nova ferramenta de monitoramento dos impactos da exploração de combustíveis fósseis a ecossistemas marinhos brasileiros, será lançado publicamente no dia 14/8, às 14 horas, durante coletiva de imprensa online. Na oportunidade, especialistas e ativistas convidados apresentarão os principais dados extraídos do Monitor em relação às ameaças da indústria petrolífera à costa brasileira e a ambientes marinhos sensíveis, cruciais para o equilíbrio e a regulação do clima.

PARTICIPE AO VIVO: pessoas jornalistas interessadas em participar da coletiva de imprensa representando seu canal de comunicação devem realizar sua inscrição prévia clicando aqui.

O Monitor Oceano, criado pelo Instituto Internacional Arayara em parceria com o GT Clima e Oceano do Observatório do Clima, Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM Brasil), Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Painel Brasileiro para o Futuro do Oceano (PainelMar) e Instituto Linha D’água, é lançado em um momento emblemático: agosto de 2024, quando se completam cinco anos do maior derramamento de petróleo da história do Brasil. 

Vazamento de óleo cru que atingiu 11 estados da costa brasileira, em 2019, expôs a fragilidade do país em relação a respostas a desastres ambientais. A tragédia impactou serviços ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio do oceano e a subsistência de comunidades locais, causando enorme prejuízo ambiental e financeiro, sem, até hoje, terem sido responsabilizados os culpados ou totalmente indenizados os atingidos.

Monitor Oceano – O Monitor Oceano é uma ferramenta que possibilita o mapeamento, análise e monitoramento das áreas sensíveis na zona costeira e marinha. Ao confrontar essas regiões biodiversas com o avanço das atividades de exploração e produção de petróleo e gás, o Monitor Oceano evidencia os caminhos que estão sendo trilhados e os impactos ambientais decorrentes dessa exploração.

SERVIÇO 

Coletiva de Imprensa – Lançamento do Monitor Oceano

Dia 14/08, às 14h

No YouTube do Instituto Internacional Arayara

Formulário de inscrição para jornalistas disponível aqui

Arayara participa de painéis nos Diálogos Oceânicos do G20

Arayara participa de painéis nos Diálogos Oceânicos do G20

Representantes do Departamento de Oceanos e Clima do Instituto Internacional Arayara participaram, na última quinta-feira (8), de dois painéis do Ocean 20 no Brasil, em série de eventos junto à sociedade civil para debater o futuro sustentável dos oceanos.

O Instituto Internacional Arayara teve a oportunidade de participar de duas importantes agendas do Ocean Dialogues (Diálogos Oceânicos), série de encontros do grupo Ocean 20 no Brasil. Os eventos, realizados na última quinta-feira (8/8), debateram a energia eólica offshore e a importância do fator “justo” na transição energética, reunindo especialistas, cientistas e lideranças jovens em torno das agendas globais de clima, energia e meio ambiente. 

O dia de ativismo começou no Rio de Janeiro, durante o painel Oceans Dialogues: Agentes transformadores da Economia Azul, no Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O encontro reuniu atores-chave da sociedade para discutir o desenvolvimento sustentável aliado à conservação dos oceanos. 

Neste evento, o painel Mar sustentável – Transição energética Justa contou com a fala do gerente de Oceanos e Clima do Instituto Internacional Arayara, Vinicius Nora, e debateu a importância da perspectiva socioambiental no desenvolvimento das novas indústrias de energias renováveis, especialmente a eólica offshore. 

A mesa foi organizada pela Global Wind Energy Coalition (GWEC), coalizão global de organizações em prol da energia eólica, e contou com as participações da Ocean Energy Pathway (OEP), Corio Generation, WWF-Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Instituto Internacional Arayara. 

Em suas falas, painelistas pontuaram as oportunidades da “economia azul” em âmbito econômico e climático, reforçando, porém, que novas indústrias devem respeitar salvaguardas socioambientais a fim de protegerem o mar, as zonas costeiras e os serviços ecossistêmicos desenvolvidos nessas esferas.

Vinícius Nora, gerente de Oceanos e Clima do Instituto Arayara, relembrou que a pesca na costa brasileira é uma indústria já estabelecida e lucrativa, capaz de movimentar bilhões de reais em apenas um ano. “O desenvolvimento da ‘blue economy’ deve impulsionar projetos que não estejam apenas preocupados em compensar danos, mas em deixar um impacto positivo, em advogar por melhorias nos territórios”, pontuou.

Oceans Dialogues Youth: Transição para uma Energia Limpa e Acessível

Organizado pela Aliança Jovem da Sustainable Ocean Alliance Brasil (SOA Brasil), o evento Energia Justa: Transição para uma Energia Limpa e Acessível reuniu jovens líderes globais envolvidos em agendas de expansão da energia limpa com justiça social.

A oceanógrafa do Instituto Internacional Arayara, Kerlem Carvalho, apresentou as contribuições da Arayara à sociedade brasileira na produção de conhecimento e de instrumentos que qualificam a gestão dos territórios em relação aos impactos de atividades econômicas de alto custo ambiental para os ecossistemas marinhos, como a indústria de petróleo e gás – que vem impedindo, sistematicamente, o avanço da transição energética justa no Brasil.

Na oportunidade, também foi apresentado em primeira mão os primeiros insights do Monitor Oceano, nova ferramenta de monitoramento criada pelo Instituto Arayara que será lançada em 14 de agosto para o público geral. “Acredito que o anúncio de uma nova ferramenta trouxe muita curiosidade aos participantes. Alguns já conheciam e faziam uso das nossas plataformas, outros terão a chance com o novo Monitor e isso é positivo”, avaliou a oceanógrafa.

Integrando a mesa, a líder indígena Luene Karipuna, da Terra Indígena Uaça e coordenadora-executiva da Articulação dos Povos e das Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (APOIANP) falou sobre um crescimento na mobilização dos povos indígenas para frear a abertura de novas fronteiras de petróleo, em especial na costa brasileira. “Isso se deve muito aos monitores e às análises que a Arayara vem desenvolvendo, diagnosticando os impactos para as comunidades”, pontuou. 

Oceans Dialogues – Diálogos Oceânicos do O20

O Oceans 20 é o grupo de engajamento para o tema dos Oceanos do G20. Os encontros Oceans Dialogues fornecerão insumos que farão parte da construção do relatório que será apresentado ao G20 em novembro.

Justiça indefere pedido de termoelétrica de validar audiências

Justiça indefere pedido de termoelétrica de validar audiências

A Justiça Federal indeferiu o pedido da Termoelétrica São Paulo Geração de Energia (UTE-SP), controlada pela Natural Energia, para validar as audiências públicas que foram suspensas no Vale do Paraíba.

Por Xandu Alves | São José dos Campos

Reprodução
Protesto em audiência sobre termoelétrica no Vale
Protesto em audiência sobre termoelétrica no Vale

Os encontros foram marcados para os dias 4 de julho, em São José dos Campos, e 2 de julho, em Caçapava, para discutir a instalação da maior termelétrica do país em Caçapava. As reuniões foram suspensas após protestos de manifestantes.

As audiências foram marcadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), órgão responsável pela concessão do licenciamento ambiental ao empreendimento, que enfrenta resistência na região.

“Indefiro, ainda, o pedido da termoelétrica de reconhecimento de validade das audiências públicas, pois tal questão já foi objeto de análise”, escreveu a juíza Eliana Parisi na sentença, em 29 de julho.

Instituto Arayara.

Além disso, a magistrada acolheu a posição do Ministério Público Federal e indeferiu o pedido da Termoelétrica São Paulo para reconhecimento de “litigância de má-fé” do Instituto Internacional Arayara, que convocou a manifestação no Vale contra o empreendimento.

“A participação [do instituto] no feito se dá como entidade civil de defesa do meio ambiente, sendo mero auxiliar nos autos, não se enquadrando em típica hipótese de intervenção de terceiros”, disse a juíza.

“Se construída, a UTE-SP aumentará significativamente o custo para todos os consumidores de energia. Teremos o aumento das emissões de gases de efeito estufa, bem como das emissões do Estado de SP e do Brasil”, disse o diretor técnico do Instituto Arayara, Juliano Araújo, em entrevista à CBN Vale.

No final de janeiro deste ano, a Justiça Federal determinou a suspensão do licenciamento ambiental para a construção da usina em Caçapava. Na ocasião, a liminar também cancelou a audiência pública agendada para o final daquele mês.

A usina também é alvo de uma ação civil pública do Ministério Público Federal questionando o licenciamento ambiental.

Nesta semana, o Idec (Instituto de Defesa de Consumidores) divulgou um manifesto para criticar a instalação da usina termoelétrica no Vale. A manifestação busca coletar a adesão de organizações, movimentos sociais, cidadãos e cientistas num abaixo-assinado contra a instalação da usina,

Projeto.

O projeto da usina prevê investimento de US$ 1 bilhão (mais de R$ 5 bilhões) para a geração de energia a partir de gás natural, com potência instalada de até 1.743,8 MW – volume superior ao de qualquer unidade desse gênero em funcionamento na América Latina.

O negócio é classificado como a “maior termelétrica em potência do Brasil”, que pode ser instalada em área de 260 mil metros quadrados de Caçapava, perto da divisa com Taubaté.

Procurada pela reportagem, a Natural Energia, responsável pelo projeto da usina, disse que “não  comenta processos em curso”. O Ibama também não informou se já estão definidas novas datas para a realização de audiências públicas no Vale sobre o empreendimento.

Fonte: O Vale