por Nicole Oliveira | 29, jun, 2020 | Mudanças Climáticas, Mundo |
Cientistas do mundo inteiro têm alertado que a Terra caminha rapidamente para um ponto de não retorno e por isso medidas urgentes são imprescindíveis. Sem o fim do desmatamento das superfícies verdes do planeta e a substituição da queima de combustíveis fosseis por fontes renováveis, dizem, será impossível deter as alterações climáticas em curso e evitar catástrofes de enormes proporções.
Infelizmente, foram poucos os governantes que ouviram os alertas e alteraram comportamentos ou políticas. Catástrofes começaram a acontecer, cada vez com mais intensidade. O que era percebido como algo estritamente relacionado a florestas longínquas tornou-se verdadeiro problema social nas grandes cidades, quando as populações urbanas em situação de maior vulnerabilidade passaram a ser as mais atingidas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Ainda temos algum tempo, é verdade. E temos Greta para nos lembrar que o retorno é possível, embora mais difícil e urgente a cada dia. Mas agora a humanidade tem mais outro desafio com o qual se preocupar, que mata mais rápido e se espalha de forma mais veloz por todo o globo.
Estamos diante da maior emergência sanitária contemporânea. A COVID-19 alcançou números alarmantes de vítimas. É uma tragédia de proporções inestimáveis. Impacta diretamente cada pessoa que adoece, falece, seus familiares e conhecidos. Impacta os mais velhos, mais vulneráveis, com doenças preexistentes ou com deficiência. Impacta todos nós que conseguimos ficar em casa ou temos de andar pelas ruas esvaziadas ou não.
Cenas chocantes invadem nossas telas e nossas mentes com imagens que parecem saídas de algum filme distópico futurista. Caixões transportados em caminhões militares. Valas coletivas cavadas às pressas enquanto sepultamentos ocorrem. Agentes sanitários paramentados com roupas de proteção aferindo a temperatura em espaços públicos mundo afora.
É uma catástrofe social gigante. No Brasil que não dorme, o desmonte das políticas públicas sociais mostra o impacto da brutal desigualdade. Atinge notadamente os mais pobres e os que dependem da saúde pública nos 90% dos municípios do país que não possuem UTIs; ou não têm acesso à alimentação de qualidade, moradia digna, saneamento básico, direitos trabalhistas, energia elétrica, informação verdadeira ou internet.
É um daqueles momentos em que a humanidade pergunta-se coletiva e individualmente qual é o sentido da vida. Questão fundamental da filosofia, parece de difícil resposta em um mundo deteriorado, no qual os contatos físicos desapareceram e o outrora pulmão do mundo transformou-se em um dos lugares mais difíceis para se respirar.
Mesmo quem vive em espaços privilegiados, com mais conforto e segurança, não tem passado incólume. A vida no planeta é coletiva. Vivemos com os outros a nossa volta. O que se passa com os outros nos impacta tanto quanto o que acontece com a natureza. Independentemente de importarmo-nos ou não.
Ao que parece, contudo, há esperança. Mais de nós nos importamos do que o contrário! Sentimos a vida que vale a pena ser vivida também pela conexão com o outro, mesmo quando desconhecido, mesmo com o distanciamento físico. Ficamos em casa por solidariedade, fazemos doações, ajudamos quem podemos e como podemos. Parte de nós sabe que a vida em comunidade é mais feliz. Queremos nossos filhos crescendo em um mundo que possam conhecer e com pessoas que possam amar.
É agora e não um dia, talvez, ou quando tudo isso acabar – mesmo porque sabemos que não acabará tão definitivamente. Como comunidade global devemos tomar decisões e apostar em um futuro diferente, mais sustentável, equilibrado e justo. É premente a necessidade de mudarmos a forma como nos relacionamos com o meio ambiente, acabarmos com a desigualdade social e transformarmos nossos padrões de consumo.
Não é mais possível que normalizemos rotinas extenuantes, em que pessoas dispendam cinco horas no transporte público diariamente para trabalhar. Ou que nos acostumemos a viver em centros urbanos cimentados sem espaços verdes ou rios vivos. Que estejamos anestesiados diante do abismo socioeconômico existente entre as periferias urbanas e os centros de tomada de decisão e de poder econômico.
Mais do que nunca, precisamos ensinar às nossas crianças que o ter não deve se sobrepor ao ser, que o outro está conectado a nós intrinsecamente e que as florestas, os mares, os animais são imprescindíveis para a nossa sobrevivência. Temos que estar alertas para, imediatamente, transformarmos os valores consumistas e materialistas que, como sociedade global, temos passado às crianças por gerações. É hora de acabarmos com a formação de hábitos insustentáveis das crianças de hoje, adultos de amanhã, com relação ao ecossistema, à coletividade e ao trabalho.
Crianças precisam de condições básicas de sobrevivência, afeto, cuidado e ambientes livres de violências. A lógica do hiperconsumo deve ser deixada para trás, a fim de que nasçam novas formas de viver, que privilegiem a cooperação, a partilha e a vida em comum no único planeta de que dispomos para viver.
Especialmente em um país com 1/4 da população, 52,5 milhões de pessoas, vivendo abaixo da linha da pobreza – com rendimentos inferiores a R$420,00 por mês – e no qual 42,3% das crianças de zero a 14 anos estão abaixo da linha da pobreza. Onde as estimativas dizem que, em média, leva-se nove gerações para uma criança de família de renda baixa alcançar a renda média.
É o momento de reconstruirmos no Brasil um Estado de bem-estar social forte, democrático e não autoritário, que provenha infraestrutura, saúde e educação públicas de qualidade, serviços de assistência social robustos e políticas sociais para a imensa parcela da população que vive à margem de tudo. Um país que resgate suas dívidas históricas, acredite na ciência, na cultura e garanta as liberdades individuais. Que disponha de empresas éticas e de uma população verdadeiramente solidária. É chegada a hora de exigirmos um novo país, que promova a equidade e a igualdade. Essa é a única ideia disponível no momento a ser considerada!
Fonte: Estadão | Isabella Henriques, advogada e diretora executiva do Instituto Alana
por Nicole Oliveira | 29, jun, 2020 | Mundo |
Estima-se que 30% das emissões de gases poluentes na Europa sejam produzidas por transportes. Dessas, mais de 70% por transportes rodoviários. O que mudaria se todos os veículos fossem elétricos?
O silêncio da ignição. O sossego do para-arranca. O recato da hora de ponta. Expressões como estas podem não fazer grande sentido no tempo em que vivemos. Mas se todos os veículos fossem elétricos, outros motores cantariam. Apesar da obrigatoriedade dos chamados avisadores acústicos, está provado que, a baixas velocidades, o ruído emitido pelos motores elétricos é bem menor que o dos seus congéneres de combustão interna. Nas grandes cidades, onde se circula em média abaixo dos 20 km/h, a diferença na poluição sonora seria, por isso, considerável.
E o que dizer da qualidade do ar? Tomemos Lisboa como exemplo: nas primeiras semanas após a instauração do estado de emergência, a emissão de gases poluentes na Avenida da Liberdade teve uma redução de 60%, devido, sobretudo, à diminuição do tráfego rodoviário. Ora, sabendo-se que em Portugal o parque automóvel é o mais envelhecido de sempre (média de 12,7 anos por automóvel) e que um veículo elétrico emite, em todo o seu ciclo de vida, menos dois terços da quantidade de dióxido de carbono que os de motor a gasóleo ou gasolina, o ar tornar-se-ia, automaticamente, muito mais respirável.
Se todos os veículos fossem elétricos, o consumo de eletricidade em Portugal — que se tem mostrado estado estável na última década — subiria, por certo, em flecha. Mais de 14%, segundo estimativas da APETRO (Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas). Aumentar a produção de eletricidade, descarbonizando-a ao mesmo tempo, seria um desafio. Ultrapassável, porém, tendo em conta que as fontes renováveis já contribuem com mais de metade da produção total de energia em Portugal. Além disso, e ainda segundo a APETRO, o país pouparia 1723 milhões de euros nas importações de combustíveis fósseis.
A Agência Portuguesa do Ambiente estima que em Portugal, a poluição atmosférica provoque seis mil mortes por ano, devido às elevadas concentrações de partículas finas e dióxido de azoto (NO2), gás resultante da queima de combustíveis fósseis. A poluição contribui para a prevalência da rinite alérgica ou da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica) nas grandes cidades. Um parque automóvel 100% elétrico contribuiria, sem dúvida, para mitigar estes problemas.
Perante esse cenário, outros desafios surgiriam: a necessidade de reforçar redes de carregamento, tornar a produção de lítio e cobalto — metais indispensáveis ao fabrico de baterias — mais sustentável, apostar na reciclagem e reutilização de baterias e até a conversão de certos postos de trabalho, ligados às oficinas e estações de serviço convencionais. Mas, no final de contas, o resultado seria um mundo melhor? Muito provavelmente, sim.
Fonte: Observador
por Nicole Oliveira | 29, jun, 2020 | Brasil |
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 21 e 22 de setembro uma audiência pública para obter um “relato oficial objeto” sobre as políticas de proteção ambiental em curso no país. Ele é relator de uma ação que alega omissão do governo na área.
Devem ser ouvidos “autoridades, instituições oficiais, organizações da sociedade civil, institutos de pesquisa, entidades de classe e outros atores que possam prestar contribuição relevante para o debate”, escreveu Barroso em despacho publicado ontem (28).
No documento, o ministro fez uma breve descrição de dados sobre a Amazônia, apontando que uma redução observada desde 2004 no desmatamento teria sido revertida a partir de 2013 e piorado “substancialmente” no ano passado, com o “avanço de queimadas, de invasões de terras indígenas e de unidades de conservação em proporções alarmantes”, escreveu Barroso.
“Vale reiterar: a proteção ambiental não constitui uma opção política, mas um dever constitucional”, acrescentou o ministro depois de salientar um possível “estado de coisas inconstitucional” em matéria ambiental.
Barroso também mencionou a pandemia do novo coronavírus (covid-19), que além de representar “gravíssima ameaça às comunidades indígenas, tem servido de pretexto para o afrouxamento da fiscalização”, disse.
Ação
Numa ação protocolada no início do mês no STF, quatro partidos de oposição – PT, Psol, PSB e Rede Sustentabilidade – descrevem o que consideram omissões do governo em matéria ambiental, apontando por exemplo a paralisação do Fundo Clima, cujo comitê gestor estaria inoperante desde o início de 2019.
Segundo os partidos, R$ 543 milhões aprovados no orçamento do fundo deixaram de ser repassados ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento de iniciativas de combate às mudanças climáticas no âmbito do Fundo Clima, que foi criado em 2009 como parte da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
Outros pontos citados são a extinção de secretarias no Ministério do Meio Ambiente (MMA) e no Ministério das Relações Exteriores (MRE) ligadas à temática ambiental, a transferência do Serviço Florestal Brasileiro para o Ministério da Agricultura e a exoneração de superintendentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
No despacho assinado ontem (28), Barroso disse que aguarda a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre cada um dos pontos levantados.
Fonte: Agência Brasil
por Nicole Oliveira | 29, jun, 2020 | Amazônia |
A mineração ilegal de ouro cresceu nitidamente nos últimos cinco anos na reserva indígena ianomâmi, no coração da floresta amazônica, mostra uma análise feita pela Reuters de dados exclusivos de imagens de satélite.
O povo ianomâmi é a maior da América do Sul que ainda permanece relativamente isolado do mundo externo. Mais de 26.700 pessoas vivem em uma reserva protegida, com tamanho equivalente ao território de Portugal, perto da fronteira com a Venezuela.
No entanto, o subterrâneo da floresta habitada por eles há séculos contém minerais valiosos, incluindo ouro.
O desejo pelo ouro atraiu garimpeiros ilegais que, nas últimas décadas, destruíram florestas, contaminaram rios e levaram doenças mortais para a etnia.
Atualmente, os ianomâmis e autoridades locais estimam que haja mais de 20.000 garimpeiros ilegais em suas terras. Dizem que o número cresceu desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu desenvolver economicamente a Amazônia e liberar a mineração.
O Palácio do Planalto não respondeu a um pedido de comentário.
Uma análise da Reuters de imagens de satélite da reserva ianomâmi mostra um aumento de 20 vezes da mineração ilegal nos últimos cinco anos, principalmente ao longo de dois rios, o Uraricoera e o Mucajaí. Somadas, as áreas de mineração cobrem oito quilômetros quadrados — o equivalente a 1.000 campos de futebol.
A Reuters trabalhou com a Earthrise Media, uma organização sem fins lucrativos que analisa imagens de satélite, para traçar a expansão.
Embora a mineração seja pequena em escala, é devastadora para o meio ambiente. Árvores e habitats locais são destruídos, e o mercúrio usado para separar o ouro da areia vai para os rios, contaminando a água e entrando na cadeia alimentar local por meio dos peixes.
Um estudo publicado pelo Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Publica em 2018 descobriu que, em algumas vilas ianomâmis, 92% dos moradores sofrem de contaminação por mercúrio, que pode danificar órgãos e causar problemas de desenvolvimento em crianças.
Os garimpeiros também levam doenças.
Na década de 1970, quando o governo militar construiu uma rodovia atravessando a floresta ao norte do rio Amazonas, duas comunidades ianomâmis foram exterminadas por epidemias de gripe e sarampo.
Uma corrida do ouro, uma década depois, levou malária e conflitos armados.
Atualmente, a pandemia de coronavírus ameaça os ianomâmis. Houve mais de 160 casos confirmados de Covid-19 e cinco mortes entre integrantes da etnia até esta semana, segundo uma rede de pesquisadores, antropólogos e médicos.
“O principal vetor do vírus são os garimpeiros. Estão levando a doença à Terra Indígena Ianomâmi, isso é fato,” diz Dario Yawarioma, vice presidente da Hutukara Associação Ianomâmi.
“São muitos garimpeiros e não sabemos se estão contaminados e doentes porque entram ilegalmente, de helicóptero, avião ou barco”, acrescentou, por telefone.
O vírus é particularmente perigoso para povos indígenas como os ianomâmis, que vivem em grandes habitações comunitárias, com até 300 pessoas debaixo de um único teto. Compartilhando tudo, de comida a utensílios e redes, seu estilo de vida coletivo torna o distanciamento social praticamente impossível.
Yawarioma disse que a Fundação Nacional do Índio (Funai) não visita a reserva desde que o coronavírus se espalhou por lá. A Funai não respondeu a um pedido por comentários.
O Exército tentou impedir a entrada dos garimpeiros, disse Yawarioma, mas eles retornam assim que os soldados vão embora.
OURO PARA A ÍNDIA
O ouro se tornou um importante produto de exportação no Estado mais ao norte do Brasil, Roraima, segundo dados do governo. No entanto, não há operações legais de mineração em Roraima.
Quase toda a mineração no Estado é feita em áreas de conservação ou terras indígenas, como a dos ianomâmis, e, portanto, é extraída de forma ilegal, disse uma fonte da agência de mineração do governo.
Grande parte do ouro vai para a Índia. Estatísticas oficiais mostram que 486 quilos foram exportados de Roraima para a Índia em 2019, um enorme crescimento em relação aos 38 quilos em 2018.
Garimpeiros ilegais de ouro foram encorajados pela eleição de Bolsonaro, que deseja regulamentar a mineração na Amazônia. Ele também disse que a reserva ianomâmi que, com 9,6 milhões de hectares tem o dobro do tamanho da Suíça, é grande demais para sua população indígena.
“O presidente Bolsonaro ajuda projetos de mineração e a atividade de garimpo ilegal nas terras indígenas. Desde que ele apoia a legalização do garimpo ilegal nas terras indígenas, o garimpo aumentou bastante, entre 2019 e 2020, e ainda está aumentando em nossa terra indígena”, diz Yawarioma.
Imagens de satélite capturadas entre 2017 e 2019 mostram que o número de áreas identificadas como garimpos —que aparecem como manchas brilhantes de ouro e turquesa— cresceu para 207 locais ante ao menos 10 entre 2015 e 2016. A área de superfície extraída ou sendo extraída cresceu 32 vezes.
A água é um elemento chave no processo de mineração, pois os garimpeiros precisam dela para desfazer os sedimentos que contêm ouro, de modo que se concentram ao longo dos rios das reservas que desaguam no Amazonas.
“FORA GARIMPO, #FORA COVID”
A lei brasileira proíbe a mineração em terras indígenas. No entanto, o Greenpeace disse nesta semana que uma análise própria por satélite descobriu que 72% da mineração ilegal na Amazônia foi realizada em terras indígenas protegidas ou em áreas conservadas.
Os ianomâmis, cuja reserva foi homologada em 1992, depois de uma batalha de 20 anos pelos direitos da terra, imploraram para que o governo expulsasse os mineradores desde a chegada do coronavírus. Eles começaram uma petição “Fora Garimpo, #Fora Covid” para atrair atenção ao seu apelo.
A ajuda pode estar a caminho. Um tribunal federal ordenou, em 17 de junho, que a Funai reabrisse três Bases de Proteção Etnoambiebtal na terra indígena para ajudar a combater o surto de coronavírus e interromper a mineração ilegal de ouro.
Um dos postos é especialmente importante porque tem a missão de monitorar um grupo isolado de ianomâmis.
A reserva precisa ser monitorada com muito mais eficiência, e os invasores, expulsos, para que os ianomâmis sobrevivam, disse a organização de direitos indígenas Survival International.
“Os ianomâmis estão extremamente vulneráveis no momento, mas também são um povo resistente”, disse Fiona Watson, diretora de Advocacy da Survival International, que tem trabalhado com a etnia há três décadas.
“Eles nunca conseguem relaxar. Sempre há alguém apenas esperando para entrar em suas terras”.
Fonte: Reuters | Foto: Vilarejo ianomâmi na floresta amazônica em Roraima 18/04/2016 REUTERS/Bruno Kelly
por Nicole Oliveira | 29, jun, 2020 | Coronavírus |
O mundo superou oficialmente na noite deste domingo (28/06) a marca de de meio milhão de mortes por covid-19 desde que a epidemia foi declarada na China em dezembro, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Mais cedo, o planeta também havia atingido a marca de 10 milhões de casos da doença.
O número de mortos no mundo dobrou em pouco menos de dois meses. Em 5 de maio eram 250 mil. Nos últimos dias, foram registradas 50 mil mortes.
Já a cifra de infecções declaradas em nível global dobrou desde 21 de maio, e foram detectados mais de um milhão de novos casos de covid-19 entre a última segunda-feira e domingo.
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, tanto em número de mortos (125.803) quanto de casos (2.549.028). Embora a cifra de mortes diárias tenha diminuído sutilmente em junho com relação a maio, os contágios aumentaram em 30 dos 50 estados do país, sobretudo nos maiores e mais populosos do sul e do oeste: Califórnia, Texas e Flórida.
As previsões atuais do Instituto para a Métrica e a Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês) preveem que os EUA poderiam alcançar os 150 mil óbitos em meados de agosto.
O Brasil aparece em segundo lugar no mundo, tanto em número de mortes quanto de casos, considerando os número absolutos, com 57.622 óbitos e 1.344.143 casos da doença. Neste domingo, o país registrou mais 552 mortes e 30.476 casos, segundo o Ministério da Saúde.
O novo coronavírus atingiu primeiro a China e depois se espalhou por parte da Ásia. A partir de março, se espalhou pela Europa e depois avançou rapidamente pelos Estados Unidos. Atualmente, o epicentro da pandemia está na América Latina e especialmente no Brasil, onde desde o fim de maio, os balanços diários costumam passar das mil mortes em 24 horas.
Nos últimos sete dias, quase metade dos óbitos foi registrada na América Latina. A região também contabiliza mais de 400 mil novos casos de contágio no mesmo período, ou seja, mais de um terço dos detectados em uma semana em todo o mundo (mais de 1,1 milhão).
Depois dos Estados Unidos e Brasil; os países mais afetados são Reino Unido (43.634 mortes e 312.640 casos); Itália (34.738 e 240.310) e França (29.781 e 199.476).
Entre os países mais afetados, a Bélgica tem o maior número de mortos com relação à sua população, com 84 por 100.000 habitantes, à frente de Reino Unido (64), Espanha (61), Itália (57) e Suécia (52).
Estes balanços só refletem parte do número real de contágios. Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, por exemplo, estimam que mais de 20 milhões de americanos foram infectados, ou seja, dez vezes mais que o registrado, o que equivale de 5% a 8% da população.
Fonte: Deutsche Welle