+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org
Cacique Raoni pede doações para indígenas brasileiros pela COVID-19

Cacique Raoni pede doações para indígenas brasileiros pela COVID-19

O cacique Raoni Metuktire, figura emblemática da luta contra o desmatamento da Amazônia, lançou neste domingo (26) um pedido internacional de doações para que os povos indígenas do Brasil possam sobreviver ao isolamento durante a pandemia do novo coronavírus.

“Precisamos receber alimentos básicos, produtos de higiene, medicamentos e também combustível para transportá-los” (os indígenas) para as comunidades, disse o líder caiapó em um vídeo postado pela ONG francesa Planète Amazone, que lançou a campanha internacional.

O cacique pediu “apoio financeiro” para adquirir estes produtos. “Sem a sua ajuda, os povos indígenas do Brasil não serão capazes de lidar com esta terrível doença”, acrescentou em dialeto caiapó, segundo tradução ao francês divulgada pela ONG em sua página na internet.

A organização lançou a campanha “COVID-19: protegendo os Guardiões da Amazônia” para financiar suas operações de ajuda a comunidades e que estas possam garantir seu “autoconfinamento” durante a pandemia.

“O respeito estrito ao isolamento é ainda mais vital, já que os nativos, devido à sua fragilidade imunológica e sua extrema precariedade em termos de acesso ao atendimento médico, são vítimas ideais para a COVID-19”, destacou a ONG.

Doenças importadas por colonos europeus dizimaram mais de 95% da população indígena das Américas.

“Vou ficar confinado na minha aldeia até que a situação se estabilize”, acrescentou Raoni, que tem perto de 90 anos. Depois, o cacique prevê organizar uma viagem à França.

A ONG justificou a campanha “ante o abandono dos povos indígenas da Amazônia por parte dos poderes públicos brasileiros” em plena crise sanitária.

Raoni tem criticado o governo de Jair Bolsonaro, que pretende autorizar as atividades de mineração em territórios indígenas e se nega a demarcar mais territórios para os povos ancestrais.

No Brasil, onde vivem 800.000 indígenas, pelo menos três nativos morreram de COVID-19 e mais d3 30 estão contagiados, razão pela qual as autoridades sanitárias proibiram as visitas às aldeias indígenas.

Na sexta-feira, líderes dos povos indígenas da COICA – que reúne os nove países amazônicos – pediram ajuda humanitária internacional ante o abandono em que se encontram e o risco que correm com o novo coronavírus.

Fonte: AFP

GUIA: resposta à pandemia da Covid-19

GUIA: resposta à pandemia da Covid-19

Como organização comprometida em promover os direitos das crianças e adolescentes e a igualdade para as meninas, a Plan International Brasil enfatiza que essa pandemia tem enormes consequências, especialmente para mulheres e meninas, tanto a curto como a longo prazo, com impactos devastadores de amplo alcance. Não é exagero ressaltar que essa pandemia tem o potencial de atrapalhar e, de fato, reverter ganhos globais alcançados para a igualdade de gênero e os direitos de mulheres e meninas.

Mais de 90% dos médicos na linha de frente contra a Covid-19 não fizeram teste para a doença

Mais de 90% dos médicos na linha de frente contra a Covid-19 não fizeram teste para a doença

O acesso a testes para confirmação da Covid-19 não é uma questão apenas para pacientes: 90,5% dos médicos ouvidos em pesquisa da Associação Paulista de Medicina não se submeteram a qualquer exame para detectar o novo coronavírus. O estudo ouviu 2.132 médicos dos sistemas de saúde público e particular de diversas cidades do país entre os dias 9 e 17 de abril.

Chama a atenção ainda que 35% dos médicos entrevistados pertencem ao chamado grupo de risco. Apresentam doenças como hipertensão, insuficiência renal, doenças pulmonares, cardiovasculares, entre outras, que são consideradas agravantes em caso de infecção pelo novo coronavírus.

Na esteira desses dados, ao menos 74,5% dos médicos ouvidos acham que faltarão médicos para o combate ao coronavírus, por conta da contaminação. A falta de testes e a carência de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais de saúde na linha de frente contra o coronavírus lideram as deficiências citadas por eles.

Ao menos 66% dos entrevistados relataram faltar testes para confirmar o diagnóstico de pacientes no local onde trabalham. E 50% disseram que faltam máscaras de proteção para os profissionais, um problema citado desde o início da epidemia. Carência de óculos, aventais e luvas também foi indicada no estudo.

Fonte: O Globo

Cientistas detectam coronavírus no ar em ruas e prédios próximos a hospitais

Cientistas detectam coronavírus no ar em ruas e prédios próximos a hospitais

coronavírus Sars-CoV-2 pode permanecer no ar por tempo indeterminado em ambientes abertos e no interior de prédios. A descoberta mostra que o risco de contágio é substancialmente maior, alerta hoje um estudo publicado na revista Nature.

Partículas em suspensão do coronavírus, em aerossol, foram detectadas no monitoramento ambiental de dois hospitais de tratamento de Covid 19 e de áreas públicas vizinhas a eles em Wuhan, na China.

Os cientistas chineses que realizaram a pesquisa, porém, não puderam ainda determinar o potencial de infecção dos vírus em suspensão no ar. Os pesquisadores destacaram que o número de amostras analisado é pequeno, mas a descoberta é importante o suficiente para alertar sobre a necessidade de evitar multidões, manter a boa ventilação e realizar desinfecção cuidadosa de todos os ambientes.

O estudo foi realizado pela equipe de Ke Lan, da Universidade de Wuhan. Eles coletaram 40 amostras de 31 lugares.

Está comprovado que o coronavírus pode ser transmitido através do contato próximo com uma pessoa infectada, por meio do contato com superfícies contaminadas ou pela inalação de gotículas liberadas pela respiração ou a fala de pessoas com o vírus. Mas há dúvidas sobre o potencial de contágio do vírus em suspensão no ar.

Os pesquisadores encontraram amostras com o coronavírus dentro e fora de dois hospitais dedicados à Covid 19 em fevereiro e março. Um deles era um hospital de campanha em Wuhan.

Nas enfermarias, a concentração do coronavírus era maior do que nos banheiros. Isso se explica porque os banheiros não são ventilados, enquanto as enfermarias eram isoladas e tinham o ar trocado em um ambiente controlado. O ambiente com a maior concentração de coronavirus foram justamente as salas usadas para a retirada dos EPIs por profissionais de saúde.

Os cientistas destacaram que as concentrações de vírus caíram significativamente depois que aumentou o rigor e a frequência de desinfecção desses lugares.

O coronavírus também foi encontrado em suspensão no ar nas imediações de prédios residenciais e supermercados próximos aos hospitais, porém, em concentrações menores. No entanto, uma área aberta por onde passava mais gente junto a um dos hospitais teve registrada elevada concentração de coronavírus.

Uma explicação para isso seria o trânsito de pessoas infectadas por essas áreas.

O próximo passo dos cientistas será avaliar o potencial de infecção do coronavírus em aerossol e por quanto tempo ele pode permanecer infeccioso nessas condições.

Fonte: O Globo