Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB) afirmam que a subnotificação de casos de covid-19 no Brasil faz com que o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no país seja bem maior do que o divulgado pelo Ministério da Saúde.
Uma análise apresentada nesta terça-feira (14/04) pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes das duas universidades e de outras instituições de pesquisa, afirma que o total de infecções no país seria de mais de 313 mil, bem superior aos dados mais do Ministério da Saúde, que contabilizou 23.430 casos até esta segunda-feira.
A análise de modelagem numérica apresentada pelo portal revela que até o dia 11 de abril haviam 313.288 pessoas infectadas, número 15 vezes maior do que os dados oficiais para a mesma data, que eram de 20.727.
“Considerando a quantidade de 1.124 óbitos no dia 11/04, temos o valor ajustado estimado de população infectada, de 10 dias antes, do dia 01/04, de 104.368 pessoas, comparado aos 6.836 casos notificados tínhamos um percentual de 93,45% de subnotificação. Ao projetar o número de óbitos para o dia 21/04, obtemos o valor projetado estimado de população infectada do dia 11/04/2020 de 313.288, comparado à quantidade de notificados para o dia 11/04 de 20.727, temos 93,36% de subnotificação”, afirma o estudo divulgado no portal.
Apesar de ser o 14º país mais afetado pela pandemia, o Brasil está entre as nações que realizam menos testes em sua população. Se fosse levado em conta o número de casos subnotificados, o Brasil seria o segundo país mais afetado no globo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Os EUA testam 8,86 pessoas por milhão de habitantes, segundo dados do projeto Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. No Brasil, esse número é de apenas 296, segundo levantamento do jornal O Globo.
Para calcular o total de subnotificações das infecções no Brasil, os pesquisadores usaram como base de cálculo o número de mortes notificadas. Apesar de também haver subnotificação dos óbitos, este ainda é o indicador mais consolidado no país, segundo afirmou o pesquisador da USP Rodrigo Gaete ao Globo.
Os pesquisadores aplicaram a taxa de letalidade da Coreia do Sul e ajustaram os dados à pirâmide etária do Brasil. O país asiático foi escolhido como modelo por ser um dos poucos a possuir dados consolidados sobre os testes em massa, realizados desde o surgimento dos primeiros casos.
A modelagem numérica empregou ainda um ajuste no cálculo da mortalidade proposto por cientistas chineses na revista The Lancet, a partir de um deslocamento temporal entre o registro de óbitos e a confirmação de casos, “ajustado para o Brasil a 10 dias, dado que os testes têm sido realizados já em processo de agravamento da doenças e não nos sintomas iniciais”, segundo o estudo. Nesse cenário, a taxa de mortalidade real para o Brasil seria de 1,08%, bem abaixo dos 5,7% registrados oficialmente.
“O número de mortos ainda assim é enorme, e deve ser ainda maior, porque o número real de infectados é muito grande”, afirmou Gaete ao Globo.
Outro estudo realizado pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), formado por cientistas da PUC-RJ e dos institutos Fiocruz e D’or, afirma que o Brasil pode ter tido até a última sexta-feira mais de 235 mil casos, número 12 vezes maior do que os divulgados pelo Ministério da Saúde.
Segundo os pesquisadores do NOIS, a taxa de notificação no Brasil é de apenas 8% dos casos reais de contaminação, o que prejudica uma melhor avaliação da necessidade de recursos hospitalares no país, como ventiladores médicos, leitos de UTI, entre outros.
Um estudo do Internacional Renewable Energy Agency – IRENA (Agência Intencional de Energias Renováveis) mostra uma queda contínua de custos de investimentos e de produção de energia solar nas próximas décadas. Segundo a agência, entre 2010 e 2020, a média global do custo de investimento por kW instalado solar caiu 74%. Para 2030, seguindo esse mesmo ritmo, poderia se esperar uma queda semelhante. E, para 2050, a redução poderia superar 80%.
Segundo Ricardo Gorini, Head do Programa REmap, do Centro de Inovação e Tecnologia (IITC) da IRENA, em muitos mercados a geração solar fotovoltaica é mais competitiva do que qualquer outra geração térmica a combustíveis fósseis.
Além da questão ambiental, de acelerar a urgente transição energética e contribuir para a a redução de emissões de CO2, a energia solar promove o desenvolvimento socioeconômico nas regiões onde é instalada, pois gera empregos locais e proporciona maior valor adicionado às atividades econômicas.
Estimativa da IRENA para o ano de 2030 é que a fonte solar represente 2500 GW, e, para o ano de 2050, mais de 8500 GW, respectivamente 13% e 25% da matriz global de geração, sendo hoje 2%.
A Ásia se destaca com mais da metade da produção mundial de energia solar fotovoltaica e investimentos médios anuais de cerca de US$ 113 bilhões por ano no período até 2050, seguidos pela América do Norte com US$ 37 bilhões por ano e Europa com US$ 19 bilhões por ano. No mercado Asiático, a China será responsável por 65% da capacidade instalada em 2030 e cerca de 70% em 2050.
Os mercados emergentes em regiões como Oriente Médio e Norte da África precisariam de investimentos anuais de US$ 2 bilhões por ano. Na América Latina estima-se uma média de US$ 7 bilhões por ano até 2050. Um mercado regional de cerca de 200 bilhões de dólares considerando todo o período.
Os níveis globais de metano atingiram o nível mais alto desde o que parece ser um aumento atmosférico anual quase recorde no potente gás de efeito estufa.
A concentração de metano na atmosfera da Terra atingiu quase 1.875 partes por bilhão em 2019, acima das 1.866 partes por bilhão do ano anterior, de acordo com dados preliminares coletados pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
Se confirmado ainda este ano, seria o segundo maior aumento nos níveis de metano em mais de duas décadas. O NOAA começou a coletar dados globais de metano em 1983.
Embora o metano permaneça na atmosfera por apenas alguns anos, é 28 vezes mais poderoso que o dióxido de carbono para reter o calor do sol, e representa uma ameaça cada vez mais grave aos esforços para combater o aumento do aquecimento global.
“Aqui estamos. É 2020, e não só não está caindo. Não é nivelado. Na verdade, é uma das taxas de crescimento mais rápidas que vimos nos últimos 20 anos “, disse à Scientific American Drew Shindell, cientista climático da Universidade de Duke.
No ano passado, os cientistas alertaram que níveis mais altos de metano dificultam ainda mais o alcance das metas estabelecidas pelo acordo de mudança climática de Paris.
Embora incertos sobre a fonte dos aumentos ano a ano, os pesquisadores da NOAA disseram anteriormente que muito disso vinha dos trópicos.
Eles acreditam que é provavelmente devido a mudanças microbianas nas zonas úmidas tropicais que expulsam o metano, potencialmente causadas por temperaturas mais quentes, o que equivale a um ciclo de feedback perigoso.
A hipótese é que, à medida em que o clima esquenta, aumenta a eficiência das comunidades microbianas que convertem matéria orgânica em metano.
Mas Rob Jackson, professor de ciências do sistema terrestre na Universidade de Stanford, disse que parte do aumento do ano passado provavelmente se deve também ao aumento da agricultura e do uso de gás natural.
Em seu relatório anual de sustentabilidade divulgado na semana passada, a empresa de combustíveis fósseis Shell revelou que suas emissões anuais de metano eram de 91.000 toneladas, ante 92.000 no ano anterior.
O mundo não será mais o mesmo após a pandemia do novo coronavírus. Isso é fato, mesmo havendo quem negue essa realidade – aqueles que acham que a Terra é plana, por exemplo. A questão, agora, é: qual mundo vamos reconstruir? Como moldaremos a economia? Como se comportará a sociedade? Como as mudanças climáticas serão tratadas?
Certo é que precisamos construir um mundo novo tendo como base a ciência e as pesquisas. Elas nos apontam o caminho, pois nos mostram o alto preço que pagamos pelos erros cometidos no passado. O alto valor de subsídios aos combustíveis fósseis no Brasil, por exemplo, deve urgentemente ser revisto. Mais de R$ 85 bilhões foram concedidos à indústria fóssil brasileira em subsídios no ano de 2018.
É tempo de recomeçarmos. E não se pode recomeçar sem levar em conta que vivemos uma emergência climática e que os combustíveis fósseis são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas e sua aceleração nos últimos tempos. Por que não pensamos, então, em uma sociedade carbono neutro? Por que não planejamos economias e cidades que caminhem em direção ao carbono zero?
Esse debate passará, necessariamente, pelo Congresso Nacional. E já tem parlamentar atento ao assunto. O deputado federal Felipe Rigoni (PSB/ES) está otimista com a possibilidade de iniciativas para transição energética avançarem no mundo pós-covid-19. Ele acredita que, por força do mercado, que busca investimentos em projetos sustentáveis, esse otimismo é justificável.
Rigoni é autor de um projeto de lei que obriga empresas de capital abertos a publicarem estimativas de emissão de gases do efeito estufa (GEE).
Além disso, o parlamentar afirma que está “conduzindo um estudo para entender quanto há de fato de isenção de impostos para combustíveis fósseis, mas já sabemos que é muito. E eu gostaria de inverter essa lógica. Se existe um mercado no qual o Brasil pode ser pioneiro e líder mundial é o mercado de energia limpa”.
A população precisa participar desse debate. Afinal, o futuro das próximas gerações dependerá de como vamos nos posicionar a partir de agora. Vamos aprender com os erros do passado? Vamos insistir nos erros e seguir incentivando a indústria fóssil?
Investigadores chinos estudiaron muestras de aire y de superficies en el hospital Huoshenshan, de Wuhan, y determinaron que el nuevo coronavirus contaba con una amplia presencia tanto en el aire —hasta a unos 4 metros de los pacientes— como en el suelo, depositándose en dispositivos electrónicos, cubos de basura, barandillas de las camas y otras superficies en la unidad de cuidados intensivos y en una sala general.
Los científicos, que recolectaron las muestras entre el 19 de febrero y el 2 de marzo, destacaron ante todo la alta presencia del virus en el suelo, hecho que probablemente se debió a la simple gravedad, que arrastró el flujo aéreo de gotitas infectadas hacia abajo. En la unidad de cuidados intensivos había 15 pacientes graves, mientras que la sala general del hospital acogía a 24 pacientes con síntomas más leves.
“Además, mientras el personal médico camina por la sala, el virus puede ser rastreado por todo el suelo, según indicó la tasa del 100 % de positivos [en muestras tomadas] del suelo de la farmacia, donde no había pacientes“, explican en el estudio, que se publicará en la edición de julio de la revista Emerging Infectious Diseases, de los Centros para el Control y la Prevención de Enfermedades de EE.UU. (CDC).
Otro descubrimiento fue que la mitad de las muestras de las suelas de los zapatos del personal médico que trabaja en la unidad de cuidados intensivos dieron positivo al nuevo coronavirus. Los investigadores concluyeron que el calzado de médicos y enfermeros también puede ser portador del SARS-CoV-2 y vincularon con ello tres muestras positivas tomadas del piso en un vestidor.
En ese sentido, recomiendan altamente que cualquier persona que entre en una sala donde haya pacientes con covid-19 desinfecte las suelas de sus zapatos antes de salir del espacio potencialmente contaminado.
En lo que concierne a la transmisión del virus por el aire, se detectó aerosol de SARS-CoV-2 en el 35 % de las muestras tomadas en la unidad de cuidados intensivos y en el 12,5 % de las de la sala general con pacientes más leves. La concentración del virus variaba en función del lugar en el que se tomaban las muestras: así, el 35,7 % de los positivos se concentró cerca de las salidas de aire, el 44,4 % en las salas con los pacientes y el 12,5 % en la zona del consultorio del médico.
“Estos hallazgos indican que los aerosoles cargados de virus se concentraban principalmente cerca y hacia abajo de los pacientes. Sin embargo, el riesgo de exposición también estaba en la zona hacia arriba“, concluyeron los científicos chinos.
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