por Comunicação Arayara | 02, jul, 2024 | Termoelétrica |
Mesmo tendo sido contestada pelo Ministério Público Federal (MPF), por especialistas e pela sociedade civil, a 3ª Vara Federal de São José dos Campos decidiu manter as audiências públicas para discutir o Projeto UTE São Paulo. No dia 2/7, está prevista uma audiência em Caçapava e, no dia 4/7, em São José dos Campos.
Segundo avaliação do Ministério Público Federal (MPF), a medida contraria uma decisão judicial anterior. Acontece que a Natural Energia, empresa responsável pelo projeto em Caçapava, obteve autorização do IBAMA para realizar as audiências, indo de encontro ao parecer técnico desfavorável (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – EIA-RIMA), que foi emitido pelo próprio órgão ambiental.
Danos ambientais
Especialistas e ativistas têm levantado preocupações sobre os efeitos da instalação da Termelétrica Caçapava, no Vale do Paraíba, incluindo o uso intensivo de recursos hídricos e os impactos na saúde pública devido à emissão de poluentes, além dos impactos ambientais e sociais na região.
O projeto prevê a construção de uma termelétrica movida a gás natural, com uma potência instalada de 1,74 gigawatts (GW). O gerente de Energia, Clima e Geociências da organização não governamental Instituto Internacional ARAYARA, Anton Schwyter, ressalta que “o empreendimento trará impactos negativos na saúde pública, associada a vários problemas respiratórios e cardiovasculares, devido à poluição do ar gerada pela queima de combustíveis fósseis”.
Coalizão Energia Limpa
Caso seja instalada e entre em operação total, a usina emitirá até 6 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que aumentaria as emissões da matriz elétrica brasileira num momento em que se discute crise climática, catástrofes ambientais e a necessidade de se diminuir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Esse montante é 2.000 vezes maior do que todas as emissões da cidade de Caçapava entre 2000 e 2022.
O uso expressivo de recursos hídricos na geração de energia termelétrica também é apontado como um ponto problemático. Para operar, a usina vai consumir até 1,56 milhões de litros de água por dia, entre captações subterrâneas e de um córrego local – isso em uma região onde as bacias hidrográficas já estão sobrecarregadas e pequenos produtores rurais relatam enfrentar falta de água.
Os dados citados fazem parte do relatório “Regressão energética: como a expansão do gás fóssil atrapalha a transição elétrica brasileira rumo à justiça climática”, lançado pela Coalizão Energia Limpa neste ano, como caso emblemático de empreendimento com “graves falhas no licenciamento e alto impacto socioambiental”.
A Coalizão Energia Limpa – transição justa e livre do gás é formada por um grupo brasileiro de organizações da sociedade civil comprometido com a defesa de uma transição energética socialmente justa e ambientalmente sustentável no Brasil. Fazem parte dela as organizações: nstituto Internacional Arayara, ClimaInfo, Instituto Pólis, Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). A aliança tem o objetivo de excluir o uso do gás natural como fonte de energia para a geração de eletricidade no Brasil até 2050.
Instituto Internacional Arayara apoia a Frente Ambientalista do Vale SP contra a instalação da Termelétrica de Caçapava. Foto: Douglas F.
Mobilização
ONGs, grupos, associações e pesquisadores têm organizado ações para alertar sobre os impactos que o empreendimento provocará ao meio ambiente, além de consequências devastadoras para as comunidades locais.
O Instituto ARAYARA, maior ONG de litigância Técnica Ambiental do Brasil e defensor de uma Transição Energética Justa, apresentou uma série de argumentos, incluindo um agravo de instrumento contestando a decisão de manter as audiências públicas. Diversas cidades do Vale do Paraíba também já aprovaram moções de repúdio à instalação da usina; inclusive, já houve outras 5 tentativas de instalação de usinas termelétricas nessa região, porém sem sucesso.
Serviço
📣 Diga XÔ TERMELÉTRICAS e nos ajude a proteger o Vale do Paraíba!
AUDIÊNCIA PÚBLICA – CAÇAPAVA (SP)
🗓 Dia 2/7, às 19h
📍 Summit Suítes Hotel – R. João Benedito Moreira, 40, Jardim Maria Cândido
🖥 Transmissão pelo YouTube: TV Câmara Caçapava
AUDIÊNCIA PÚBLICA – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
🗓 Dia 4/7, às 19h
📍 Hotel Nacional Inn – Av. Deputado Benedito Matarazzo, 9909, Jardim Oswaldo Cruz
🖥 Transmissão pelo YouTube: TV Câmara São José dos Campos
por Comunicação Arayara | 04, abr, 2024 | ONU |
O INSTITUTO INTERNACIONAL ARAYARA juntou-se a dezenas de organizações da sociedade civil, de defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos, bem como a instituições internacionais e centros políticos, para apelar a que o próximo Secretário-Geral das Nações Unidas seja uma mulher.
Numa carta dirigida aos Representantes Permanentes da ONU em Nova Iorque, as organizações apelam aos embaixadores para que “ajudem a resolver o desequilíbrio histórico, anunciando que o seu país só considerará a nomeação de candidatas mulheres para o próximo processo de seleção do Secretário-Geral e incentivando todos os Estados a fazerem o mesmo”.
A carta foi enviada a 21 de março, quando a Comissão sobre o Estatuto das Mulheres estava a chegar ao fim. Clique aqui para descarregar a carta.
A iniciativa é liderada pela organização 1 for 7 Billion, e os signatários irão promover a carta quando a 55ª Sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU (HRC55) chegar ao fim, a 5 de abril. A carta também será recirculada em setembro, quando os Representantes Permanentes da ONU se prepararem para se reunirem em Nova Iorque para o Debate Geral de alto nível.
O facto de o próximo Secretário-Geral das Nações Unidas dever ser uma mulher é indiscutível”, afirma 1 for 7 Billion. Depois de quase 80 anos de uma sucessão ininterrupta de homens a ocupar o cargo mais alto das Nações Unidas, há muito que é necessário. O ímpeto está a crescer”.
O texto completo da carta é reproduzido abaixo, juntamente com uma lista actualizada dos signatários. Para mais informações sobre esta iniciativa ou para subscrever esta carta pela sua organização, envie um e-mail para ben@1for8billion.org
Excelência,
A nomeação de uma mulher para o cargo de Secretário-Geral já devia ter sido feita há muito tempo.
A igualdade de género é um princípio orientador fundamental das Nações Unidas. É um direito humano fundamental e uma base necessária para um mundo pacífico, justo e sustentável. No entanto, a Organização não pode pretender ser uma campeã do empoderamento das mulheres quando metade do mundo continua a ser excluída do seu mais alto cargo.
Apelamos a que tome o assunto nas suas próprias mãos: ajude a resolver o desequilíbrio histórico, anunciando que o seu país só considerará a nomeação de candidatas mulheres para o próximo processo de seleção do Secretário-Geral e encorajando todos os Estados a fazerem o mesmo.
As mulheres precisam da ONU, mas a ONU também precisa das mulheres. As evidências mostram claramente a contribuição das mulheres em todas as áreas de trabalho da ONU. Os progressos no sentido de quebrar o teto de vidro não foram impedidos por uma falta de mulheres qualificadas, mas sim por uma falta de oportunidades e pela imaginação limitada dos decisores que operam num ambiente de discriminação sistémica.
Apesar das melhorias recentes, a esfera das relações internacionais continua a ser lamentavelmente monopolizada pelos homens: 13 organizações multilaterais (incluindo os quatro maiores bancos de desenvolvimento) nunca foram dirigidas por uma mulher, há 78 anos que uma mulher não dirige a ONU e apenas 24% dos representantes permanentes da ONU são mulheres, como salienta o GWL Voices.
Pedimos aos Estados que tenham em mente esta realidade perturbadora ao considerarem as suas nomeações para o próximo chefe da ONU. Pedimos aos Estados que considerem a necessidade urgente de restaurar a credibilidade e a fé no mais alto cargo da ONU. Pedimos aos Estados que nomeiem uma mulher para o cargo de Secretário-Geral.
O momento é agora.
Com os melhores cumprimentos,
1 for 8 Billion
Access Now
Africans Rising
ARTICLE 19
Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) – Association of Brazilian Women Diplomats
Atlas
Blue Smoke
BRICS Policy Center (BPC)
Casa de Acolhimento Marielle Franco Brasil – Marielle Franco Brasil Shelter Home
Center for Development of International Law
Children’s Investment Fund Foundation
Citizens for Global Solutions (CGS)
CIVICUS
Coalition for the UN We Need
Coalizão O Clima é de Mudança – Coalition The Climate is for Change
COESUS Coalizão Não Fracking Brasil – No Fracking Coalition Brazil
Coletivo AquilombaRI (Coletivo Negro Estudantil da PUC-Rio – Black Student Collective of PUC-Rio)
Coletivo de Entidades Negras (CEN Brasil) – Collective of Black Entities (CEN Brasil)
Coletivo Negro de Relações Internacionais – Brasil (Black International Relations Collective)
Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida (UVA) – Undergraduate Program in International Relations at Veiga de Almeida University
Democracy Without Borders
European Center for Not-For-Profit Law (ECNL)
Equality Now
FADA – Força Ação e Defesa Ambiental – Action and Environmental Defense Force
Federação Nacional dos Estudantes de Relações Internacionais – National Federation of International Relations Students
Fundación ARAYARA – ARAYARA Foundation
Gender Action for Peace and Security (GAPS)
Global Citizen
Global Governance Innovation Network (GGIN)
Global Shapers Community – Belo Horizonte Hub
GWL Voices
HVD: Humanistischer Verband Deutschland – Bundesverband – Humanist Association of Germany – Federal Association
Instituto Clima de Eleição – Climate of Election Institute
Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio – International Relations Institute at PUC-Rio
Instituto Internacional ARAYARA – ARAYARA International Institute
Instituto PACS (Políticas Alternativas para o Cone Sul) – Alternative Policies Institute for the Southern Cone
Instituto Socioambiental (ISA) – Socio-Environmental Institute
InterAgency Institute
International Alliance of Women
International Centre for Eritrean Refugees and Asylum Seekers
Juventudes do Coletivo de Entidades Negras – Youth of the Black Entities Collective
Kurytiba Metropole
LITIGA – Litigância Climática e de Direitos – Climate and Rights Litigation
Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional (NUGRAD-UFU) – Research Center on Gender, Race, and Difference in International Politics
Observatório do Carvão Mineral (OCM) – Mineral Coal Observatory
Observatório do Petróleo e Gás (OPG) – Oil and Gas Observatory
Observatório Feminista de Relações Internacionais (OFRI) – Feminist Observatory of International Relations
Open Society Foundations
Perifalab
Plataforma CIPÓ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (PPGCP-UFF) – Graduate Program in Political Science at Fluminense Federal University
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (PPGCP-UFF)
Project Starling
Rede Fé, Paz e Clima – Faith, Peace and Climate Network
Rockefeller Brothers Fund
Southern Voice
Strategy for Humanity
United Nations Association – UK
Women’s International League for Peace and Freedom UK (WILPF UK)
WomanSG
por Comunicação Arayara | 04, abr, 2024 | ONU, Uncategorized |
ARAYARA INTERNATIONAL INSTITUTE has joined dozens of civil society, women’s rights, and human rights organisations, as well as international institutions and policy centres, in calling for the next Secretary-General of the United Nations to be a woman.
In a letter addressed to UN Permanent Representatives in New York, the organisations appeal to ambassadors to ‘help address the historic imbalance by announcing that your country will only consider nominating women candidates for the next Secretary-General selection process while encouraging all states to do the same’.
The letter was sent on 21 March as the Commission on the Status of Women drew to a close. Click here to download the letter.
The initiative is led by the organisation 1 for 7 Billion, and the signatories will promote the letter as the 55th Session of the UN Human Rights Council (HRC55) comes to a close on 5 April. It will also be recirculated in September as UN Permanent Representatives prepare to gather in New York for the high-level General Debate.
‘That the next Secretary-General of the United Nations should be a woman is indisputable,’ says 1 for 7 Billion. ‘After almost 80 years of an unbroken succession of men occupying the UN’s top job, it’s long overdue. Momentum is building.’
The full text of the letter has been reproduced below, together with an up to date list of sign-ons. For more information on this initiative or to sign your organisation onto this letter, please email ben@1for8billion.org
Dear Excellency,
The appointment of a woman Secretary-General is long overdue.
Gender equality is a core guiding principle of the United Nations. It is a fundamental human right and a necessary foundation for a peaceful, fair and sustainable world. However, the Organization cannot claim to be a champion of women’s empowerment when half of the world continues to be excluded from its highest office.
We are calling on you to take matters into your own hands: help address the historic imbalance by announcing that your country will only consider nominating women candidates for the next Secretary-General selection process while encouraging all states to do the same.
Women need the UN, but the UN also needs women. Evidence clearly shows the contribution women bring across all areas of the UN’s work. Progress in breaking the glass ceiling has not been impeded by a shortage of qualified women, but a shortage of opportunity and the limited imagination of decision makers operating in an environment of systemic discrimination.
Despite recent improvements, the sphere of international relations remains woefully monopolised by men: 13 multilateral organizations (including the four largest development banks) have never been led by a woman, 78 years without a woman leading the UN, and just 24% of UN Permanent Representatives are women, as highlighted by GWL Voices.
We ask states to keep this disturbing reality in mind as they consider their nominations for the next UN chief. We ask states to consider the urgent need to restore credibility and faith in the UN’s highest office. We ask states to appoint a woman Secretary-General.
The time is now.
Yours faithfully,
1 for 8 Billion
Access Now
Africans Rising
ARTICLE 19
Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) – Association of Brazilian Women Diplomats
Atlas
Blue Smoke
BRICS Policy Center (BPC)
Casa de Acolhimento Marielle Franco Brasil – Marielle Franco Brasil Shelter Home
Center for Development of International Law
Children’s Investment Fund Foundation
Citizens for Global Solutions (CGS)
CIVICUS
Coalition for the UN We Need
Coalizão O Clima é de Mudança – Coalition The Climate is for Change
COESUS Coalizão Não Fracking Brasil – No Fracking Coalition Brazil
Coletivo AquilombaRI (Coletivo Negro Estudantil da PUC-Rio – Black Student Collective of PUC-Rio)
Coletivo de Entidades Negras (CEN Brasil) – Collective of Black Entities (CEN Brasil)
Coletivo Negro de Relações Internacionais – Brasil (Black International Relations Collective)
Curso de Graduação em Relações Internacionais da Universidade Veiga de Almeida (UVA) – Undergraduate Program in International Relations at Veiga de Almeida University
Democracy Without Borders
European Center for Not-For-Profit Law (ECNL)
Equality Now
FADA – Força Ação e Defesa Ambiental – Action and Environmental Defense Force
Federação Nacional dos Estudantes de Relações Internacionais – National Federation of International Relations Students
Fundación ARAYARA – ARAYARA Foundation
Gender Action for Peace and Security (GAPS)
Global Citizen
Global Governance Innovation Network (GGIN)
Global Shapers Community – Belo Horizonte Hub
GWL Voices
HVD: Humanistischer Verband Deutschland – Bundesverband – Humanist Association of Germany – Federal Association
Instituto Clima de Eleição – Climate of Election Institute
Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio – International Relations Institute at PUC-Rio
Instituto Internacional ARAYARA – ARAYARA International Institute
Instituto PACS (Políticas Alternativas para o Cone Sul) – Alternative Policies Institute for the Southern Cone
Instituto Socioambiental (ISA) – Socio-Environmental Institute
InterAgency Institute
International Alliance of Women
International Centre for Eritrean Refugees and Asylum Seekers
Juventudes do Coletivo de Entidades Negras – Youth of the Black Entities Collective
Kurytiba Metropole
LITIGA – Litigância Climática e de Direitos – Climate and Rights Litigation
Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Diferença na Política Internacional (NUGRAD-UFU) – Research Center on Gender, Race, and Difference in International Politics
Observatório do Carvão Mineral (OCM) – Mineral Coal Observatory
Observatório do Petróleo e Gás (OPG) – Oil and Gas Observatory
Observatório Feminista de Relações Internacionais (OFRI) – Feminist Observatory of International Relations
Open Society Foundations
Perifalab
Plataforma CIPÓ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (PPGCP-UFF) – Graduate Program in Political Science at Fluminense Federal University
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (PPGCP-UFF)
Project Starling
Rede Fé, Paz e Clima – Faith, Peace and Climate Network
Rockefeller Brothers Fund
Southern Voice
Strategy for Humanity
United Nations Association – UK
Women’s International League for Peace and Freedom UK (WILPF UK)
WomanSG