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São João dos Patos relata problemas com exploração de gás de xisto

A equipe da Não Fracking Brasil conversou com moradores da cidade, que disseram não ter contato com os pesquisadores

O que é o fracking?

O fracking – também chamado de fraturamento hidráulico – é um processo que envolve a injeção de grandes volumes de água, produtos químicos e areia, a alta pressão, em camadas de rocha do subsolo para liberar o gás natural que está preso. Apesar de ser uma técnica já utilizada em vários países, ela é controversa por causar danos ambientais e ecológicos, incluindo contaminação da água subterrânea, liberação de gases de efeito estufa, terremotos induzidos etc.

 

A COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pela Água e Vida, uma campanha do Instituto Internacional Arayara, entrevistou, em 14 de setembro de 2022,  a senhora Julia Leopoldino, moradora de São João dos Patos, no Maranhão. Julia compartilhou sua experiência sobre a abordagem dos funcionários de uma empresa de pesquisa que buscavam autorização para entrar em sua propriedade e realizar estudos. Segundo ela, os funcionários chegaram, conversaram com a família e levaram um documento para que assinassem, autorizando a pesquisa. 

 

“Eles falaram que a rede não afeta nada, é só uma coisinha”, relatou Julia.

 

A moradora conta que todos da região assinaram o documento. Situações semelhantes ocorreram no estado do Paraná, onde também houve autorização da população para a realização de pesquisas relacionadas à extração de gás por fraturamento hidráulico. No entanto, os danos causados pelos estudos foram grandes, resultando em rachaduras em casas e estruturas devido a atividades sísmicas causadas pela pesquisa.

Em Santa Catarina, os moradores, produtores rurais e fazendeiros, cientes dos impactos negativos do fracking em suas propriedades, decidiram se unir e criar um movimento. Eles colocaram placas informativas nas portas e entradas de suas propriedades, proibindo a entrada da empresa de pesquisa. A comunidade se uniu para lutar contra o fracking, e o governo, pressionado pelos cidadãos, promulgou uma lei proibindo o fraturamento hidráulico em todo o estado catarinense.

Julia também relata que a equipe de pesquisadores não é composta por moradores locais, sendo apenas dois deles da região. O fracking não gera empregos significativos para a comunidade. Os trabalhadores vivem em um complexo isolado, dormindo em alojamentos e trazendo sua própria comida, o que não beneficia a economia local, incluindo hotéis e restaurantes. Os pesquisadores são vistos apenas nos postos de gasolina, abastecendo suas frotas de jipes, e nas propriedades pedindo autorizações.

Ao ser questionada pela equipe da COESUS sobre a finalidade do gás extraído por meio do fracking, Julia relatou que os pesquisadores não explicaram para que esse gás serviria.

Esses relatos reforçam a importância de uma conscientização efetiva sobre os impactos do fracking e a necessidade de buscar alternativas energéticas mais sustentáveis. A COESUS segue empenhada em promover a conscientização sobre os riscos do fracking e incentivar ações coletivas que visem a preservação da vida e do meio ambiente.

 

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