+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Representantes das Resex do Pará lançam publicação com demandas para os próximos dois anos

A exploração do petróleo na região é uma das ameaças evidenciadas no documento, que contou com a presença de lideranças do Pará, Maranhão e Amapá

A Associação dos Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas do Estado do Pará (AUREMs) lança “Os Caminhos Para O Bem Viver: Demandas Das Reservas Extrativistas Costeiras E Marinhas Do Estado Do Pará (2023-2025)” nesta sexta, 3 de novembro, ao vivo no Youtube.

 

Se você se interessa pela pauta socioambiental certamente já ouviu falar sobre a questão da agenda de avanço do Petróleo na costa Amazônica nos últimos tempos. Essa região é a área com maior cobertura de manguezais do país (80%), proprietária do Grande Sistema de Recifes Amazônicos (56 mil km2) e territórios e maretórios de inúmeras comunidades extrativistas. Mas o que querem as comunidades?

 

Em julho, dias antes dos Diálogos Amazônicos, lideranças de doze reservas extrativistas do Pará, quatro do Maranhão e da Colônia de Pesca do Oiapoque (AP), se reuniram para buscar delinear o protagonismo de suas histórias e construir um livro de demandas almejando “existir para produzir e viver o melhor que a vida tem a oferecer” em seus territórios.

 

Por que este documento?

 

“Por representar a vontade coletiva dos pescadores, pescadoras, extrativistas e marisqueiras, os quais atuam cotidianamente nos rios e bosques de florestas que compõem o ecossistema de manguezal amazônico. Homens e mulheres, sujeitos de direitos civis que se organizaram e expuseram neste ato suas reais necessidades, seu clamor por visibilidade e acesso aos mais básicos direitos fundamentais resguardados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo estes pilares basilares da Constituição da República Federativa do Brasil, como a vida bem vivida, a partir do acesso a políticas públicas organizadas pelo Estado brasileiro e direcionadas aos territórios dos povos e comunidades tradicionais.”

 

As famílias extrativistas que habitam essa região anseiam por algo muito além do “ouro negro” que promete prosperidade, mas traz mudanças impactantes e destrutivas. Em vez disso, clamam por energia limpa e acessível, como a energia solar, que poderia transformar suas vidas e a sustentabilidade de suas atividades econômicas, como o fornecimento básico de energia, essencial para o armazenamento do peixe de forma correta.

 

Duas representantes da ARAYARA participaram apoiando a elaboração do documento juntamente com diversos parceiros da sociedade civil e citam a importância do lançamento dessa publicação:

 

“Ter participado desse planejamento trouxe uma forte admiração por todos aqueles que dedicam suas vidas à defesa de seus territórios, dos quais eu também faço parte. Muitos estão na linha de frente desta luta, antes mesmo de compreenderem o que é uma Resex. Acredito que muitos manguezais ainda pulsam com vida, devido ao incansável esforço de todos que fizeram parte deste encontro. E a partir disso, reconheço meu papel em contribuir para ampliar este material, pois presenciei o esforço coletivo em construí-lo.” Kerlem Carvalho, oceanógrafa e mobilizadora social no Instituto ARAYARA.

 

“São inúmeras as demandas elencadas pelas comunidades extrativistas, mas me parecem pequenas frente o trabalho incansável de proteção ao mangue e a vida feito por esses guardiões e guardiãs, não é exagero quando as mulheres das RESEXs são chamadas de mães do mangue. É pela resistência e trabalho dessas pessoas que esse território tão distante de mim, que vim do sul do Brasil, permanece vivo. Tive o prazer de ouvir as histórias contadas, seja pelo Ataíde, seja cantadas pelo carimbó, de ver e sentir o mangue, de me alimentar dele com o aratu, com o caranguejo, com o açaí, com o turu. As demandas apresentadas pelas RESEXs, são uma chance do Brasil olhar e proteger esse território, de olhar e proteger os guardiões do mangue, de olhar e proteger o nosso país.” Winnie Dobal, geógrafa e mobilizadora social no Instituto ARAYARA.

 

Baixe aqui o documento completo.

 

Lista de parceiros dessa construção:

 

ASSOCIAÇÃO RARE DO BRASIL

COMISSÃO NACIONAL DE FORTALECIMENTO DAS RESEX MARINHAS – CONFREM

GRUPO DE ESTUDOS PAISAGEM E PLANEJAMENTO AMBIENTAL – GEPPAM – UFPA

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBIO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ – IFPA CAMPUS CASTANHAL

INSTITUTO INTERNACIONAL ARAYARA

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MAMIRAUÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO RURAL E GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS AGROALIMENTARES – PPDRGEA – IFPA CAMPUS CASTANHAL

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E DA PESCA – SEDAP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA WWF – Brasil

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Sem propostas, leilão da ANP para exploração de petróleo perto de Fernando de Noronha fracassa pela terceira vez

Ambientalistas comemoram o resultado e alertam que área da Bacia Potiguar, a 398 km de Noronha, deve voltar a ser oferecida em próximos leilões A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis tentou, pela terceira vez, leiloar blocos de exploração na Bacia Potiguar, localizada a 398 km de Fernando de Noronha. No leilão realizado nesta terça-feira (17), não houve

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Climate groups on alert for Brazil oil auction

Climate change monitoring groups say that Brazil’s upcoming oil and natural gas block auction will help increase CO2 emissions, a direct contradiction to the country’s climate agenda. The auction, to be held on 17 June,will offer permanent concessions for 332 blocks, including several in the Amazon basin. Burning resources from these blocks could release more than 11bn metric tonnes of

Leia Mais »

Audiência Pública Popular em Florianópolis denuncia possibilidade de exploração de petróleo no litoral catarinense

Cientistas climáticos, ativistas ambientais, comunidade oceânica e representantes de parlamentares catarinenses realizaram a audiência pública popular “Floripa Livre de Petróleo” na última quinta-feira (12) no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O encontro, que denunciou os diversos riscos da expansão da exploração de petróleo no litoral sul do Brasil, foi organizado pelo Instituto Internacional ARAYARA

Leia Mais »