+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Poluição do ar aumenta risco de demência, mesmo em níveis “seguros”, mostra estudo

Continuam as evidências de que respirar ar sujo faz mal ao cérebro

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) Neurology Monday descobriu que os residentes em Estocolmo, na Suécia, que foram expostos a níveis relativamente baixos de poluição do ar estavam em maior risco de demência, especialmente se eles também sofriam de doenças cardíacas.

“Nossas descobertas sugerem que a poluição do ar desempenha um papel no desenvolvimento da demência, e principalmente através da etapa intermediária das doenças cardiovasculares e, principalmente, do AVC”, afirmou a principal autora do estudo, Giulia Grande, pesquisadora do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade de Karolinska. Institutet, disse em um comunicado de imprensa.

Vários estudos descobriram associações entre a exposição à poluição por partículas e distúrbios cerebrais, como demência, câncer e distúrbios neurodegenerativos, e depressão e suicídio. Há evidências de que partículas podem entrar no cérebro diretamente pelo nariz e pela corrente sanguínea; no entanto, este estudo se concentrou mais em como a exposição à poluição do ar interagia com a saúde do coração e do cérebro.

Embora estudos anteriores tenham sugerido que a exposição a doenças cardiovasculares e à poluição do ar estão correlacionadas com o risco de demência, este é o primeiro a considerar os três juntos, informou a CNN.

Os pesquisadores acompanharam cerca de 3.000 adultos de Estocolmo, com idade média de 74 anos, até 11 anos. Eles descobriram que a exposição a longo prazo à poluição do ar aumentava o risco de demência, mas esse risco aumentava significativamente se o indivíduo sofria de acidente vascular cerebral. Quase 50% dos casos de demência relacionados à exposição à poluição do ar foram explicados por acidente vascular cerebral.

Além disso, os pesquisadores observaram que os participantes do estudo estavam morando no distrito de Kungsholmen, no centro de Estocolmo, onde os níveis de poluição estão com segurança abaixo do limite internacional.

Acompanhando sua exposição por um período de 20 anos, os pesquisadores descobriram que o risco de demência de uma pessoa aumentou em mais de 50% a cada aumento de 0,88 microgramas por metro cúbico e em mais de 10% a cada 8,35 microgramas por cúbico aumento do medidor de óxido de nitrogênio, informou a UPI.

Grande disse à UPI que os resultados sugerem a necessidade de padrões mais altos de poluição.

“Nossos resultados derivam de uma área central de Estocolmo, onde o controle da poluição do ar ambiental tem sido cada vez mais rigoroso nas últimas décadas”, afirmou Grande. “Curiosamente, o limite mais alto que relatamos não está apenas abaixo do atual limite europeu de partículas finas, mas também abaixo do padrão dos EUA. Em outras palavras, conseguimos estabelecer efeitos nocivos em níveis abaixo dos padrões atuais. Da próxima vez, os padrões de qualidade do ar revisados, esse risco também deve ser considerado.”

Fonte: https://www.ecowatch.com/air-pollution-risk-of-dementia-2645597765.html?rebelltitem=1#rebelltitem1

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Brasil escolhe trilhar o mapa do caminho do carvão mineral

Enquanto defende no plano internacional a transição para longe dos combustíveis, o Brasil segue aprovando medidas que dão sobrevida à indústria do carvão mineral Segunda-feira, 24 de novembro, primeiro dia útil após o fim da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas. Dois dias depois de lançar ao mundo o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis, o Brasil sancionou a Medida

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Leilão expõe contradição da política energética e afasta Petrobras da transição justa

Oferta de áreas do pré-sal pela PPSA ignora tendência global de queda do petróleo e compromete estratégia climática brasileira O Primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal representa mais um passo na contramão da transição energética que o Brasil afirma liderar, ampliando a entrega de recursos estratégicos a empresas privadas nacionais e estrangeiras. Enquanto o mundo se prepara para

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Sob críticas de ambientalistas, Lula pede que ministérios elaborem ‘mapa do caminho’ nacional para transição energética

Medida que fala em ‘redução gradativa dos combustíveis fósseis’ vem em meio às repercussões sobre exploração na Margem Equatorial e três semanas após o fim da COP30, quando elaboração de documento semelhante para o mundo foi prometida pela presidência brasileira Por Lucas Altino e Luis Felipe Azevedo — Rio e Belém 08/12/2025 12h57 O presidente Lula determinou que ministérios elaborem,

Leia Mais »

POSICIONAMENTO: Não se financia solução ampliando o problema

O Instituto Internacional ARAYARA vê com profunda preocupação o fato de o despacho presidencial propor que a transição energética brasileira seja financiada justamente pelas receitas provenientes da exploração continuada de petróleo e gás. Trata-se de uma contradição estrutural: não é coerente — nem sustentável — financiar a superação dos combustíveis fósseis com a ampliação da sua própria extração. Essa lógica

Leia Mais »