+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Poluição atmosférica afeta sistema reprodutor feminino, diz novo estudo

Pesquisadores do Instituto de Avanço da Biociência, em Grenoble, na França, publicaram um novo estudo na revista Environmental Pollution que relaciona a poluição do ar a uma diminuição na fertilidade feminina. Os testes foram feitos com amostras de urina de 184 mulheres em grandes cidades e o ciclo menstrual completo foi analisado. A equipe, então, associou os resultados aos níveis de exposição à poluição nos 30 dias que precederam o ciclo. O que eles observaram é que quanto mais a mulher estivesse exposta a partículas finas, mais durava a fase folicular, aquela que antecede a ovulação. Dessa forma, concluiu-se que a poluição atrapalha a ovulação fisiológica e isso pode causar riscos à fertilidade.

A fase folicular é aquela em que o corpo se prepara para ovular e há um aumento de hormônios nesse processo. Ela começa na menstruação e acaba na ovulação. “Em um ciclo de 26 a 28 dias, a mulher começa a ficar fértil no décimo dia, e no décido primeiro ou décimo segundo estará ovulando”, explica o médico Marcio Coslovsky, membro  da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida. “Com a fase folicular mais longa, a ovulação não se dá no dia que deveria, e acontece apenas de três a seis dias depois. Na prática, a ovulação pode ser imperfeita e isso pode dessincronizar a capacidade receptiva do útero, o que aumenta a dificuldade para gravidez espontânea”, completa.

Para o especialista, o estudo comprova algo que os pesquisadores já suspeitavam: “Sempre soubemos que lugares muito poluídos favorecem a má formação de bebês, seja por inalação ou por ingestão de produtos tóxicos ou químicos. O  interessante é que o estudo mediu partículas no ar com produtos poluentes e conseguiu correlacionar com o ciclo menstrual de maneira satisfatória”.

Embora a pesquisa tenha se concentrado no sistema reprodutor feminino, já há estudos que avaliam a influência da poluição do ar na fertilidade masculina. “Nos homens podemos fazer uma ilação com o que já se sabe. Cigarro, maconha,  qualquer coisa inalável, qualquer coisa que passe para o sangue muito rápido, diminui a espermatogênese, que é a quantidade e mobilidade do espermatozoide. Esse estudo sobre a poluição aponta uma relação também com essa produção”, afirma Coslovsky

Fonte: O Globo

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Comissão da Câmara pede que Ibama fiscalize crimes ambientais da CSN

A Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados fez nesta quinta-feira (23) uma reunião com representantes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) há duas semanas, por crimes de poluição e destruição ambiental em Volta Redonda, no Sul Fluminense. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) esteve à frente do encontro e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Petrobras tenta expandir área licenciada na Foz do Amazonas

Com permissão para perfurar bloco FZA-M-59 em mãos, empresa usa o mesmo processo para tentar abrir outros três poços de petróleo adjacentes. ONGs vão à Justiça contra autorização do Ibama. Um dia após obter a licença para perfurar o poço FZA-M-59 na bacia marítima da Foz do Amazonas, a Petrobras pediu autorização para abrir mais três usando o mesmo processo. Em documento encaminhado ao Instituto

Leia Mais »

Novo estudo do Inesc aponta queda nos subsídios aos fósseis, mas Brasil ainda privilegia combustíveis poluentes

Na tarde desta quinta-feira (23), diretores do Instituto Internacional ARAYARA participaram do lançamento da oitava edição do Monitoramento dos Subsídios às Fontes de Energia no Brasil (2023-2024), realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). O estudo revela que, pela primeira vez em oito anos, os subsídios aos combustíveis fósseis caíram 42% em 2024. Apesar da redução, o Brasil ainda mantém

Leia Mais »