+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

MP solicita à Justiça que vencedores da 17a Rodada façam Avaliações Ambientais da exploração de petróleo em SC

Procuradores também acataram outra demanda da ARAYARA e do Observatório do Petróleo e Gás para que organizações da sociedade civil entrem fisicamente no local do leilão

O Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF-SC) encaminhou na sexta-feira (3) ao Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre (RS), recurso chamado “agravo de instrumento” solicitando que o Tribunal reveja decisão anterior contra a Ação Civil Pública impetrada pelo Instituto Internacional ARAYARA e o Observatório do Petróleo e Gás (OPG) impetraram na seção catarinense da Justiça federal.

Na ACP, a ARAYARA e o OPG pedem a suspensão da 17a Rodada de Licitações de 42 blocos marinhos de exploração de petróleo e gás natural no litoral catarinense, conforme a Agência Nacional de Petróleo (ANP), pertencente ao Ministério de Minas e Energia, planeja realizar em 7 de outubro próximo.

Uma decisão anterior do TRF-4 havia suspendido, em 24 de junho, a exclusão dos 42 blocos da Licitação, por pedida liminar da juíza Marjôrie Cristina Freiberger, até que fossem elaboradas Avaliações Ambientais de Áreas Sedimentares (AAAS) das áreas a serem vendidas.

Na ACP, as duas entidades denunciam que a ANP não realizou, conforme determina a legislação, as AAAS dos blocos a serem leiloados na Bacia Marítima de Pelotas. A bacia se estende desde o litoral de São Paulo até o Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina.

A ANP dispensou a realização das AASS baseada em um posicionamento dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente. “Ao contrário do que sustentam as agravantes, a elaboração da AAAS não é facultativa, ou seja, não se trata de ato discricionário do Poder Executivo, que deve necessariamente elaborar os estudos ambientais, seja para subsidiar o planejamento estratégico das políticas públicas energéticas, seja para subsidiar o futuro e também imprescindível licenciamento ambiental para a exploração dos recursos minerais”, avaliou o MPF-SC.

“Todavia, a dúvida recai sobre o momento em que se torna exigível a elaboração da AAAS, pois, considerando a redação dos artigos anteriormente mencionados, parece ser possível realizá-la posteriormente ao leilão de manifestação de interesse, desde que haja manifestação conjunta dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente”, ressalvou a petição do MPF-SC, assinada pelo Procurador Regional da República, Rodolfo Martins Krieger, e dirigida ao desembargador federal Luís Alberto D’Azevedo Aurvalle, da 4ª Turma do TRF-4.

O MPF-SC também solicitou, igualmente como as entidades requereram à Justiça, que a ANP garanta “a ampla, irrestrita e efetiva participação da Requerente na sessão pública do leilão da 17ª Rodada da ANP, bem como determinar que toda a sessão pública de apresentação de ofertas da 17ª Rodada da ANP seja gravada e veiculada em tempo real aos cidadãos interessados por intermédio da rede mundial de computadores (Internet)”.

“Felizmente, o MPF toma uma decisão acertada para garantir a presença da sociedade civil fisicamente no certame, fato que a ANP não tem cumprido , em decisões anteriores semelhantes em nome da Arayara. A decisão do MPF nos garante que atenda o princípio da participação popular garantida até na Constituição Brasileira”, avaliou o n engenheiro Juliano Bueno Araújo, presidente da ARAYARA.

Carlos Rocker, advogado da ARAYARA e do OPG, observa duas vitórias nesse pedido do MPF-SC. “A primeira é a obrigação do cumprimento das AAAs por parte do vencedores do certame, o que não existia. Além disso, a sociedade civil passar a ter a garantia do acesso e participação física dentro do local do certame, algo que não acontecia desde 15a Rodada, realizada em 24 de novembro de 2017, durante o governo provisório de Michel Temer. A ANP descumpriu mandados judicias e se utilizou de artifícios anti-democráticos e ilegais”.

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/09/e-a-constituicao-estupido.shtml

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

#InstitutoArayara  #Arayara #EmDefesaDaVida #SOSLitoralSC #MarSemPetróleo #LeilãoFóssilNão #ObservatórioDoPetróleo #Petróleo #TransiçãoEnergética #Transiçãojusta #DemocraciaEnergética #JustiçaAmbiental #EnergiasLimpas #Descarbonização #ObservatórioDoPetróleoeGás


Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Inclusão de comunidades tradicionais e coerência nos compromissos climáticos são debatidos em encontro preparatório para a COP 30

Na tarde de ontem (14), em encontro promovido pelo PSOL para reunir contribuições da sociedade civil aos encaminhamentos brasileiros na COP 30, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, abriu os trabalhos apresentando um panorama dos compromissos climáticos esperados para a conferência, com destaque para o fortalecimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Guajajara ressaltou que o financiamento climático deve

Leia Mais »

ARAYARA assume cadeira no Comitê de Bacias Hidrográficas do Norte Pioneiro do Paraná

O Instituto Internacional ARAYARA passou a integrar oficialmente o Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Cinzas, Itararé, Paranapanema 1 e 2 — conhecido como CBH Norte Pioneiro do Paraná. A posse ocorreu durante a 8ª Reunião Extraordinária do colegiado, realizada na última quarta-feira (13), marcando o início do mandato 2025-2029. Representada pela professora e ambientalista Izabel Cristina Marson (titular) e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Los tribunales brasileños comienzan a asignar un valor monetario a los daños climáticos

Brasil está impulsando un nuevo enfoque en los litigios climáticos que proporciona a los jueces herramientas concretas para medir y asignar un valor económico a los daños climáticos causados por la deforestación Por Isabella Kaminski | 13/08/2025 | Ecología social Fuentes: dialogue.earth/es/ En todo el mundo se ha intentado utilizar la ley para responsabilizar por el cambio climático a las empresas contaminantes. Sin embargo, ninguna demanda

Leia Mais »

Aulão: entidades reforçam mobilização nacional contra o “PL da Devastação”

Na tarde de ontem (13), o Instituto Internacional Arayara integrou um debate online promovido pela Frente Nacional contra o “PL da Devastação”, transmitido ao vivo pelo canal da coalizão no YouTube. A iniciativa  reuniu especialistas, estudantes, organizações e movimentos sociais para discutir os riscos ambientais, políticos e jurídicos do Projeto de Lei 2.159, que flexibiliza o licenciamento ambiental no Brasil.

Leia Mais »