+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Governo propõe rescisão de contratos de usinas térmicas

A medida mantém a segurança jurídica e regulatória do setor e beneficiará os consumidores de energia elétrica, evitando o pagamento de até R$ 39 bilhões e reduzindo em até 4,5% as tarifas em todo o País pelos próximos 3 anos.

 

O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu nesta quinta-feira (27) uma consulta pública com o objetivo de rescindir todos os contratos de usinas térmicas escolhidas após concorrência feita em outubro do ano passado. De acordo com o governo, a medida evitará o pagamento de até R$ 39 bilhões e reduzirá em até 4,5% as tarifas no país pelos próximos três anos.
As usinas foram contratadas por meio de um processo batizado de PCS (Procedimento Competitivo Simplificado) e deveriam operar de 1º de maio de 2022 a 31 de dezembro de 2025 com condições vantajosas para as empresas.
Como o leilão ocorreu no momento da crise hídrica, o preço da energia dentro do PCS ficou em R$ 1.560 pelo MWh (megawatt-hora). Hoje, com os reservatórios das hidrelétricas cheios, o mercado trabalha com o preço à vista de R$ 55,70 por MWh.

 

Todas as 17 térmicas do PCS custariam R$ 39 bilhões na conta de luz, pelas estimativas da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres).
De acordo com o governo, a proposta vai reduzir custos com a geração de energia elétrica, preservar o fornecimento de energia e respeitar as regras do PCS.
A minuta de portaria apresentada na consulta autoriza a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a rescindir sem ônus para as empresas ou para o governo os contratos das usinas que entraram em operação dentro do prazo e que estão adimplentes com suas obrigações.

De acordo com a proposta do MME, os geradores adimplentes que concordarem com a rescisão amigável terão 30 dias, após a publicação da portaria de diretrizes, para apresentar à Aneel o termo de aceitação.
O governo ressalta que a resolução amigável não se aplica aos geradores que descumpriram as obrigações contratuais. Várias estão atrasadas.
É previsto que as usinas que não entraram em operação nos prazos acordados terão seus contratos rescindidos por inadimplência, com a consequente cobrança das penalidades de multa estabelecidas nos contratos.

De acordo com o governo, a rescisão amigável e a redução da geração contratada já vinha sendo solicitada por alguns geradores à Aneel e ao MME. Além disso, o TCU (Tribunal de Contas da União) tem apontado a necessidade da análise de alternativas para a redução dos custos do PCS, entre elas a rescisão contratual.
“A solução submetida à sociedade busca atender ao interesse público, na medida em que oportuniza a redução dos custos e das tarifas de energia elétrica, respeitando os contratos firmados e preservando a segurança jurídica e regulatória do processo licitatório”, afirma o ministério.

As diretrizes e as condições para a rescisão dos contratos estarão disponíveis para consulta pública até 28 de novembro.

Colaborou Alexa Salomão

Via Folha em 27/10/22

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

9ª Reunião  do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas discute políticas energéticas e ambientais para reconstrução do Rio Grande do Sul

O Instituto Internacional Arayara esteve presente na 9ª Reunião do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC), realizada ontem (17), no auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em Porto Alegre. Representada pelo advogado Luiz Renato Santa Ritta e o engenheiro ambiental John Würdig, a ARAYARA participou ativamente das discussões sobre as políticas climáticas do

Leia Mais »

ARAYARA NA MÍDIA | Projeto de exploração de petróleo na Amazônia brasileira expõe disputas de interesses

Aumenta a pressão do mercado para que a Petrobras seja autorizada a fazer estudos de exploração na foz do rio Amazonas. Por outro lado, a sociedade civil se organiza e tenta impedir que a região seja alvo da atividade petroleira.   Matéria de Alice Martins Morais para o climatetrackerlatam.org publicada em 18/10/2024. Enquanto mantém um discurso de liderança na diplomacia

Leia Mais »
Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) realiza audiência pública preparatória para 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), de 2024. Mesa: representante do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitanguary; secretária de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni; presidente eventual da CMMC, deputado Nilto Tatto (PT-SP); diretora do Departamento do Clima do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Liliam Beatris - em pronunciamento.

Preparativos para a COP29: GT Clima da Frente Parlamentar Ambientalista promove audiência com especialistas e sociedade civil

Na última terça-feira (15), o GT Clima da Frente Parlamentar Ambientalista realizou, no Senado, uma audiência pública voltada à preparação da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas para a COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024. O evento reuniu especialistas, representantes do governo e da sociedade civil para discutir temas cruciais, como financiamento climático e transição

Leia Mais »

ARAYARA NA MÍDIA | Sequestrado pelo carvão e gás, debate sobre energia eólica offshore no Brasil omite elementos-chave

Apesar do papel crucial na transição energética do país, um projeto de lei brasileiro que regulamenta a energia eólica offshore está paralisado por emendas relacionadas a usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis, atrasando investimentos e negligenciando impactos socioambientais.   Originalmente publicado em gasoutlook.com por Amanda Magnani 14.10.2024 Um dos países com a matriz elétrica mais descarbonizada do mundo, o Brasil

Leia Mais »