+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Entidades sindicais e ambientais lançam carta conjunta contra a 3ª Oferta Permanente de Partilha (OPP)

O Instituto Internacional ARAYARA, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o Sindipetro Rio de Janeiro, Sindipetro Pará/ Amazonas/ Maranhão/ Amapá, Sindipetro Sergipe/ Alagoas e Sindipetro Litoral Paulista lançaram uma carta conjunta convocando sindicatos, movimentos sociais e ambientalistas a se mobilizarem contra a 3ª Oferta Permanente de Partilha (OPP), cuja sessão está marcada para o dia 22 de outubro.

O ato popular será  realizado nessa mesma data, ao meio dia, em frente ao prédio da Agência Nacional do Petróleo (ANP) / Transpetro(RJ).

As entidades denunciam que o novo ciclo de leilões aprofunda a dependência brasileira dos combustíveis fósseis e entrega áreas estratégicas do pré-sal a grandes petroleiras internacionais. Entre as empresas inscritas e aptas a participar do 3º Ciclo estão Chevron, CNOOC, Qatar Energy, Shell e Total, conglomerados que simbolizam a concentração do poder energético nas mãos de multinacionais.

Em meio ao enfraquecimento do já limitado modelo das OPPs, à privatização parcial da Petrobras e à expansão dos leilões de reservas nacionais, as entidades alertam que a renda do pré-sal não tem sido revertida em investimentos na transição energética nem em benefícios concretos para o povo brasileiro.

A situação de Macaé (RJ) ilustra esse modelo de desigualdade: mesmo com bilhões arrecadados em royalties do petróleo, o município segue vulnerável às oscilações do mercado internacional, com crescimento concentrado, destruição ambiental e agravamento das desigualdades sociais.

 

Assine a Carta e confira a nota técnica da ARAYARA

 

De acordo com o relatório “The Money Trail Behind Fossil Fuel Expansion in Latin America and the Caribbean”, elaborado pelo Instituto Internacional ARAYARA em parceria com a Urgewald, quatro novos campos exploratórios estão sendo abertos no pré-sal próximo a Macaé — Marlim Azul (Petrobras), Raia Pintada e Raia Manta (Equinor) e Maromba (BW).

Além disso, os dois maiores terminais de GNL da América Latina estão em construção no Brasil: o Porto Norte Fluminense e o Tepor Macaé, com capacidade conjunta de regaseificação de 5,63 milhões de toneladas por ano. Esses empreendimentos, somados à expansão das termelétricas fósseis, representam um retrocesso ambiental e uma contradição com os compromissos climáticos assumidos pelo país.

Juliano Bueno, diretor técnico da ARAYARA, doutor em Urgências e Emergências Ambientais e também conselheiro do CONAMA, ressalta que em vez de avançar na transição energética, o Brasil continua preso a um modelo fóssil que subordina a política energética nacional aos interesses das grandes corporações. “ É urgente que a sociedade se mobilize contra esse retrocesso e em defesa da soberania energética, da justiça climática e da proteção socioambiental.

Precisamos conter a expansão da indústria de petróleo e gás e acelerar uma verdadeira transição energética, capaz de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações”, destacou o especialista.

Serviço

O quê: Ato contra a 3ª Oferta Permanente de Partilha (OPP)

Quando: 22 de outubro (terça-feira), às 12h

Onde: Em frente ao prédio da ANP/Transpetro, no Rio de Janeiro.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Derrubada do veto empurra Brasil à devastação, afirma Instituto Arayara

O Instituto Internacional ARAYARA manifesta extrema preocupação com a derrubada de todos os itens do Veto 29/2025 que foram apreciados hoje, classificando a atitude do Congresso como uma “negociação de vidas” que fragiliza a proteção socioambiental e inviabiliza o cumprimento das metas climáticas assumidas pelo Brasil na COP30. A ARAYARA reforça que a sanção da Presidência com veto parcial já

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Sociedade civil vê retrocesso grave em queda de vetos de PL Ambiental

Organizações da sociedade civil veem como um “retrocesso grave” a decisão do Congresso Nacional de derrubar 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei nº 15.190/2025), chamada pelos ambientalistas de “PL da Devastação”. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) diz, em nota, que a decisão do Congresso coloca em risco

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: ONGs vão acionar a Justiça contra derrubada de vetos do Licenciamento Ambiental

Institutos alertam que texto é inconstitucional; liderança do governo diz que já identificou seis pontos que serão contestados Institutos e associações ambientalistas reagiram rapidamente à derrubada dos vetos presidenciais sobre a lei do Novo Licenciamento Ambiental, imposta pelo Congresso nesta quinta (27), e anunciaram que vão acionar a justiça. Diversos trechos, que haviam sido vetados pelo presidente Lula, são considerados inconstitucionais pelo grupo. Em

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Sociedade civil vê retrocesso grave em queda de vetos de PL Ambiental

ONGs alertam para riscos aos ecossistemas e aos povos tradicionais Organizações da sociedade civil veem como um “retrocesso grave” a decisão do Congresso Nacional de derrubar 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei nº 15.190/2025), chamada pelos ambientalistas de “PL da Devastação”. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) diz,

Leia Mais »