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Encontro do Observatório do Clima reúne mais de 100 organizações

Assembleia anual foi a maior já realizada pela rede e preparou atuação para a COP30, em Belém

DO OC – O Observatório do Clima (OC) realizou nesta semana, em São Paulo, o encontro anual da rede com a participação de quase 200 representantes de 103 organizações. Foi a maior assembleia desde a fundação do OC, em 2002.

Em meio à terceira onda de calor do ano, que atingiu a sede do encontro e mais dez estados brasileiros, a principal rede da sociedade brasileira sobre mudança do clima discutiu os desafios da agenda e a atuação do OC em 2025. Entre os principais temas abordados, a preparação para a COP30, Conferência do Clima da ONU que será realizada em novembro, em Belém (PA), o impasse das negociações climáticas, a agenda política nacional e o engajamento da sociedade para ampliação do debate sobre a emergência climática.

“Os encontros do OC são sempre muito bons quando duas coisas funcionam: o conteúdo e a reunião das pessoas. Aqui tivemos conteúdo de sobra, alinhamento, rumo e visão comum do que fazer, como e o que trabalhar neste ano. É quando as organizações se veem, sabem o que o outro está fazendo, têm ideias novas, trocam informações e se sentem acolhidas umas pelas outras. O sucesso do encontro é quando essas duas coisas acontecem ao mesmo tempo”, disse o secretário executivo do OC, Marcio Astrini.

“Fora isso, tivemos coisas importantes como a troca da coordenação e a entrada de duas novas pessoas, aumentando ainda mais a diversidade, com uma mulher indígena e uma mulher quilombola. É a primeira vez que temos uma indígena e uma quilombola na coordenação.”

Instância máxima da governança do OC, a assembleia realizada nos dias 18 e 19 de fevereiro elegeu as duas integrantes para o comitê de coordenação e referendou a recondução de Astrini para mais um mandato de cinco anos, além de recepcionar 14 novas organizações.

A coordenação do OC é a principal instância representativa da rede, responsável por orientar o secretariado executivo no cumprimento das deliberações da assembleia. Terá agora a participação de Deroní Mendes, do Instituto Centro de Vida (ICV), e Valeria Paye, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

Elas se juntam a Adriana Ramos, assessora de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA); Andréia Bavaresco, coordenadora Executiva do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB); Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM); e Délcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo.

Após cinco anos de gestão, deixam a coordenação Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde e Alegria, e Marina Piatto, diretora executiva do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

A rede do Observatório do Clima passa a ter 133 organizações com a chegada de 14 novas integrantes. São elas: Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), ACT Promoção da Saúde, Associação Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA), Fórum Permanente São Francisco, Instituto Ação Climática, Instituto Árvores Vivas, Instituto Caburé, Instituto Comida do Amanhã, Instituto Mar Adentro (IMA), Movimento Negro Evangélico (MNE), Museu da Pessoa, Painel Mar, Revolusolar e SER.

Novas coordenadoras

“Acredito que povos e comunidades tradicionais podem contribuir muito nas discussões do OC, e que o OC pode contribuir com essas comunidades e suas lutas. O OC é reconhecido por organizações que produzem conhecimento técnico e científico, e acho importante esse casamento entre o conhecimento científico e o das comunidades”, disse Deroní Mendes.

Quilombola de Mato Grosso, ela é graduada em Geografia pela UNEMAT e mestranda pela UFMT. Atua desde 2002 na construção de políticas para povos e comunidades tradicionais, meio ambiente e clima, incluindo a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto 6040/2007). No ICV desde 2012, é coordenadora do Programa de Direitos Socioambientais. Coordenou formações para lideranças quilombolas e recebeu o prêmio “Agitando a Resistência Negra 2022”.

Valeria Paye é indígena da TI Parque do Tumucumaque (PA/AP), graduada em Ciências Sociais pela UnB. Atua no movimento indígena desde 1998 e foi a primeira mulher indígena a coordenar a representação da Coiab em Brasília (2008). Ajudou a fundar a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a organizar o Acampamento Terra Livre (ATL). Integrante da Coordenação Executiva da Apib, é diretora executiva do Podáali, o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira. “Desejo força”, disse Valeria em vídeo exibido no encontro.

Fonte: Observatório do Clima

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