+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Emergência climática é uma questão de matemática e física, não ideológica

Enviado do Clima dos EUA, John Kerry, falou durante a abertura da Estocolmo+50, reunião convocada pela ONU para celebrar os cinquenta anos da conferência

 

O enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, disse que a emergência climática não é uma questão de ideologia política e que o mundo está em um curso destrutivo da biodiversidade. Ele falou durante a abertura da Estocolmo+50, reunião convocada pela ONU para celebrar os cinquenta anos da conferência Estocolmo e discutir a urgência das políticas de proteção do clima.

 

“As 20 principais economias do mundo desenvolvido equivalem a 80% de todas as emissões. A realidade é que a ciência está nos dizendo muito claramente o que temos que fazer. Esta não é uma questão de ideologia política, é uma questão de matemática e física”.

 

Kerry também criticou políticas ambientais que contrariam a ciência. “Líderes do mundo e pessoas em cargos de maior responsabilidade, que poderiam fazer a diferença, tomam atitudes diferentes do que a ciência diz. Um monte de gente está ignorando a ciência e ignorando a realidade do que está acontecendo com o planeta. Infelizmente, estamos em um curso muito destrutivo com uma enorme porcentagem de biodiversidade sendo destruída”.

 

Ativistas ambientais cobraram no encontro o início das ações prometidas pelos chefes de Estado durante os principais fóruns sobre mudanças climáticas, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em novembro passado.

 

“Já se passaram seis meses desde a COP26, quando os líderes prometeram lutar para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Desde então, novos projetos imprudentes de combustíveis fósseis continuam a ser aprovados pelos chamados ‘líderes do clima’ no Norte Global”, criticou Vanessa Nakate, ativista de Justiça Climática da Rise Up Movement Uganda.

 

Nakate cobrou o fim dos combustíveis fósseis e a entrega dos US$ 100 bilhões anuais prometidos em 2009 pelos países desenvolvidos para o combate às mudanças climáticas em países em desenvolvimento, hoje atrasados.

 

“Não podemos nos permitir outra conferência cheia de promessas vazias enquanto as vidas das pessoas em toda a África estão desmoronando devido a secas e enchentes induzidas pela mudança no clima”.

Líder do Programa de Diplomacia Climática e Geopolítica, E3G, Alex Scott, disse que o encontro deve servir como chance para que os países estabeleçam os sistemas financeiros e de cooperação global para enfrentar as múltiplas crises ambientais e sociais.

 

“O momento Estocolmo+50 ocorre no meio do caminho entre a COP26 da ONU em Glasgow e a COP27 da ONU no Egito, em novembro, onde as luzes da ribalta estarão brilhando sobre o que mais os governos têm feito para apoiar as comunidades vulneráveis para lidar com os impactos climáticos”.

 

Segundo Scott, as comunidades estarão particularmente atentas aos países mais ricos para uma atualização sobre o que eles estão fazendo para cumprir suas promessas climáticas.

 

Já segundo a Dra. Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora do Instituto Internacional ARAYARA, as explorações de petróleo e gás realizadas no Sul global, especialmente no Brasil e Guiana devem acelerar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e comprometer qualquer redução nas emissões. As explorações vem sendo aceleradas por empresas chinesas, indianas, americanas, inglesas e francesas. Se a expansão fóssil não for freada e a transição energética justa acelerada, o ponto de inflexão climático terá sido perdido, diz a ativista e cientista .

 

#clima #cop27 #glasgow #estocolmo50 #arayara 

 

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Na Mídia: Audiência sobre fraturamento hidráulico acontece no dia 11 de dezembro

Em audiência pública marcada para 11 de dezembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai reunir entidades e especialistas para discutir a exploração de recursos energéticos de fontes não convencionais (óleo e gás de xisto ou folhelho) por meio da técnica conhecida como fraturamento hidráulico (fracking). O evento, que acontecerá a partir das 9h, no auditório da Primeira Seção, poderá

Leia Mais »

Na Mídia: ARAYARA repudia manutenção de subsídios bilionários a térmicas a carvão até 2040 e alerta para impacto climático, econômico e regulatório

A sanção integral da Medida Provisória 1.304, convertida na Lei nº 15.269/2025, reacendeu o debate sobre coerência climática e políticas públicas para o setor elétrico no Brasil. Publicada em 24 de novembro, no primeiro dia útil após o encerramento da COP30, realizada em Belém, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a contratação compulsória e a prorrogação de

Leia Mais »

O voto global da juventude: painel questiona a “Carta das Nações Unidas” e pede democracia climática

A governança global, atualmente estruturada pela Carta das Nações Unidas de 1945, está defasada e falha em garantir uma resposta efetiva à crise climática. Essa foi a provocação central do painel “Youth for UN Charter Review and Climate Democracy: Towards a Thriving Future for All Peoples and Our Planet” (Juventude pela Revisão da Carta da ONU e Democracia Climática), realizado

Leia Mais »

Confronto de ideias na COP30: ciência climática, capitaloceno e a urgência do phase out fóssil

A verdade inconveniente da crise climática, a falha histórica das COPs e a urgência de uma transição para além dos combustíveis fósseis foram o cerne do Painel Cientistas do Clima, realizado na sexta-feira, 21 de novembro, no ARAYARA Amazon Climate Hub. O encontro, mediado pela diretora executiva da ARAYARA, Nicole Oliveira, reuniu nomes de peso para conectar a ciência dura

Leia Mais »