Comissão de Fiscalização Financeira e Controle convida especialistas da Campanha Não Fracking Brasil e representantes do Ministério da Saúde e IBAMA, dentre outros, para discutir o assunto
Brasília, 24 de outubro – Uma audiência pública de grande relevância trouxe à tona os riscos e desafios associados ao fracking (fraturamento hidráulico) no Brasil. O evento foi conduzido a partir de um requerimento do Deputado Jorge Solla e contou com a participação de diversos especialistas, autoridades e ativistas engajados na luta contra essa prática controversa e de alto risco. Entre os palestrantes estavam Juliano Bueno de Araújo, diretor do Observatório do Petróleo e Gás e Instituto ARAYARA, Luiz Fernando Scheibe, doutor em Geociências pela USP e professor da UFSC, Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da ARAYARA e coordenadora da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, Agnes Soares da Silva, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Edmilson Comparini Maturana, coordenador-Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestres do IBAMA e Raoni Andrade Rodrigues, assessor da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Elton Rocha e Antonio Martins representando o INEMA-BA, além do prefeito da cidade de Toledo-PR, Beto Lunitti e o Deputado Federal Elton Welter, cada um trazendo perspectivas valiosas e preocupações sobre o fracking.
Riscos para a Água e o Solo:
Um dos principais tópicos discutidos na audiência pública foi a ameaça do fracking à água e ao solo. Agnes Soares da Silva, representante do Ministério da Saúde, destacou os perigos associados à contaminação de aquíferos e reservas superficiais, enfatizando os riscos que essa prática pode trazer para a saúde da população em todas as fases.
Desafios Ambientais e de Saúde:
Foram apresentados dados sobre a localização das reservas de gás de xisto no Brasil e no mundo, pelo Dr. Juliano Bueno, ele ressaltou as preocupações com a saúde, incluindo problemas na formação de fetos e doenças em crianças, relacionadas ao fracking. Além disso, Juliano mencionou que estados brasileiros e centenas de cidades já proibiram o fracking, demonstrando a crescente conscientização sobre seus riscos e a rejeição generalizada da população mediante os diversos problemas apresentados. Demais convidados também citaram a questão da saúde e como os diversos níveis, desde municípios até o nível federal vem dimensionando os impactos que uma exploração com esse método de extrair gás de rochas poderia provocar.
Impactos Econômicos:
Nicole de Oliveira, da COESUS , apresentou uma ampla gama de informações atualizadas sobre os impactos econômicos e sociais do fracking. Ela citou que existem mais de 10 mil estudos acadêmicos e científicos que comprovam as consequências negativas dessa prática. Nicole ressaltou que “o fracking é a maior ameaça ambiental enfrentada pelo Brasil” e apontou que 62% dos subsídios no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal estão direcionados aos combustíveis fósseis. Além disso, ela mencionou um estudo que revela um aumento de 30% na incidência de crimes violentos em áreas de fracking nos Estados Unidos, bem como a queda de empregos e o grande número de poços perfurados abandonados nos EUA, deixando uma dívida de um trilhão e meio de reais e um passivo ambiental de gases escape que poluem de forma descomunal.
Como exemplo, os representantes de Toledo explicaram o quão importante é manter o método de fracking longe de suas produções agropecuárias que alimentam a população e fazem girar a economia do estado do Paraná, um dos que já tem lei restringindo a atividade do fracking. Potencial para geração de energia limpa é visto como uma das melhores soluções para evitar os riscos de vida causados pela indústria do petróleo e gás.
Variados especialistas, grandes impactos
A audiência pública trouxe à tona uma série de preocupações relacionadas ao fracking, desde riscos ambientais até questões de saúde pública e impactos econômicos. A discussão envolveu especialistas de diversas áreas e ativistas comprometidos com a proteção do meio ambiente e da sociedade. À medida que a conscientização sobre os riscos do fracking cresce, é importante continuar o diálogo e a busca por soluções sustentáveis para o futuro do Brasil.
Um dos principais clamores sociais é a aprovação de uma Lei que proíbe o fracking no Brasil, ou, como citado por Juliano Bueno, uma moratória por 10 ou 20 anos em todo o território nacional.
Este evento ressalta a importância de continuar acompanhando de perto o debate em torno do fracking e as medidas que estão sendo tomadas para proteger o Brasil dos impactos negativos dessa prática, venha conosco e participe desse movimento pela vida, gás da morte não!
Assista a íntegra da audiência: