+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Efeitos do Fracking para extração de gás é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados

Comissão de Fiscalização Financeira e Controle convida especialistas da Campanha Não Fracking Brasil e representantes do Ministério da Saúde e IBAMA, dentre outros, para discutir o assunto

Brasília, 24 de outubro – Uma audiência pública de grande relevância trouxe à tona os riscos e desafios associados ao fracking (fraturamento hidráulico) no Brasil. O evento foi conduzido a partir de um requerimento do Deputado Jorge Solla e contou com a participação de diversos especialistas, autoridades e ativistas engajados na luta contra essa prática controversa e de alto risco. Entre os palestrantes estavam Juliano Bueno de Araújo, diretor do Observatório do Petróleo e Gás e Instituto ARAYARA, Luiz Fernando Scheibe, doutor em Geociências pela USP e professor da UFSC, Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da ARAYARA e coordenadora da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, Agnes Soares da Silva, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Edmilson Comparini Maturana, coordenador-Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestres do IBAMA e Raoni Andrade Rodrigues, assessor da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Elton Rocha e Antonio Martins representando o INEMA-BA, além do prefeito da cidade de Toledo-PR, Beto Lunitti e o Deputado Federal Elton Welter, cada um trazendo perspectivas valiosas e preocupações sobre o fracking.

Riscos para a Água e o Solo:

Um dos principais tópicos discutidos na audiência pública foi a ameaça do fracking à água e ao solo. Agnes Soares da Silva, representante do Ministério da Saúde, destacou os perigos associados à contaminação de aquíferos e reservas superficiais, enfatizando os riscos que essa prática pode trazer para a saúde da população em todas as fases.

Desafios Ambientais e de Saúde:

Foram apresentados dados sobre a localização das reservas de gás de xisto no Brasil e no mundo, pelo Dr. Juliano Bueno, ele ressaltou as preocupações com a saúde, incluindo problemas na formação de fetos e doenças em crianças, relacionadas ao fracking. Além disso, Juliano mencionou que estados brasileiros e centenas de cidades já proibiram o fracking, demonstrando a crescente conscientização sobre seus riscos e a rejeição generalizada da população mediante os diversos problemas apresentados. Demais convidados também citaram a questão da saúde e como os diversos níveis, desde municípios até o nível federal vem dimensionando os impactos que uma exploração com esse método de extrair gás de rochas poderia provocar.

Impactos Econômicos:

Nicole de Oliveira, da COESUS , apresentou uma ampla gama de informações atualizadas sobre os impactos econômicos e sociais do fracking. Ela citou que existem mais de 10 mil estudos acadêmicos e científicos que comprovam as consequências negativas dessa prática. Nicole ressaltou que “o fracking é a maior ameaça ambiental enfrentada pelo Brasil” e apontou que 62% dos subsídios no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal estão direcionados aos combustíveis fósseis. Além disso, ela mencionou um estudo que revela um aumento de 30% na incidência de crimes violentos em áreas de fracking nos Estados Unidos, bem como a queda de empregos e o grande número de poços perfurados abandonados nos EUA, deixando uma dívida de um trilhão e meio de reais e um passivo ambiental de gases escape que poluem de forma descomunal.

Como exemplo, os representantes de Toledo explicaram o quão importante é manter o método de fracking longe de suas produções agropecuárias que alimentam a população e fazem girar a economia do estado do Paraná, um dos que já tem lei restringindo a atividade do fracking. Potencial para geração de energia limpa é visto como uma das melhores soluções para evitar os riscos de vida causados pela indústria do petróleo e gás.

Variados especialistas, grandes impactos

A audiência pública trouxe à tona uma série de preocupações relacionadas ao fracking, desde riscos ambientais até questões de saúde pública e impactos econômicos. A discussão envolveu especialistas de diversas áreas e ativistas comprometidos com a proteção do meio ambiente e da sociedade. À medida que a conscientização sobre os riscos do fracking cresce, é importante continuar o diálogo e a busca por soluções sustentáveis para o futuro do Brasil.

Um dos principais clamores sociais é a aprovação de uma Lei que proíbe o fracking no Brasil, ou, como citado por Juliano Bueno, uma moratória por 10 ou 20 anos em todo o território nacional.

Este evento ressalta a importância de continuar acompanhando de perto o debate em torno do fracking e as medidas que estão sendo tomadas para proteger o Brasil dos impactos negativos dessa prática, venha conosco e participe desse movimento pela vida, gás da morte não!

 

Assista a íntegra da audiência:

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA e Urgewald – Coletiva de Imprensa Online sobre o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão

No Caminho para a COP30: Governo Brasileiro Pretende Liberar Exploração Maciça de Novas Reservas de Petróleo e Gás Na quinta-feira, 12 de junho, às 15h (horário da Europa Central – CEST), a Urgewald convida para uma coletiva de imprensa online com: Nicole Figueiredo Oliveira, diretora  executiva do Instituto Internacional Arayara (Brasil)Nicole apresentará dados sobre a dimensão e os possíveis impactos

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Marcha azul junta centenas em Nice para proteger o oceano

Centenas de pessoas desfilaram hoje pelo passeio pedonal junto às praias de Nice, sul de França, na chamada “Marcha Azul”, durante a qual pediram que se protejam os oceanos. Sob o lema “Proteger os oceanos, proteger a vida”, eram muitos os que envergavam cartazes em inglês e em francês com mensagens como “Proteger significa proteger”, “Todos conseguimos reflorescer o oceano”,

Leia Mais »

Festival Amazônia Terra Preta discute impactos da exploração de petróleo sobre a pesca

Durante o Festival Amazônia Terra Preta, realizado no fim de semana em Macapá (AP), a oceanógrafa e pesquisadora do Instituto Internacional ARAYARA, Kerlem Carvalho, participou do painel “Sistemas Alimentares e Clima: Desafios das Terras e das Águas”. O evento, promovido pelo Instituto Mapinguari, reuniu especialistas, lideranças comunitárias e representantes do setor ambiental para discutir os impactos das mudanças climáticas e

Leia Mais »

UTE Brasília: comunidade reage à falta de transparência sobre termelétrica em seminários no DF

O Instituto Internacional ARAYARA intensificou, nos últimos dias, sua mobilização contra a instalação da Usina Termelétrica Brasília (UTE Brasília), participando de uma série de eventos e encontros comunitários no Distrito Federal que evidenciaram o desconhecimento da população sobre o empreendimento e seus potenciais impactos socioambientais. No dia 31 de maio, durante o seminário “Debatendo as Cidades”, promovido pelo gabinete do

Leia Mais »