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Como melhorar a imunidade em tempos de coronavírus

Existem duas maneiras de se proteger contra o coronavírus: evitando a infecção (contágio) ou evitando que a infecção se transforme em doença, especialmente doença grave e potencialmente letal. Estaremos livres da infecção se não tivermos contato com pessoas infectadas, utilizando-se os procedimentos amplamente divulgados.

No caso de o contágio acontecer, três situações poderão ocorrer: (1) infecção assintomática (sem doença); (2) doença leve ou moderada; (3) doença grave e potencialmente letal. É o estado de saúde do sistema imunitário que determinará como a infecção irá evoluir. Se ele estiver funcionando adequadamente, a infecção evoluirá sem doença ou com doença leve, como acontece com a grande maioria dos casos; se estiver com seu funcionamento comprometido, a tendência é que a infecção evolua para doença moderada ou grave. Assim, é essencial nosso empenho para a manutenção da saúde imunitária, especialmente por que ainda não dispomos de vacina nem de imunidade prévia, por se tratar de um novo vírus. Como ajudar a manter e fortalecer a saúde imunitária?

  1. Evitar o medo e o pânico: eles causam ansiedade, que aumenta a produção de cortisol e outras substâncias depressoras da imunidade.
  2. Reduzir a ansiedade: A maneira mais prática, rápida, eficaz e sem efeitos colaterais para se reduzir a ansiedade é a respiração controlada. Pratique-a muitas vezes por dia: sente-se com as costas retas, feche olhos e boca, respire lenta, suave e o mais profundamente possível por alguns minutos, com total atenção na entrada e na saída do ar. Além de sua ação ansiolítica instantânea e poderosa, a respiração controlada aumenta substancialmente a oxigenação do organismo e, em consequência, melhora o funcionamento de todas as células, inclusive as do sistema imunitário.
  3. Manter um regime de sono regular: basta uma noite mal dormida (quantidade ou qualidade) para prejudicar a imunidade.
  4. Reduzir o consumo de álcool, tabaco e drogas: todos podem comprometer a imunidade.
  5. Hidratação adequada: Entre 55% e 60% de nosso corpo é constituído por água: ela é essencial para o funcionamento de todas as células e órgãos, inclusive os responsáveis pela defesa contra agentes infecciosos. Uma hidratação inadequada resseca as mucosas e as tornam vulneráveis às infecções, compromete as funções do sistema imunitário, estimula a inflamação, sobrecarrega o coração e os rins, compromete as funções cognitivas do cérebro e causa fadiga e desmaios. As perdas diárias de água pela urina, suor, evaporação pela pele, respiração e fezes precisam ser repostas por água pura, ou água com limão, em volumes de 2,0 litros/dia (mulheres) e 2,5 litros/dia (homens), ou cerca de 30 ml/kg/dia. A hidratação cuidadosa é especialmente importante nos idosos já que nesta população a sensação de sede está diminuída.
  6. Suplementação de vitaminas, sais minerais e outros: Vitaminas A, B, C, D e E, selênio; zinco, ferro, ácidos graxos ômega-3.
  7. Alimentos fortalecedores da imunidade e com atividade antimicrobiana: limão, cúrcuma (açafrão da terra), aveia, gengibre, açaí, Linhaça, brócolis, uva tinta, amendoim, mel, soja e kefir.

Todas as medidas aqui propostas têm base científica comprovada, são isentas de efeitos colaterais indesejáveis, desde que adotadas com sensatez, e poderão concorrer para proteger não só do coronavírus, mas de qualquer outro agente infeccioso.

Eduardo Tosta
Médico imunologista CRM-DF 1187

Professor Emérito da Universidade de Brasília

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