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ARAYARA na Mídia:De olho em suprimentos, Europa encaminha acordo com Mercosul

Em meio à guerra tarifária dos EUA e revisão das metas climáticas para 2035, a Comissão Europeia apresentou ao Conselho, na terça (2/9) as suas propostas para a assinatura e conclusão do Acordo de Parceria UE-Mercosul, junto com um reforço de € 1,8 bilhão no Global Gateway para transição verde e digital.

Apesar da resistência da França, o braço executivo do bloco argumenta que o acordo com o Mercosul é estratégico para diversificar as suas relações comerciais e fortalecer os laços económicos e políticos com “parceiros com ideias semelhantes” em todo o mundo.

Divergências quando o assunto é sustentabilidade do agronegócio brasileiro e sul-americano à parte, uma das áreas de grande interesse dos europeus é a cadeia de suprimentos para transição energética e industrial.

Ao mesmo tempo, enxergam na América do Sul um mercado consumidor para produtos industrializados, com destaque para automóveis — inundado pelos carros elétricos chineses, aliás.

A UE estima que o acordo com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai criará a maior zona de livre comércio do mundo, abrangendo um mercado de mais de 700 milhões de consumidores e um aumento de até 39% (€ 49 bilhões) nas exportações anuais europeias.

No caso do mercado automotivo, o pacto comercial prevê redução nas tarifas que hoje são de 35%.

“[Estas parcerias] fortalecerão as cadeias de valor e ajudarão a UE a alargar o seu leque de fontes fiáveis ​​de insumos e matérias-primas essenciais. Numa época de crescente instabilidade geopolítica, estes acordos aproximam-nos de parceiros estrategicamente importantes”, disse a comissão em nota.

O avanço da parceria ainda depende, no entanto, da aprovação separada do Parlamento Europeu e dos Estados-Membros antes de poder entrar em vigor.

Essa é a etapa mais difícil. A França, maior produtora de carne bovina do bloco, classificou o acordo como “inaceitável”. Polônia e Itália também demonstram antipatia ao acordo. Enquanto ambientalistas europeus atacam aspectos “anti-clima” nessa aproximação comercial. (Reuters)

€ 1,8 bilhão para transição

Como parte da agenda de investimentos na América Latina e Caribe, a UE propõe um reforço de € 1,8 bilhão no Global Gateway para apoiar investimentos em energia renovável e criação de valor agregado, por exemplo, em matérias-primas críticas, incluindo processamento upstream e produção de baterias.

Os recursos também visam ajudar Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) do Mercosul a se adaptarem ao novo ambiente econômico, assim como mulheres, pequenos agricultores, povos indígenas e comunidades tradicionais.

Outra possibilidade são os investimentos em novas cadeias de valor florestais sustentáveis na Amazônia, por exemplo.

Anunciado em julho de 2023, o Global Gateway para a América Latina previa 45 bilhões de euros em investimentos na região até 2027.

Na época, a preocupação do bloco também era garantir suprimento, especialmente na área de energia. O contexto era a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que colocou em evidência a fragilidade do abastecimento europeu e sua dependência também em relação à China.

Dois anos depois, este cenário se tornou ainda mais crítico com Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, já que o norte-americano tem lançado mão de tarifas para pressionar abertura de mercados e acesso a insumos estratégicos.

Curtas

Novo secretário de Petróleo. O diretor do departamento de Combustíveis do Ministério de Minas Energia (MME), Renato Cabral Dutra, é o novo secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG). Dutra assume o lugar deixado por Pietro Mendes, que passou a compor a diretoria da ANP.

Indústria cobra Redata. Durante audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta (3/9), a Associação Brasileira de Data Center (ABDC), voltou a cobrar a política de incentivos ao setor prometida pelo governo federal. Segundo o vice-presidente da ABDC, Luis Tossi, decisões de investimentos estão sendo tomadas agora e país precisa aproveitar janela.

Data center com green bonds. A Elea Data Centers anunciou na terça (2/9) a emissão de R$ 790 milhões em debêntures sustentáveis, vinculadas a metas de eficiência energética e participação feminina em posições de liderança. É a terceira transação de títulos de crédito atrelados a critérios ESG da companhia.

Expansão da matriz. A capacidade de geração elétrica no Brasil aumentou em 310 MW em agosto, com início da operação de nove usinas: cinco parques eólicos (216 MW), duas pequenas hidrelétricas (52 MW), uma termelétrica (40 MW) e uma central geradora hidrelétrica (2 MW). De acordo com a Aneel, no acumulado de 2025, a expansão soma 4.472,50 MW.

Metanol verde no México. A Transition Industries LLC fechou contrato de Engenharia Básica (FEED) para uma planta de eletrólise de aproximadamente 210 MW no México. Siemens Energy e Techint Engenharia e Construção serão responsáveis pela engenharia e instalação de eletrolisadores no projeto Pacifico Mexinol, complexo de metanol verde e azul.

Biometano 1. A redução dos pedágios para caminhões a gás natural, nas rodovias, deveria ser pensada como a próxima política de estímulo à descarbonização do setor de transporte pesado no Brasil, defende o diretor Institucional da Scania para a América Latina, Gustavo Bonini, em entrevista ao estúdio eixos no 12º Fórum do Biogás.

Biometano 2. Na visão da presidente-executiva da ABiogás, Renata Isfer, a entrada da Petrobras no negócio de produção de biometano é favorável para o crescimento do setor. Em entrevista ao estúdio eixos no 12º Fórum do Biogás, ela avalia que não há grandes riscos de concentração na oferta do biocombustível.

Devedor contumaz. O Senado aprovou, por 71 votos a 0, o Projeto de Lei Complementar 125/2022, que define punições para devedores contumazes, e incluiu novas regras para a atuação no setor de combustíveis, com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro. O texto vai à Câmara dos Deputados.

Furto de combustíveis. Já a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria o crime qualificado de furto ou roubo de petróleo, gás natural e outros combustíveis. A proposta será enviada ao Senado.

A aprovação desses PLs ocorre na esteira da operação Carbono Oculto, conduzida por órgãos federais e estaduais contra formuladoras de combustíveis e empresas do setor financeiro ligadas a organizações criminosas, como PCC.

Equador transfere hidrelétrica à China. Quase duas décadas após o início das obras e investimentos de US$ 3,2 bilhões, a hidrelétrica Coca Codo Sinclair será operada pela PowerChina, que controla a empresa chinesa responsável pela construção da usina.

Concebida para reforçar a matriz energética equatoriana e pôr fim aos recorrentes apagões do país, Coca Codo Sinclair começou a operar em 2016, mas nunca alcançou sua capacidade total.

A hidrelétrica está instalada em uma região amazônica marcada por forte atividade sísmica e erosão fluvial. (Dialogue Earth)

Petróleo x pesca. A Arayara lançou esta semana, na Câmara dos Deputados, o estudo técnico Do Mar à Mesa: Como a pesquisa para a exploração de petróleo ameaça a vida, apontando riscos da expansão da indústria sobre a pesca artesanal e a biodiversidade. A pesquisa também identifica ameaças à segurança alimentar do país.

R$ 56 milhões para eficiência. O Grupo Equatorial abriu as inscrições para a Chamada Pública de Projetos 2025 do Programa de Eficiência Energética. O edital prevê investimento de mais de R$ 56 milhões em projetos nas áreas de concessão do grupo.

Prevenção de acidentes. Abradee lançou uma série de aulões online gratuitos com o tema “Riscos Invisíveis da Rede Elétrica”. O objetivo é educativo: reduzir o número de acidentes. O primeiro episódio estreou na terça (2/9) com foco na construção civil, setor que lidera as ocorrências com a rede elétrica.

Fonte: Eixos

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