+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Organizações pressionam Brasil a defender fim da expansão de petróleo e gás na Amazônia na OTCA

Esta semana, 22 organizações e movimentos sociais brasileiros e da América Latina enviaram uma carta ao Itamaraty pedindo que o Brasil defenda o fim da expansão de petróleo e gás na Amazônia durante a cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), marcada para 22 de agosto em Bogotá, na Colômbia.

 

Por Renata Turbiani, para o Um Só Planeta

 

“Apesar do consenso científico e jurídico em torno da necessidade de interromper a expansão dos combustíveis fósseis, incluindo decisões recentes de tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Internacional de Justicia, seguimos observando com preocupação a abertura de novas frentes de exploração petrolífera e gasífera em diversos países da região”, diz o texto.

E segue: “Esta contradição entre os compromissos assumidos e as práticas atuais ameaça comprometer não apenas os objetivos climáticos globais, mas também os direitos dos Povos Indígenas e das comunidades locais”.

A carta, encaminhada ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e ao embaixador João Marcelo Galvão de Queiroz, destaca ainda que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), aproximadamente 75% das emissões de CO2 globais são provenientes da queima de combustíveis fósseis, e que a continuação da exploração e do financiamento desses combustíveis, especialmente em áreas sensíveis como a Amazônia, contradiz frontalmente a ciência e os compromissos do Acordo de Paris.

“É hora de dar um passo corajoso e tomar uma decisão clara: não mais expansão de combustíveis fósseis na Amazônia. A Declaração de Bogotá deve refletir este compromisso e reconhecer a Amazônia como a primeira zona de exclusão global para a exploração e produção de petróleo e gás. Não aceitaremos retrocessos em relação a essa proposta”, salientaram os signatários.

Nesse sentido, eles recomendaram que a cúpula da OTCA delibere sobre as seguintes ações prioritárias:

– Adotar uma decisão regional que reconheça a Amazônia como zona de exclusão para novas atividades de exploração e produção de petróleo e gás, com vigência imediata.

– Estabelecer um Grupo de Trabalho intergovernamental e multissetorial, com participação paritária, efetiva, ativa e digna dos Povos e organizações Indígenas, comunidades locais, especialistas e sociedade civil, com o mandato de desenvolver uma proposta regional para a transição energética justa na Amazônia.

– Incorporar as demandas da sociedade civil expressas no processo formal de participação social denominado “Diálogos Amazônicos”, à nível nacional e regional.

“A OTCA deve ser o espaço onde os países amazônicos demonstrem coragem política e assumam o protagonismo global. A cúpula de Bogotá precisa estabelecer as bases e o tom da COP30, com decisões ambiciosas, claras e vinculantes”, salientou a carta.

“A construção de um precedente regional que declare a Amazônia como zona vital livre de combustíveis fósseis e que lance os pilares de uma transição justa será a verdadeira demonstração de liderança climática. É hora de agir com coragem e responsabilidade histórica. A COP30 em Belém representa uma oportunidade única para que os países amazônicos liderem o caminho para um futuro justo, seguro e sustentável. A Amazônia não pode mais ser vista como fronteira de sacrifício. Deve ser reconhecida como zona vital de vida e esperança”.

 

Os signatários são: Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), FASE – Solidariedade e Educação, ClimaInfo, Observatório do Petróleo e Gás (OPG), Coalizão Não Fracking Brasil (COESUS), Climate Action Network América Latina (CANLA), Instituto Internacional ARAYARA, ARAYARA Foundation, Litigância Climática e de Direitos (LITIGA), Rede Fé, Paz e Clima, Instituto de Saúde Ambiental (Toshisphera), Greenpeace Brasil, Stand.earth, 350.org América Latina, Coletivo Pororoka, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Observatório do Clima, Grupo de Trabalho Amazônico (Rede GTA), Plataforma Boliviana Frente al Cambio Climático (PBFCC), Rede Eclesial Pan Amazônica (REPAM), Asociación Interamericana para la Defensa del Ambiente (AIDA) e Iniciativa Cambio Climatico, Biodiversidad Amazonia (FOSPA).

Fonte: G1

Foto: reprodução/ G1/ Landsat/Nasa

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: Ambientalistas entram com ação para interromper perfuração da Petrobras na Margem Equatorial

Oito organizações e redes dos movimentos ambientalistas, indígena, quilombola e de pescadores artesanais entraram na quarta-feira, 22, com uma ação na Justiça Federal do Pará contra o Ibama, a Petrobras e a União, pedindo anulação do licenciamento do bloco FZA-M-59, que permitiu à Petrobras iniciar a perfuração de petróleo na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: NGOs sue to suspend Petrobras drilling in the Foz do Amazonas basin and challenge Ibama’s license, focusing on environmental impact and traditional peoples.

NGOs file a lawsuit in the Federal Court of Pará to block Petrobras’ drilling in the Foz do Amazonas basin, alleging environmental risks and questioning the license granted by Ibama. This Wednesday (22), a group of NGOs filed a public civil action in the Federal Court of Pará to suspend drilling of oil by Petrobras in the Foz do Amazonas basin. According to information

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: ONGs vão à Justiça pedir anulação do aval à exploração do petróleo na Foz do Amazonas

Ação movida na Justiça Federal do Pará pede liminar para suspender perfuração Oito organizações não-governamentais, incluindo redes do movimento ambientalista, indígena, quilombola e de pescadores artesanais, entraram na quarta-feira com uma ação na Justiça Federal do Pará pedindo a anulação do aval à exploração do petróleo na Foz do Amazonas. A licença à estatal foi concedida pelo Ibama no último

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: ONGs acionam Justiça para barrar perfuração na Foz do Amazonas

Oito organizações de movimentos ambientalista, indígena, quilombola e de pescadores artesanais entraram na quarta-feira (22) com ação na Justiça Federal do Pará contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Petrobras e a União. O grupo pede a anulação do licenciamento ambiental do Bloco FZA-M-59, que autorizou a Petrobras a iniciar a perfuração de petróleo

Leia Mais »