+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA na Mídia: Lula defendeu pesquisa para exploração de petróleo na Foz do Amazonas e chamou de “lenga-lenga” a demora do Ibama em autorizá-la

Entidades ligadas ao meio ambiente reagiram à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

Em nota, a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) classificou como “inadmissível” a pressão política sobre o processo de licenciamento de projetos que podem trazer danos ambientais. Já o Instituto Internacional Arayara lamentou a postura do presidente Lula e argumentou que a fala “ofende” autoridades ambientais do país.

O que aconteceu

Durante entrevista, na manhã desta quarta-feira (12/2), Lula afirmou que quer entender se é possível explorar petróleo na Margem Equatorial e reclamou da demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em autorizar o projeto.

“Nós temos de autorizar que a Petrobras faça pesquisa. Se, depois, a gente for explorar, é outra discussão. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo”, disse o presidente.

A Petrobras quer investir US$ 3,1 bilhões para explorar petróleo e gás na região, mas a iniciativa depende do aval do Ibama, responsável por emitir o licenciamento ambiental.

O tema voltou a ganhar força após a eleição do senador Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado; ele é defensor da medida.

A Ascema manifestou preocupação sobre as declarações de Lula e destacou que as decisões do órgão são baseadas em “critérios técnicos, científicos e legais”.

“O processo de licenciamento ambiental é conduzido de maneira rigorosa, transparente e responsável, levando em consideração a proteção da biodiversidade e o bem-estar das populações que dependem diretamente dos ecossistemas afetados, mas também o desenvolvimento econômico do país”, destaca a nota.

A entidade alerta que, desde 2012, é possível identificar áreas aptas ou não à exploração na região, por meio de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). “Porém, não se tem notícias de pressão do Palácio do Planalto para que a AAAS saia do papel”, frisa a Ascema.

“Nesse sentido, é inadmissível qualquer tipo de pressão política que busque interferir no trabalho técnico do órgão, especialmente quando se trata de uma decisão que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis. As declarações que desqualificam o Ibama e seus servidores desrespeitam o papel fundamental da instituição na defesa do interesse público, que é seu objetivo final, independentemente do governo da vez”, acrescentou.

O Instituto Internacional Arayara lamentou o posicionamento de Lula. “Para usarmos a expressão adotada pela maior autoridade do país, lenga-lenga é a postura dúbia de governantes que se dizem preocupados com o aquecimento, mas não resistem ao canto da sereia do poderoso setor de combustíveis fósseis, causa maior das mudanças climáticas que ameaçam o planeta.”

Foto: reprodução Metrópoles/ BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Fonte: Metrópoles

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Audiência pública na Câmara escancara retrocessos do PL da Devastação e expõe impasses entre órgãos ambientais

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados realizou, nesta quinta-feira (10), uma audiência pública para debater os impactos do Projeto de Lei 2159/2021, que reformula o licenciamento ambiental no Brasil. A proposta foi duramente criticada por representantes do Ministério Público Federal, IBAMA, organizações da sociedade civil, municípios e comunidades tradicionais, que apontaram graves retrocessos

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Usina a carvão Ouro Negro pode ter processo de licenciamento ambiental arquivado

O Instituto Internacional Arayara protocolou, nesta semana, um pedido formal ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o arquivamento do processo de licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro. A instalação está planejada no município de Pedras Altas, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. O projeto, movido a carvão mineral, surgiu

Leia Mais »

Usina a carvão Ouro Negro pode ter processo de licenciamento ambiental arquivado 

O Instituto Internacional ARAYARA protocolou nesta semana um pedido formal ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para o arquivamento do processo de licenciamento ambiental da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro, planejada para o município de Pedras Altas, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. O projeto, movido a carvão mineral, surgiu

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Especialista adverte – “A vida sob ataque: os riscos jurídicos e sociais do PL da Devastação ambiental”

O Senado Federal aprovou, com apoio da maioria de seus membros e liberação da bancada do governo, o Projeto de Lei nº 2159/2021 — chamado por ambientalistas de “PL da Devastação”. A proposta, que já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados, retornou à casa iniciadora para análise de destaques e emendas de redação. A depender do desfecho, o Brasil

Leia Mais »