O Instituto Internacional ARAYARA foi eleito uma das duas entidades representantes da região Centro-Oeste no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para o mandato de 2025 a 2027.
A eleição ocorreu entre os dias 2 e 9 de maio, com a participação de entidades cadastradas no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA), e teve o resultado oficial publicado no último dia 12/5.
Reconhecida por sua trajetória técnica e histórica na defesa dos biomas brasileiros e das comunidades impactadas por grandes empreendimentos, a ARAYARA atuará em um dos principais fóruns ambientais do país. Além da ARAYARA, foi eleita para a vaga regional a Fundação Pró-Natureza (FUNATURA). Confira lista completa .
“A eleição da ARAYARA para o CONAMA representa uma vitória da sociedade civil na luta por um meio ambiente saudável e por políticas públicas responsáveis. Estaremos vigilantes e atuantes para garantir que os direitos da natureza, das comunidades e das futuras gerações sejam respeitados nas decisões deste conselho”, afirmou Juliano Bueno de Araújo, presidente da ARAYARA.
Participação da sociedade civil
O CONAMA é um órgão integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e responsável por definir diretrizes e normas vinculantes sobre o licenciamento ambiental, controle de emissões e uso sustentável dos recursos naturais. Apesar da relevância do conselho, sua composição atual ainda reflete baixa participação da sociedade civil: apenas 17% das cadeiras são ocupadas por organizações não governamentais.
Para Araújo, a presença da ARAYARA no CONAMA é uma oportunidade de reequilibrar esse cenário. Temos mais de três décadas de atuação técnica e independente, e estamos preparados para contribuir com propostas baseadas na ciência, na justiça climática e no interesse público”, reforça Araújo, que é mestre em Gestão Ambiental e doutor em Urgências e Emergências Ambientais.
Com sede em Brasília, presença nacional e internacional, a ARAYARA é referência em políticas públicas, litigância climática e mobilização socioambiental. No Centro-Oeste, a instituição tem intensificado sua atuação em defesa do Cerrado e contra a instalação da Usina Termelétrica Brasília, com destaque para a campanha “Xô Termelétrica”, que mobiliza escolas, movimentos sociais e especialistas diante dos riscos ambientais do projeto.
Recentemente, a ARAYARA também coordenou a articulação de uma carta-manifesto contra a ampliação da exploração petrolífera no país, com adesão unânime das entidades do CNEA. O documento contesta o 5º Ciclo da Oferta Permanente da ANP, que prevê a liberação de 172 blocos de exploração em áreas sensíveis. A organização também se soma à campanha nacional, coordenada pelo Observatório do Clima, contra o PL da Devastação (PL 2.159/2021).
Araújo ressalta que o fortalecimento da representação técnica e da sociedade civil no principal órgão colegiado ambiental do Brasil é essencial para garantir que a pauta da sustentabilidade e da justiça climática tenha voz ativa da sociedade civil nas políticas públicas do país.